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quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Profissionais são demitidos por fura-fila de vacina em Porto Alegre

 Cinco servidores que atuavam na UBS Guarujá foram desligados


Um esquema para furar a fila da vacinação contra a Covid-19 na Unidade Básica de Saúde (UBS) Guarujá, localizada na zona Sul de Porto Alegre, levou à demissão de cinco profissionais que atuavam no local. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), uma enfermeira, três técnicas de enfermagem e uma auxiliar administrativa teriam privilegiado familiares fora do grupo prioritário ou da faixa etária para a imunização.

Uma sindicância para a apuração dos fatos foi aberta e a Associação Hospitalar Vila Nova, gestora do RH da unidade, foi orientada a tomar as medidas cabíveis. Segundo a prefeitura, a secretaria abriu boletim de ocorrência na Polícia Civil e denunciou o caso ao Coren-RS e ao Ministério Público. As demissões acabaram ocorrendo por justa causa, segundo a pasta, por “ato ilícito contra a administração pública”.

O vereador Jonas Reis (PT) procurou a 2ª Delegacia de Polícia Distrital do bairro Menino Deus e o Ministério Público Federal para denunciar que o esquema de fura-fila na unidade de saúde do Guarujá pode ter levado à aplicação de soro fisiológico ou água em moradores que procuraram o local para receber a imunização contra a Covid-19. “A minha preocupação é que, caso tenha ocorrido fraude mesmo, que as pessoas vacinadas lá possam ter uma resposta do Poder Público.

Se houve fraude, as pessoas precisam ser testadas porque a saúde delas está em risco”, defende Reis, ao ponderar que a denúncias ainda precisam ser esclarecidas: “Como chegaram todas essas informações, eu trago à polícia e levarei também ao Ministério Público Federal para que isso seja apurado pelas autoridades competentes.”

Apesar de reconhecer o esquema de desvio de doses da unidade, a prefeitura de Capital nega que tenha ocorrido aplicação de outras substâncias em moradores. “A apuração dos fatos junto aos envolvidos apontou que não houve substituição do imunizante por soro fisiológico ou água. Com isso, não há suspeitas de que pessoas tenham sido vacinadas com outra substância. A SMS desconhecia tal prática e repudia qualquer conduta semelhante, seguindo veementemente o Plano Nacional de Imunização estabelecido pelo Ministério da Saúde”, explicou a secretaria, em nota.

O órgão esclareceu, ainda, que desde a identificação do ocorrido na unidade, a fiscalização foi ampliada em toda a rede municipal. “Intensificamos o monitoramento das doses entregues e doses aplicadas de cada unidade de saúde. Também foi orientado para as coordenações a evitarem a abertura de novos frascos ao final do dia, a fim de diminuir as sobras em cada unidade”, explicou.


Correio do Povo

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