As acusações de encobrimento em torno dos arquivos relacionados ao financista Jeffrey Epstein ganharam força neste domingo (21), após democratas acusarem o presidente norte-americano Donald Trump de tentar se proteger ao descumprir ordem que determinava a divulgação integral dos documentos.
Documentos censurados
Na noite de sexta-feira (19), o Departamento de Justiça publicou parte do material aguardado, mas com trechos e imagens censurados, incluindo uma foto de Trump. A decisão gerou indignação entre vítimas de Epstein e críticas de parlamentares.
O congressista democrata Jamie Raskin afirmou à CNN:
“Trata-se de encobrir coisas que, por algum motivo, Donald Trump não quer que sejam divulgadas, seja sobre ele mesmo, membros da sua família ou amigos.”
Entre os documentos, há registros de personalidades como Bill Clinton e Mick Jagger ao lado de Epstein. Um documento de 119 páginas intitulado Grande Júri – NY foi totalmente ocultado.
Reações políticas
O senador democrata Chuck Schumer classificou a situação como um possível “maior encobrimento da História”. Já o republicano Thomas Massie denunciou “ocultação seletiva”, afirmando que a medida viola a lei aprovada pelo Congresso que obriga a publicação integral dos arquivos, exceto em casos que envolvam a privacidade das vítimas.
O líder democrata na Câmara, Hakeem Jeffries, exigiu explicações formais do Departamento de Justiça em até 15 dias.
Vítimas criticam
A vítima Jess Michaels disse à CNN que não encontrou seu depoimento nem registros de denúncias feitas ao FBI:
“Isso é o melhor que o governo pode fazer? Nem sequer uma lei do Congresso nos está fazendo justiça.”
Posição oficial
O vice-procurador-geral Todd Blanche negou que haja tentativa de proteger Trump. Segundo ele, não houve retenção intencional de informações.
Apesar das críticas, Trump promulgou em 19 de novembro uma lei que obrigava a publicação dos arquivos em até 30 dias, prazo que se encerrou na última sexta-feira.
Contexto
Os documentos reforçam os laços de Epstein com figuras poderosas, incluindo Trump e o ex-príncipe britânico Andrew, além de trazer imagens inéditas de Clinton em momentos de lazer com Ghislaine Maxwell, cúmplice de Epstein.
Maxwell é a única condenada até hoje em conexão com os crimes do financista, cumprindo pena de 20 anos de prisão por recrutar menores de idade. Epstein morreu em 2019, em prisão federal, em circunstâncias oficialmente classificadas como suicídio.







