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terça-feira, 1 de novembro de 2022

Representantes do agronegócio do RS avaliam resultado das eleições gerais

 Infraestrutura, burocracia e incentivo às exportações estão entre as preocupações



As lideranças do agronegócio avaliaram nesta segunda-feira o resultado do segundo turno das eleições de 2022, que reelegeu o governador gaúcho Eduardo Leite e deu a Luiz Inácio Lula da Silva a presidência da República.

O presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, diz que é “altamente preocupante a eleição de Lula” pois governos anteriores do PT relativizaram a questão da posse da terra, ponto inegociável para o produtor. “Agora tem a novidade da demagogia da comida barata, taxando as exportações, a exemplo da Argentina”, reclama. No Estado, a posição expressada por Pereira é de aprovação de Eduardo Leite. 

O presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias (Fecoagro), Paulo Pires, avalia que o setor agropecuário teve um crescimento excepcional nos últimos 10 anos e que a vitória de Lula causa temor, principalmente por conta do “histórico do partido eleito”, afirma. Pires argumenta que há políticas bem-sucedidas do governo atual que precisam ter continuidade, em questões como a desburocratização, demarcação de terras indígenas e armamentismo. Quanto à reeleição de Leite, Pires aponta que ela é resultado de mérito político e de uma gestão de sucesso. 

O presidente da Federarroz, Alexandre Velho, sem comentar os resultados, disse que é missão do setor continuar buscando as pautas de interesse de cada cadeia. No Estado, uma maior eficiência para o porto de Rio Grande na exportação de arroz, melhorias nas estradas e redução do ICMS. No âmbito federal, Velho ressalta que é preciso avançar em medidas estruturais para menos custos de produção. 

Roges Pagnussat, presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Rio Grande do Sul, vê continuidade e maturidade do governo do Estado. Cita a capacidade técnica das equipes que ocupam a pasta da Agricultura e programas como o Duas Safras como muito importantes para o setor. Já em âmbito nacional, afirma que, “de maneira geral, o agro fica apreensivo”, pois “há apenas um discurso de campanha em que o governo fala em taxar o agronegócio ou restringir algumas ações de expansão”. 

Enquanto isso, o presidente executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, ressalta a importância de o país seguir atendendo mercados interno e externos e, para tanto, espera investimentos nos órgão de defesa sanitária “para manter-se, por exemplo, com o status de livre de influenza aviária”. Também cita questões relacionadas à logística, defendendo aumento da estrutura ferroviária do estado, além de novas possibilidades de sustentabilidade e energias renováveis para dar competitividade para o setor no cenário mundial.

Respeito ao agricultor familiar

As entidades representantes dos agricultores familiares consideram positivas tanto a reeleição no Rio Grande do Sul quanto a mudança de comando no governo federal. O coordenador da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf/RS), Douglas Cenci, ressalta que a continuidade do governo Eduardo Leite elimina a necessidade de começar tudo outra vez. No âmbito nacional, afirma que a mudança de presidente é bem-vinda, pois “o governo Bolsonaro tinha inviabilizado um conjunto de políticas públicas para a agricultura familiar”. 

O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, espera que o governador eleito recrie a Secretaria da Agricultura Familiar, possibilidade já sinalizada por Leite à Fetag. Na esfera federal, a entidade espera a volta do Ministério da Agricultura Familiar. “Não dá para viver de pacotes agrícolas e não dá para viver de plano safra que em 4 meses já não tem recursos em diversas linhas”, completa.

Correio do Povo

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