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sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Mistério no caso do sino que sumiu da capela em São Pedro do Sul

 Peça de bronze de 200 quilos e mais de 330 anos desapareceu da igreja e virou caso de polícia na cidade gaúcha

Christian Bueller

A comunidade do município de São Pedro do Sul, na região central do Estado, ainda está perplexa, sem saber o que houve com o sino de bronze de mais de 200 quilos, que desapareceu da Capela Ermida. Durante a missa da última terça-feira, dia 20, crianças deram falta  quando dariam a badalada no objeto, uma peça que tem mais de 330 anos. O caso virou ocorrência da Polícia Civil local, que investiga o caso.

A diretora de museus de São Pedro do Sul, Francis Schirrmann Silveira, entrou em contato com os institutos do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Estadual (Iphae) para relatar o caso, que também deverá ser registrado na Polícia Federal. “Esse bem não são tombados como patrimônio cultural, o que dificulta um pouco o processo, então, estamos correndo para fazer um levantamento para transformá-lo, nem que seja em esfera municipal”, conta. Apesar de o sino não ser de responsabilidade do município, a historiadora lamenta o caso pelo vínculo entre a peça e a cidade. “A gente se preocupa e se importa. Seguidamente, fazemos projetos com a criança sobre educação patrimonial. Neste semestre, fizemos muitas visitações ali”, lembra.

Na última vez que Francis esteve na Ermida, dia 12 de dezembro, o sino estava ali, imponente como sempre. “Fazemos trabalhos com as universidades e estava tudo certo”, recorda. Roubo e furto de sinos não é uma novidade no RS, segundo a diretora dos museus da cidade. “Ficamos em choque quando recebemos a notícia, mas já soube de casos em Caxias do Sul, Giruá, Santa Maria. Se há uma quadrilha especializada nisso, nos preocupa muito”, diz a historiadora.

Pela altura do sino, Francis corrobora com a investigação inicial que pende para idéia de que o ladrão não agiu sozinho. “Ele precisou de uma escada, certamente. Vimos que o local foi serrado também. A madeira ali é muito grossa, eles devem ter utilizado um equipamento”, arrisca.  Além da peça de bronze, foi levada, ainda a estrutura que dava suporte ao objeto. De vestígios, apenas marcas na grama que apontam para a queda da peça antes de ser levada. “Não agüentaram com o peso, porque o sino caiu no chão. É um patrimônio arqueológico, uma parte da nossa história que nos foi roubado”, lastima.

Tanto a capela quanto o sino foram instalados na cidade em 1686. Eles integraram uma redução jesuítica, antes da formação dos Sete Povos das Missões.


Correio do Povo

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