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quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Dois caminhos

 "País que espera 361 dias no ano pelo Carnaval dá nisso. Tudo é festa. Até coisa séria vira sinônimo de diversão. Festa é o escambau, é o raio que o parta, é a vovozinha. Eleição é coisa séria. E se eleição é coisa séria, vamos tratá-la assim."

Guilherme Baumhardt

O jornalismo não admite, mas adora alguns chavões. Sobre o próximo domingo, dia de votação, a expressão batida, velha e surrada será: “A eleição é a festa da democracia”. País que espera 361 dias no ano pelo Carnaval dá nisso. Tudo é festa. Até coisa séria vira sinônimo de diversão. Festa é o escambau, é o raio que o parta, é a vovozinha. Eleição é coisa séria. E se eleição é coisa séria, vamos tratá-la assim.

Nacionalmente o que temos no horizonte são dois caminhos bastante distintos. E vou tentar simplificar de maneira bastante direta. Se o seu voto for para o ex-condenado, a sua vida vai melhorar em um primeiro momento. Porque Lula já deu sinais bastante claros de que vai mandar para o inferno aquilo que constrói uma economia sólida. Já disse que vai abrir as torneiras do populismo, injetando dinheiro na economia, sem lastro. O gasto público vai, invariavelmente, aumentar, a máquina pública será novamente inchada, sob o argumento de que é preciso melhorar os serviços públicos – uma falácia na maioria dos casos. É uma bomba que será armada. E bombas, salvo raras exceções, explodem. Em outras palavras, o voto lulista é um voto que olha para o próprio umbigo e mira o curto prazo.

O voto em Jair Bolsonaro é um voto de médio e longo prazos. É uma decisão que olha para nossos filhos e netos. Pela austeridade mostrada até aqui pela equipe econômica, o Brasil está entrando nos eixos da melhor maneira possível – especialmente após uma pandemia. As contas estão em ordem. Voltaremos a ter superávit primário – que é o pagamento dos juros da dívida. O Brasil crescerá neste ano 3%, muito mais do que havia sido previsto no início de 2022. E o melhor: um crescimento alicerçado nos setores produtivos, sem interferência governamental. É o melhor dos mundos. Os níveis de emprego melhoram sistematicamente. Voltamos a ser um dos principais países na atração de investimentos externos.

Além disso, a inflação brasileira está caminhando a passos largos para a meta estabelecida pelo Banco Central. Estamos muito mais próximos, inclusive, do que países desenvolvidos, que iniciaram o ajuste tarde demais. Isso é fruto de inúmeros fatores (redução de impostos, queda no preço do petróleo, entre outros tantos).

É, também, resultado da independência do Banco Central, votada e aprovada no atual governo, algo que o PT não queria. Aliás, se lembrarmos de episódios da nossa história veremos que a posição petista está sempre na contramão do que é certo. Chegaremos, assim, à conclusão de que o Brasil avança... e avança apesar do PT e da sua postura infantilóide e irresponsável. Foi assim com o Plano Real (PT votou contra; reforma trabalhista (PT votou contra); reforma da previdência (PT votou contra); e, mais recentemente, novamente com a autonomia do Banco Central (PT votou contra).

Com sua discurseira típica de boteco barato, Lula promete picanha aos brasileiros. Curioso é que o mesmo Lula, em 2015 (ano em que a presidente era Dilma Rousseff, sua pupila), em meio à crise iniciada no governo dele, o ex-condenado disse para o povo se contentar em comer arroz sem carne. Coerência não é o forte dessa turma.

No domingo será assim: você pode escolher comer uma ou outra picanha nos próximos anos, mas correndo sério risco de passar décadas comendo o pão que o diabo amassou. Para arrumar uma casa é preciso tempo. Para bagunçar basta um irresponsável com poder. Se você sabe que dinheiro não dá em árvore e que o Estado não dá nada de graça (apesar da propaganda da “saúde grátis”, “educação grátis”...) há apenas um caminho no domingo, com todas as suas imperfeições. Se você ainda não paga suas contas e não descobriu o valor do seu suor, aproveite para mergulhar em um sonho. Só não reclame se acordar em meio a um pesadelo.


Correio do Povo

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