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quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Dólar recua 0,92% com mercado de olho em equipe de Lula e fala de Bolsonaro

 No fim do dia, moeda era cotada a R$ 5,1186



Após uma manhã de instabilidade e troca de sinais, o dólar se firmou em baixa no início da tarde e encerrou a sessão desta terça-feira, 1º de novembro, em queda forte, mas longe das mínimas da sessão. Operadores voltaram a relatar entrada de fluxo estrangeiro para ativos doméstico e desmonte de posições defensivas no mercado futuro de câmbio, em meio às expectativas para a transição de governo.

Já na reta final do pregão, o dólar tocou nova mínima, ao descer pontualmente até R$ 5,0866 (-1,545), quando o mercado digeria o primeiro pronunciamento público de Jair Bolsonaro após o segundo turno da eleição presidencial. Embora não tenha reconhecido explicitamente a derrota nas urnas, o presidente disse que continuará "cumprindo todos os mandamentos da Constituição". O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, vai tocar a transição pelo lado do governo. Bolsonaro disse que protestos de apoiadores são "fruto de indignação e sentimento de injustiça de como seu deu o processo eleitoral", mas ressaltou que manifestações precisam ser pacíficas.

Apesar de bloqueio de rodovias e eventuais turbulências, consolida-se a sensação de redução do risco político-institucional. As atenções se voltam à formação do futuro governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O mercado celebrou no início da tarde a indicação do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) para comandar a equipe de transição do lado petista. Mas houve certo receio diante da informação, divulgada pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) na reta final dos negócios, de que o ex-ministro Aluizio Mercadante será o coordenador de Economia pela parte técnica. "Mercadante ter algum poder em qualquer coisa relacionada à economia é ruim", disse um trader, resumindo o sentimento do mercado, que aguarda um nome que afaste a possibilidade de medidas heterodoxas.

Logo após a informação sobre Mercadante, o dólar reduziu bastante o ritmo de alta e não apenas ultrapassou novamente o nível de R$ 5,10 como tocou pontualmente a casa de R$ 5,13. No fim do dia, era cotado a R$ 5,1186, em queda de 0,92% - o que leva a baixa acumulada nos dois primeiros pregões após a eleição de Lula a 3,43%. Na quarta, o mercado local estará fechado em razão do feriado do Dia de Finados. No exterior, as atenções se voltam à decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano), que pode acenar com redução do ritmo de alta dos juros a partir de dezembro.

Bolsa

Mesmo com protestos ainda interrompendo ou prejudicando o tráfego nas estradas brasileiras nesta terça-feira, e os índices de ações em Nova York mostrando perdas na sessão, o Ibovespa manteve-se no positivo pelo segundo dia, mas ficou volátil durante a fala do presidente Jair Bolsonaro, no fim de tarde, sem pedido direto de desmobilização dos caminhoneiros e sem cumprimento ao vencedor da eleição para a Presidência da República do último domingo.

"Continua esse clima de embate político, ele (Bolsonaro) acabou não falando nada. As manifestações continuam atrapalhando e podem afetar a economia, com falta de produtos, mesmo de combustível. Deveria ter pedido o fim das manifestações", diz Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença Corretora.

Dessa forma, o Ibovespa chegou a subir menos de 1% na conclusão da fala de Bolsonaro, mas voltou a ganhar um pouco de terreno, logo em seguida, com a confirmação, pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, de que a transição de governo será iniciada, conforme prevê a lei. No início do curto pronunciamento do presidente, o Ibovespa chegou a acentuar máxima do dia (+1,92%), aos 118.261,20 pontos, mas perdeu força logo depois, na conclusão da fala.

Assim, a referência da B3 fechou o dia em alta de 0,77%, aos 116.928,66 pontos, entre mínima de 115.547,46 e a máxima de 118.261,20 pontos, com abertura a 116.037,26 pontos. O giro seguiu forte nesta terça-feira, a R$ 40,7 bilhões, após ter chegado a R$ 47,2 bilhões, na segunda-feira. Na semana, o Ibovespa avança 2,09%, colocando os ganhos do ano a 11,55%.

Agência Estado e Correio do Povo

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