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domingo, 28 de maio de 2023

Motoristas de aplicativo realizam protesto contra agressão violenta a colega de trabalho

 A manifestação ocorreu com o objetivo principal de expor para a sociedade o ocorrido na madrugada da sexta-feira, na rua 24 de Outubro, no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre

Motoristas de aplicativo se uniram em uma manifestação para denunciar a agressão sofrida por Jaime Luiz Vargas, de 60 anos. A mobilização, realizada na noite desta sexta-feira, foi coordenada por Carina Trindade, presidente do sindicato dos motoristas de aplicativo, com o objetivo principal de expor à sociedade o ocorrido. 

De acordo com Carina, o protesto busca conscientizar a população sobre o que aconteceu com Vargas.Ela enfatizou que os agressores não tiveram a preocupação de entrar em contato com a família para oferecer suporte médico ou mecânico após a agressão. "Pessoas ricas bateram em um senhor trabalhador de 60 anos.  Agora o sindicato está planejando uma campanha de arrecadação de fundos para auxiliar o senhor Jaime a voltar a trabalhar. Nosso objetivo é ajudá-lo nesse momento difícil e permitir que ele recupere sua fonte de renda", afirmou Carina.

Durante a manifestação, os participantes se dirigiram a dois endereços mencionados no boletim de ocorrência. Na primeira localização, a portaria não confirmou se havia algum morador presente. Já no segundo endereço, constatou-se que um dos suspeitos não residia mais no local. Essa informação foi confirmada pelos vizinhos, que se solidarizaram com o agressão sofrida por Vargas, e relataram que o suspeito não morava ali há aproximadamente quatro meses e que o apartamento estava em reforma. Depois de conversar com os moradores do prédio, os motoristas retiraram a faixa que haviam colocado.

O incidente ocorreu na madrugada desta sexta-feira, na rua 24 de Outubro, no bairro Moinhos de Vento, quando Vargas estava aguardando um passageiro e foi agredido por quatro pessoas. Os suspeitos acusaram o motorista de ter furtado uma mochila, alegando que ele possuía um rastreador que indicaria a localização do item dentro de seu veículo. Ao perceber a ameaça, Vargas acelerou o carro, mas um dos agressores atirou uma garrafa no para-brisa. Nesse momento, uma guarnição da Brigada Militar, que estava em ronda no local, presenciou a agressão e interveio imediatamente. Durante a revista do veículo, nada suspeito foi encontrado. Vargas registrou um boletim de ocorrência e o caso está sendo investigado pela 3ª Delegacia da Capital.

A família de Vargas expressou insatisfação com o atendimento no Palácio da Polícia, alegando falta de diálogo e orientação. Segundo a família, somente os suspeitos foram ouvidos até o momento. Luana de 23 anos é filha de Vargas e ressaltou que seu pai é um motorista exemplar e enfatizou que nada justifica a agressão sofrida. Luana também afirmou que está muito abalada e preocupada com o que aconteceu. Contou que seu pai ligou para ela logo após o ocorrido e imediatamente, vestindo pijamas, foi até o local acompanhada do marido e da sua mãe. Luana também questionou o tratamento oferecido aos suspeitos de agressão, destacando possíveis disparidades raciais e socioeconômicas. "Se fosse uma pessoa negra de uma região periférica, ela estaria algemada na calçada, diferentemente do que aconteceu”.

Vargas trabalha como motorista de aplicativos há seis anos e afirmou que nem mesmo o assalto que sofreu há quatro anos foi tão violento quanto a agressão ocorrida na noite anterior. “Durante o assalto, o assaltante simplesmente ordenou que eu saísse do carro”. Jaime destacou que a agressão no rosto foi a pior, especialmente porque ele utiliza lentes de contato. Ele também está enfrentando dores nas costas e sua maior preocupação, assim como da família, é como eles irão se sustentar até o veículo ser consertado.


Correio do Povo

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