Fed manteve a taxa alta para o país, o que segue atraindo investidores para os EUA
Os mercados do mundo inteiro ficaram atentos esta semana à decisão do Federal Reserve (Fed) sobre os juros nos Estados Unidos. A autoridade monetária americana resolveu manter a taxa entre 4,25% e 4,5% ao ano. Mesmo assim, o índice segue elevado para a média do país, que operou com percentual próximo de zero na maior parte da última década. Para aquecer o setor produtivo, o atual presidente Donald Trump chegou a “exigir” redução dos juros no país, o que não aconteceu. A decisão do Fed foi unânime, sendo a primeira pausa desde o começo do corte de juros em setembro do ano passado.
Pensando nas consequências para o Brasil, os investidores seguem sendo atraídos pelas aplicações rentáveis dos EUA, o que tende a reduzir a entrada de capital estrangeiro no Brasil e também pode até levar à saída de recursos.
Fluxo cambial brasileiro
O fluxo cambial do Brasil foi negativo em 7,953 bilhões de dólares de 1º a 24 de janeiro. Em dezembro, ocorreu a maior saída de moeda americana da história. Foram 28,861 bilhões de dólares via conta financeira, segundo o Banco Central. Enquanto isso, entraram 2,45 bilhões de dólares na conta comercial, o que resultou em saldo negativo de 26,41 bilhões de dólares.
Além dos juros considerados elevados nos EUA, as importações também contribuem com a saída de dólares do Brasil. Há ainda fatores relacionados à confiabilidade da economia brasileira. No final do ano passado, vimos o mercado insatisfeito com as medidas de corte de gastos do governo federal e um medo de colocar dinheiro no Brasil pelo risco de aumento da dívida. A alta da inflação também tem sua parcela de “culpa”, porque quando o poder de compra é reduzido pelos altos preços, a atratividade de investimentos também fica comprometida.
Efeitos
E o que significa para o país esse movimento econômico? Uma das consequências é a tendência de aumento da demanda por moeda estrangeira, o que desvaloriza o real. E é o que vem acontecendo nos últimos meses, apesar da leve queda registrada, já que a divisa segue superior a R$ 5,80. Isso pode elevar os custos de importação e pressionar ainda mais a inflação. Empresas ou o governo precisam enviar dólares para quitar dívidas em moeda estrangeira. Quanto mais desvalorizado o real em comparação ao dólar, maior é o valor que o Brasil precisa pagar. Em linhas gerais, esse fluxo afeta o valor do dólar e, consequentemente, o preço cobrado pelos produtos que dependem dele, incluindo combustíveis, importados e até viagens internacionais.
Correio do Povo
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