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quinta-feira, 28 de outubro de 2021

A aposta do Facebook no Metaverso

 Em meio a maior crise já enfrentada, marca investe no fortalecimento da fusão entre rede social e Realidade Virtual


O Metaverso tomou o centro das discussões após virar a grande aposta das gigantes de tecnologia. O Facebook é uma delas, que desde setembro anuncia investimento de cifras robustas na criação de um universo digital com uso de Realidade Virtual (VR). "De maneira geral, a história do Metaverso é a de um 'metamundo' mesmo, um mundo paralelo", pontuou Eduardo Campos Pellanda, professor e coordenador do Laboratório de Pesquisa em Mobilidade e Convergência Midiática da PUCRS.

A palavra "metaverso" surgiu pela primeira vez no livro Snow Crash (1992), escrito por Neal Stephenson. O aglomerado de realidade virtual também já foi explorado em filmes de ficção científica como Matrix (1999), das diretoras Lana Wachowski e Lilly Wachowski. Neles, avatares transportam características físicas e psicológicas dos usuários para dentro da realidade tecnológica.

Em geral, é um conceito usado de maneira bem ampla, mas que reúne um ecossistema de ferramentas para a criação de um universo digital que vai buscar, muitas vezes, reproduzir locais e interações sociais. Mas também pode ser usado para criar espaços fictícios. Exemplo disso são games como Second Life (2003) e Fortnite (2017), onde jogadores, por meio de avatares, realizam ações e interações em uma cidade inventada.

O exemplo mais chamativo foi a série de cinco shows virtuais realizadas em abril deste ano do rapper americano Travis Scott, que apareceu na forma de avatar no Fortnite. As apresentações foram visualizadas por mais de 12 milhões de jogadores. 

A aposta futurista do Facebook

Diferente de como a realidade virtual é usada hoje em dia – geralmente em games –, a ideia agora passa a ser estendida para outras áreas. Uma das propostas já em teste pelo Facebook é a criação de uma rede chamada de Horizon (horizonte, na tradução), que possibilita virtualmente reuniões de trabalho em tempo real. Mesmo reconhecendo a fusão que o grupo tenta há anos fazer entre a rede social e o uso da Realidade Virtual, Eduardo Pellanda classifica como "marketing" a criação de um metaverso. 




"O Facebook usando o termo pra chamar todo o conglomerado de Metaverso mostra claramente que estão tentando ser uma empresa diferente. Talvez um pouco a estratégia que o Google fez um tempo atrás descolando o seu produto principal para o Alphabet, nome que o grupo acabou tendo", lembrou o professor. "Mas o ponto do Zuckerberg [CEO do Facebook] aqui é tentar achar uma forma de dizer que a empresa é um grupo especializado em reproduzir mundo e recriar ambientes para contar histórias", completou. 

Segundo Pellanda, a mudança pode contribuir para proteger a reputação da marca. A empresa de tecnologia enfrenta atualmente denúncias de omissão de proteção de conteúdo, incitação a discursos de ódio e violência. Essa é a maior crise desde o lançamento do Facebook, em 2004. "Se ela tiver algum tipo de processo, problema na justiça, como está tendo nos últimos meses e anos, a empresa fica como algo maior, e não o Facebook como um todo."

A aposta do Facebook no metaverso também vai de encontro com uma das prioridades da empresa: impulsionar seu próprio headset de realidade virtual lançado há anos e batizado de Oculus. Uma versão Pro do equipamento deve ser anunciada pela marca em evento nesta quinta-feira, às 14h. Nesta mesma conferência, detalhes sobre o projeto serão divulgados. "Eles já estão tentando colocar no mercado essa rede e deve ter muito em breve uma atuação maior", projeta o docente da PUCRS.


Correio do Povo

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