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sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Passagens mais caras, destinos nacionais em alta e maior procura por viagens ao Exterior: veja como está a retomada do turismo

 


À medida em que avança a vacinação contra a covid, os brasileiros dão mostras de que querem voltar a viajar a passeio. A pesquisa por passagens aéreas nacionais mais que dobrou entre junho e setembro em comparação com o mesmo período de 2020, e o reflexo se vê nos preços, que, por sua vez, estão 36% mais altos.

Para voos internacionais, os valores tiveram uma queda discreta, de 8%, enquanto as buscas triplicaram, impulsionadas pela flexibilização da entrada de brasileiros na Europa e nos Estados Unidos.

Os dados são do estudo anual Barômetro, do buscador Viajala.com.br, que faz um diagnóstico do mercado aéreo no Brasil e na América Latina. A pesquisa analisou mais de 7 milhões de buscas de voos entre junho e setembro de 2021 e comparou os resultados com os mesmos meses de 2020, quando o Brasil vivia o primeiro pico da doença.

A procura pelos voos nacionais aumentou 164%. Além da grande demanda, a alta do preço dos combustíveis e a inflação também fizeram o custo dos bilhetes subir, aponta Allier.

Compras antecipadas

A alta nos preços das passagens e o maior controle da covid fizeram com que os viajantes voltassem a planejar os voos nacionais com alguma antecedência, ao contrário do ano passado, quando os planos eram mais improvisados.

De acordo com a pesquisa, a média de tempo entre a procura pela passagem e a data do embarque nas viagens nacionais é de 26 dias, 13% a mais que em 2020.

Já nos voos internacionais, esse tempo de antecipação caiu 27%, passando para uma média de 76 dias, o que significa que os passageiros estão buscando viagens para períodos mais próximos.

Para Allier, isso acontece porque, com a reabertura das fronteiras para brasileiros, os planos de viagem deixam se ser apenas projeções e se tornam mais reais, especialmente com a liberação da entrada de pessoas vacinadas com a Coronavac nos Estados Unidos.

Tendências

A pesquisa projeta ainda os destinos mais buscados para o cenário pós-pandemia, quando a grande maioria da população latina já estiver com o esquema vacinal completo.

Dentre os destaques dentro do país estão Natal, no Rio Grande do Norte, e João Pessoa, na Paraíba, com crescimentos acima da média nacional nas buscas de voos.

Partindo das capitais São Paulo e Rio de Janeiro, as buscas também aumentaram por Salvador e Fortaleza. Já Recife continua como um dos destinos mais procurados, concentrando cerca de 15% do total de buscas.

Atrações ao ar livre em praias isoladas, piscinas naturais e dunas tornam as capitais nordestinas e suas cidades vizinhas uma boa aposta. Roteiros de carro por locais pouco visitados também ajudam a fugir das aglomerações e podem render ao turista paisagens incríveis.

Dentre os destinos internacionais, o destaque é Montevidéu, que teve um boom na ferramenta de busca do Viajala – vale lembrar que o Uruguai anunciou que liberaria em novembro a entrada de brasileiros no país. Nossos vizinhos Argentina e Chile, que já vêm reabrindo fronteiras, também estão na rota buscada pelos brasileiros.

Com voos partindo de São Paulo e Rio de Janeiro, as pesquisas por passagens para o Porto aumentaram e a cidade portuguesa está entre um dos destinos mais buscados, junto com a campeã Lisboa. Já para os Estados Unidos, Orlando teve um aumento em buscas saindo da capital paulista, enquanto a procura por Miami cresceu em voos partindo do Rio.

Otimismo

A tendência de reativação do turismo no Brasil é indicada ainda por números do IBGE, que apontam que o mês de setembro teve uma recuperação de 75% no número de voos em comparação ao mesmo mês de 2019, antes da crise sanitária.

Já a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) afirma que o turismo registrou crescimento pelo quinto mês consecutivo em agosto, e a menor perda mensal desde março de 2020.

Para o executivo da Viajala, a previsão é que o turismo se aproxime da recuperação total entre o segundo e o terceiro trimestre de 2022, junto com a volta das viagens internacionais, mas ainda há desafios pela frente, como a alta do dólar e dos combustíveis.

Estados Unidos

Enquanto o mercado turístico dá sinais de recuperação com as viagens de lazer, o turismo de negócios, que sofreu uma queda de quase 90% durante a pandemia, ainda retorna a passos lentos.

Com a maior adaptação das empresas ao modelo home office, as viagens corporativas vêm se tornando menos frequentes e novas configurações de trabalho ganham espaço, como os “nômades digitais”, que preferem passar temporadas longas no destino.

Assim, as viagens curtas que antes eram compradas em cima da hora, com altos lucros para as companhias aéreas, estão dando lugar a viagens flexíveis e mais organizadas — esses “nômades” gastam menos nas passagens de última hora, mas ficam mais tempo no destino, o que representa um gasto importante, revela o executivo.

O Sul

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