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PF prende presidente do Grupo Galvão em nova fase da Lava Jato
A Polícia Federal (PF) prendeu hoje, em mais uma etapa da
Operação Lava Jato, o acionista e presidente do Conselho de
Administração do Grupo Galvão, controlador da empreiteira Galvão
Engenharia, Dario de Queiroz Galvão Filho. Também foi preso Guilherme
Esteves de Jesus, apontado pelo Ministério Público Federal como operador
dos pagamentos de propina da empresa Sete Brasil, que tem contratos com
a Petrobras.
Dario de Queiroz Galvão Filho foi preso em
casa, em São Paulo, e Guilherme Esteves, no Rio de Janeiro. Cumprindo
mandado do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da
Operação Lava jato, os agentes da PF também cumpriram mandados de busca e
apreensão nos locais onde ocorreram as prisões. A Polícia Federal cumpriu mandado do juiz Sérgio Moro Akemi Nitahara/Repórtera Agência Brasil Na
quarta-feira (25), as empresas Galvão Engenharia e Galvão
Participações, vinculadas ao Grupo Galvão, apresentaram à Justiça do Rio
de Janeiro pedido de recuperação judicial. Comunicado da empresa a
colaboradores, fornecedores, clientes, parceiros de negócios e
acionistas informou que foram e serão tomadas “todas as medidas
necessárias ao restabelecimento das condições operacionais e
financeiras” das empresas e, no tempo mais breve possível, o grupo
retornará “plenamente” às atividades. Uma das
empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção investigado pela Lava
Jato, a Galvão Engenharia informou, ainda, que a atual situação foi
agravada pela inadimplência de alguns de seus principais clientes, entre
eles a Petrobras.
Por meio de nota, a Petrobras
esclareceu que está em dia com suas obrigações contratuais e que os
pagamentos dos compromissos reconhecidos com as contratadas são
realizados de acordo com a legislação vigente e os prazos contratuais.
"Eventualmente, empresas contratadas apresentam pleitos de pagamentos
adicionais, que são submetidos a avaliação. Eventuais pleitos não
representam a existência de dívida por parte da Petrobras", ressaltou a
nota.
A
prisão preventiva de Dario de Queiroz Galvão Filho foi requerida pelo
Ministério Público Federal (MPF), com base em depoimentos colhidos em
outras etapas da Lava Jato, inclusive de delação premiada. No despacho, o
juiz da 13ª Vara Federal em Curitiba esclareceu que seria “estranho”
manter a prisão preventiva de Erton Fonseca, presidente da Divisão
Industrial da Galvão Engenharia, e deixar em liberdade “aquele a quem as
provas em cognição sumária apontam como mandante”.
No
documento, Moro citou depoimento do engenheiro civil Shinko Nakandakari,
acusado de ser um dos operadores do esquema de corrupção investigado
pela Operação Lava Jato. Nakandakari afirmou que Dario Galvão Filho
tinha conhecimento do pagamento de propina e que Erton Fonseca era
subordinado a ele.
“Apesar da presunção de inocência e da
excepcionalidade da prisão cautelar, a medida se justifica diante dos
indícios supervenientes de que era Dario Galvão, como mandante, o
principal responsável pelos crimes no âmbito da Galvão Engenharia”,
argumentou Sérgio Moro.
Sobre Guilherme Esteves de Jesus, o
magistrado ressaltou que, além das provas de materialidade e autoria de
crimes de corrupção e de lavagem, pesou o fato de ele ter suprimido
documentos do local onde agentes da PF cumpriram mandado de busca e
apreensão no dia 5 de fevereiro.
“As atividades de Guilherme
Esteves de Jesus inserem-se neste contexto, já que está presente, em
cognição sumária, prova de seu envolvimento direto em crimes de
corrupção e lavagem de dinheiro de cerca de US$ 8 milhões, com
destinação das propinas a dirigentes da Petrobras e da Sete Brasil”,
salientou Moro. Conforme o despacho, no dia seguinte ao
cumprimento de um mandado de busca e apreensão na casa do operador de
pagamento de propina pela empresa Sete Brasil, ele tentou sacar R$ 300
mil de sua conta bancária. De acordo com o MPF, a Sete Brasil ganhou
licitação da Petrobras para construção de sonda e negociou com vários
estaleiros. Seis sondas foram negociadas com o Estaleiro Jurong.
“Cada
estaleiro tinha seu responsável pelo pagamento de propinas. Guilherme
Esteves de Jesus era o operador do Estaleiro Jurong”, afirmou Moro.
“Além disso, documentos e celulares apreendidos contêm provas
relevantes, conforme análise já realizada dos pressupostos da
preventiva. Ainda assim, é provável que a busca revelasse provas ainda
mais relevantes, não fosse o episódio lamentável, no qual a esposa de
Guilherme, a seu mando e com o seu auxílio, subtraiu do local material
probatório ainda desconhecido”, concluiu o juiz no despacho.
Apesar
de o MPF ter pedido a prisão preventiva de Lilia Loureiro Esteves de
Jesus, mulher de Guilherme, o juiz indeferiu o pedido. Os dois presos
serão levados para a carceragem da PF, em Curitiba.
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