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segunda-feira, 22 de maio de 2023

Vini Jr. é alvo de ofensas racistas, se revolta e acaba expulso em derrota do Real Madrid

 Partida chegou a ser paralisada por cerca de oito minutos em função de gritos racistas de torcedores do Valencia

O brasileiro Vinicius Junior foi mais uma vez vítima de racismo na Espanha. Parte da torcida do Valencia, que enfrentou e venceu o Real Madrid neste domingo por 1 a 0, gritou insultos racistas direcionados ao jogador brasileiro no segundo tempo da partida, que foi paralisada pelo árbitro por causa dos insultos. No Estádio Mestalla, torcedores do Valencia gritaram repetidas vezes “mono” (macaco) em direção a Vini Jr, que mostrou ao árbitro Ricardo de Burgos de onde vinham as ofensas. O atleta identificou um dos torcedores e apontou para ele. O juiz, então, decidiu paralisar o jogo.

O sistema de som do estádio anunciou a paralisação do duelo devido ao comportamento dos fãs do Valencia e pediu que a torcida desse fim às “manifestações racistas”. Houve um novo aviso até que, depois de cerca de oito minutos, a partida foi retomada, com Vini Jr indignado em campo. No fim do confronto, porém, o brasileiro, revoltado e desestabilizado pelos rivais, foi expulso, mesmo tendo levado um mata-leão do atacante Hugo Duro e ter sido provocado pelo goleiro Giorgi Mamardashvili.

Em seu Instagram, o jogador se manifestou por meio de um stories. Com um fundo preto, o atacante do Real Madrid escreveu que “O prêmio que os racistas ganharam foi minha expulsão! ‘No es fútbol, es La Liga’', ironizou o brasileiro, debochando do slogan do torneio espanhol.

São muitos os episódios de racismo contra Vini Jr e poucas as punições da LaLiga, responsável por organizar o Campeonato Espanhol. Recentemente, o brasileiro depôs na Justiça espanhola no âmbito do caso em que foi xingado de “macaco” por um torcedor do Mallorca em fevereiro deste ano.

Sem ter pelo o que brigar nesta final de temporada, o Real Madrid entrou em campo com um time misto, tanto que Modric e Kroos só entraram nos minutos finais da partida. Rodrygo foi outro que começou no banco de reservas. O Barcelona já ganhou o Campeonato Espanhol. No sábado, o time recebeu o troféu no Camp Nou.

 

Companheiros de time e comissão técnica se manifestam

Titular na partida, o meia Dani Ceballos repudiou os insultos racistas contra o brasileiro. “Não é novidade. Vinícius é desrespeitado constantemente em todos os campos da Espanha. Temos que cuidar disso, porque é um desrespeito para a nossa liga e para o nosso clube. Espero esperançosamente que a Liga o proteja e que possamos ver o melhor de Vinícius Júnior”, disse o meia.

Ceballos ainda revelou que o técnico Carlo Ancelotti chegou a perguntar se Vinícius Júnior queria continuar na partida após os insultos. “O treinador perguntou se ele queria continuar jogando. Vinícius é profissional e disse que queria continuar ajudando a equipe. Eles não podem sair ilesos”, afirmou.

O técnico Carlo Ancelotti também criticou os atos racistas e afirmou enfaticamente que o jogo deveria ter sido paralisado. “Ele não era o culpado, ele era a vítima. O estádio gritou "macaco" para um jogador e a partida deveria ter sido interrompida naquele momento”, disse.

O treinador também comentou sobre as provocações de Vinícius Júnior aos torcedores do Valencia. O jogador saiu de campo fazendo gestos de segunda divisão, uma vez que o clube briga contra o rebaixamento no Campeonato Espanhol. “A reação é bastante normal para um jogador que sofreu insultos racistas de todo o estádio. A situação é bastante clara”, citou Ancelotti.

Já o goleiro Courtois afirmou que estava disposto a comprar a briga do brasileiro caso ele se recusasse a continuar jogando. “Se ele tivesse decidido parar, eu teria ido com ele porque é algo que não podemos tolerar. Houve um ato de racismo. Há alguns anos, o Valencia denunciou um jogador do Cádiz pelo mesmo e agora está acontecendo isso aqui. Houve barulho de ‘macaco’... não podemos tolerar isso”, afirmou.


Agência Estado e Correio do Povo

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