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sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Após seis meses, proteção da CoronaVac cai de forma “significativa”, aponta estudo encomendado pelo Ministério da Saúde

 


Resultados parciais do estudo encomendado pelo Ministério da Saúde sobre terceira dose para pessoas vacinadas com CoronaVac para covid-19 indicam que, seis meses depois da aplicação, há uma “queda significativa” nos níveis de anticorpos totais e anticorpos neutralizantes.

A análise dos dados termina este mês e deve ser publicada em revista científica em dezembro e, portanto, os números ainda não podem ser divulgados. Mas a coordenadora do estudo, Sue Ann Clemens, responsável por trazer os estudos da vacina Oxford/AstraZeneca ao Brasil, chefe do comitê científico da Fundação Bill e Melinda Gates, e diretora do primeiro mestrado em vacinologia do mundo, na Universidade de Siena, adianta que o estudo comprova, cientificamente, o que especialistas já alertaram:

“Os níveis de anticorpos caem em todos os grupos, especialmente entre idosos. É significativo”, afirma.

O estudo, com 1.200 voluntários, do Hospital São Rafael, em Salvador, e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), também verificou a eficácia de uma dose de reforço para esses indivíduos usando as vacinas disponíveis no Brasil: Pfizer, Oxford/AstraZeneca, Janssen e a própria CoronaVac.

“Todas as vacinas estimularam o sistema imune, mas o reforço heterólogo, ou seja, feito com vacina diferente, é substancialmente maior”, diz Clemens.

O melhor resultado obtido foi com a Pfizer, seguida por Oxford/AstraZeneca, depois Janssen e, por fim, CoronaVac. As vacinas de RNA mensageiro ou vetor viral (as três primeiras) também promovem maior imunidade celular, o que não é o forte da vacina de vírus inativado, a CoronaVac.

“Isso corrobora o que se viu na prática, com aumento de casos no grupo vacinado após seis meses, e nos estudos de efetividade que vêm sendo feitos. É a recomendação, embora haja estados ainda dando a terceira dose da CoronaVac no Brasil, o que só se justifica se não houver disponibilidade das outras. Estamos falando de política de saúde baseada em evidências.”

O estudo foi finalizado, mas os pesquisadores podem submeter uma emenda a fim de colher amostras de sangue dos voluntários em seis meses. A expectativa de Clemens é que, com a vacinação heteróloga, a duração da proteção seja maior. Há também a intenção de avaliar a possibilidade do uso de meia dose para reforço, dobrando a capacidade de vacinação. As informações são do jornal O Globo.

O Sul

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