Alguns portões, que são parte do sistema de proteção contra cheias, estão em obras para fechamento em concreto armado, enquanto outros serão móveis e passam por melhorias
Das 14 comportas distribuídas à margem do Guaíba, parte do sistema de proteção contra cheias de Porto Alegre, quatro estão com frentes de trabalhos: as de número 8, 9, 10 e 13, para fechamento em concreto armado. Outras estão com planejamento de serem móveis e passam por melhorias. Todas as atividades estão sendo executadas pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae). Vicente Perrone, diretor-executivo da autarquia, avalia o processo como bem encaminhado. “A gente espera, com certeza absoluta, até o final do ano já ter todas concretadas, provavelmente bem antes do que isso. Nosso cronograma interno é até menor do que esse, mas a gente trabalha com até o final do ano", ressalta.
A situação dos portões móveis é mais complexa, e a projeção é de três a quatro meses para construção da comporta de metal. O pontapé inicial deve ser ainda no mês de agosto, com previsão de conclusão para o primeiro trimestre de 2026. Confira a situação de cada portão (há, também, um mapa abaixo):
Comportas que serão extintas
A comporta 8, localizada na avenida Castelo Branco, está com obras avançadas, relata Perrone. Já foram feitas as estacas e a modelagem dos blocos de armadura. “A oito é a que menos teve interferências, e a gente deve finalizar ela ainda no mês de agosto”, projeta o diretor. Já a 9 é onde estão localizadas as Estações de Bombeamento de Águas Pluviais (EBAP) Moinhos de Vento e São João. "Após retirar a argila, a gente está fazendo uma escavação e vendo onde exatamente entra a água das duas estações de tratamento. Ela capta a água e passa exatamente embaixo da comporta, então a gente tem que fazer uma escavação bem grande, de mais ou menos 4 metros de profundidade, para chegar nessas duas galerias e não botar uma estaca em cima, que a gente teria um problema bem maior do que qualquer coisa”, explica Perrone. O processo está ocorrendo há alguns dias e deve ser finalizado nos próximos, estima o diretor.
Situação das comportas do sistema de proteção contra cheias do Guaíba em Porto Alegre | Foto: Camila Cunha
A comporta 10, também na Castelo Branco, tem uma interferência da CEEE Equatorial por alimentar toda a iluminação pública da avenida Castelo Branco. A empresa responsável pela troca dos cabos no local já está contratada, e o projeto foi aprovado nos últimos dias, estima a pasta. É necessário fazer transferência do cabo na área, um transformador está posicionado ao lado da comporta, e também há uma rede subterrânea.
Na comporta 13, já foi retirada a argila colocada na última cheia de junho. “Ontem [quarta-feira] tivemos uma reunião in loco para retirar mais uma parte da argila e voltar o status que estava antes”, relata o diretor. O estaqueamento deve começar na próxima semana, dependendo das condições climáticas.
Situação das comportas do sistema de proteção contra cheias do Guaíba em Porto Alegre | Foto: Camila Cunha
A comporta 14, entre a avenida Castelo Branco e Voluntários da Pátria, precisou ter um aditivo no contrato. "Devemos ter uma reunião com a empresa no início da semana que vem, formalizando tudo isso", adianta o diretor. Na sequência, será retirada toda a argila, feito o teste das estacas, e o processo tende a ser rápido, estima o diretor. A empresa de projeto também já foi contratada para refazer o projeto da da comporta móvel para uma comporta fixa, o que deve durar em torno de 10 dias para o início das obras.
Situação das comportas do sistema de proteção contra cheias do Guaíba em Porto Alegre | Foto: Camila Cunha
A decisão de fechamento completo desta comporta foi anunciada pela prefeitura de Porto Alegre no último sábado. “É uma discussão que está no âmbito da prefeitura, do Dmae e da mobilidade desde o ano passado. Tinha uma questão de mobilidade bastante importante ali, principalmente dos clubes. Com essa última cheia, a comunidade da Vila Farrapos e Humaitá pressionou bastante. O Dmae, como autarquia responsável pela obra, tomou a decisão.
"Foi uma decisão técnica e também em política social, vamos dizer, com embasamento técnico, mas uma decisão de dar mais tranquilidade para a população. Técnica porque ali foi, segundo os especialistas que a gente tem bastante contato, o ponto onde mais entrou água na cidade. Então para aumentar a segurança hídrica e diminuir a necessidade de manutenção, a gente vai fechar com o concreto armado", afirma Perrone.
A comporta rompeu com a força da água, inundando grande parte do 4º Distrito. A possibilidade de fechamento definitivo já havia sido discutida no ano passado - quando, considerando as demandas de mobilidade, optou-se por manter um portão protegendo metade da passagem. Em junho, o portão recebeu sacos de areia e argila para conter a passagem de água.
Comportas que serão móveis
As comportas 11 e 12 serão móveis e estão em processo de substituição por uma estrutura nova. Na 11, localizada na avenida São Pedro, houve contratação de uma empresa de soldagem, por meio de licitação. Os documentos da empresa vencedora estão sendo analisados para contratação e o início da produção da comporta. A situação desta está ligada com a situação da comporta 12, localizada na avenida Cairu.
Já que as duas vão ter passagem de carros, uma durante a obra da outra, elas terão interferência. “No momento que a gente começar a obra na 12, o trânsito vai ter que ser pela 11”, explica o diretor. Independentemente do processo, o prazo de conclusão das obras segue o mesmo do prometido para ambas: primeiro trimestre de 2026.
Situação das comportas do sistema de proteção contra cheias do Guaíba em Porto Alegre | Foto: Camila Cunha
Comportas móveis que tiveram melhorias
As comportas 1 (Usina do Gasômetro), 2 (Cais Embarcadero), 4 (avenida Mauá x Sepúlveda), e 6 (Catamarã), que são móveis, tiveram melhorias de vedação e mobilidade. O diretor explica que esse processo foi feito por meio de revisão e teste nas roldanas e nos trilhos. Houve troca de borracha de vedação e das soldas. Também, uma mudança do método de fechamento. A gente instalou eh um método que tem uma argola de passagem numa distância bastante grande, onde o caminhão consegue com a corrente e com a corda fechar ele bem mais rapidamente”, explica Perrone.
“Antes era com retroescavadeira empurrando. Agora, um simples caminhão consegue, como se fosse um guincho, puxar a porta com um sistema bem mais seguro, onde ela anda no trilho”, diz. Para as comportas 2, 4 e 6, o processo pode ser feito manualmente por uma pessoa, no máximo duas. "Essa revisão permite isso, um fechamento mais tranquilo, rápido e seguro", ressalta.
As demais comportas – 3 (avenida Mauá x Padre Tomé), 5 (avenida Mauá) e 7 (avenida Mauá) – foram extintas com fechamento de concreto armado.
Confira, abaixo, a situação de todos os portões:
- Comporta 1 (Usina do Gasômetro) - é móvel e teve melhorias de vedação e mobilidade
- Comporta 2 (Cais Embarcadero) - é móvel e teve melhorias de vedação e mobilidade
- Comporta 3 (avenida Mauá x Padre Tomé) - foi extinta, por meio de construção em concreto armado
- Comporta 4 (avenida Mauá x Sepúlveda) - é móvel e teve melhorias de vedação e mobilidade
- Comporta 5 (avenida Mauá) - foi extinta, por meio de construção em concreto armado
- Comporta 6 (Catamarã) - é móvel e teve melhorias de vedação e mobilidade
- Comporta 7 (avenida Mauá) - foi extinta, por meio de construção em concreto armado
- Comportas 8, 9 e 10 (avenida Castelo Branco) - estão em obras para fechamento em concreto armado
- Comporta 11 (avenida São Pedro) - está em obras, será móvel e substituída por estrutura nova
- Comporta 12 (avenida Cairu) - está em obras, será móvel e substituída por estrutura nova
- Comporta 13 (avenida Castelo Branco) - está em obras para fechamento em concreto armado
- Comporta 14 (avenida Castelo Branco x Voluntários da Pátria) - está em obras para fechamento em concreto armado
Correio do Povo
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