Após a enchente, limpeza de Porto Alegre pode durar meses

 Água das cheias deixará para trás lama suja, entulho e riscos à saúde pública



O Rio Grande do Sul vive há dias a maior tragédia de sua história. A Capital do Estado tem bairros inteiros embaixo d’água. Boa parte da estrutura pública ficou inacessível ou mesmo arrasada. O primeiro esforço foi o de resgate às pessoas ilhadas. Em seguida, acolhimento, alimentação, fornecimento de água, tarefas que envolveram diversos órgãos do poder público, apoio de empresas e o trabalho de incontáveis voluntários.

Com a estrutura de bombeamento de água pluvial bastante comprometida, a água deve levar ainda vários dias para retornar à calha do rio Guaíba. E depois? Mesmo com as ruas e casas secas, Porto Alegre ainda estará longe de um mínimo de normalidade.

Quando a água for embora das ruas, deixará para trás outros problemas. O contato com a água suja e contaminada pode gerar doenças. A estrutura de tratamento e distribuição de água está comprometida. O mesmo se pode afirmar do esgoto pluvial e da energia elétrica. Os impactos em outras estruturas voltadas à prestação de serviços básicos, como postos de saúde e escolas, ainda precisarão ser medidos.

Quando a água baixar, restará muita lama, sujeira, matéria orgânica e entulho. O trabalho de limpeza pode levar meses.

A prefeitura de Porto Alegre ainda não tem projeção de como será feita essa limpeza e quanto tempo esse trabalho vai durar. Nas áreas em que a água já baixou, equipes do DMLU recolheram mais de 365 toneladas de resíduos, logo e entulhos, até essa sexta-feira. Os materiais serão encaminhados ao aterro sanitário de Minas do Leão.

Água barrenta e repleta de poluentes

Fernando Magalhães, professor de Saneamento no Departamento de Obras Hidráulicas do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS prioriza as ações mais urgentes a normalização do fornecimento de água, o bombeamento da água que alaga a cidade de volta para o rio e a retomada da coleta e tratamento de esgoto. Assim, pode-se começar a trabalhar na remoção dos resíduos sólidos e dos entulhos.

“É preciso tentar retomar o abastecimento de água 100%. Ao mesmo tempo, precisamos retirar esta água da inundação, que está dentro da estrutura de proteção, então restabelecer o bombeamento de água pluvial é importantíssimo. E retomar a coleta e tratamento de esgoto. Assim começamos a agir em relação aos resíduos sólidos”, afirma.

Magalhães chama atenção para a composição dessa água barrenta que toma conta da cidade, que é repleta de matéria orgânica proveniente de esgoto, vegetais arrancados pela água, alimentos e decomposição de animais e até mesmo, eventualmente, pessoas mortas, além de muito óleo das embarcações.

“Toda essa água da chuva que veio lá de cima do Estado, vem lavando o Estado e trazendo todos os compostos e poluentes que você possa imaginar, desde matéria orgânica até micropoluentes. Tem coisas na água que a gente nem sabe e nem consegue medir. Por isso um programa de monitoramento série é fundamental.”

Lixo, ratos mortos e mau cheiro no Centro Histórico Lixo, ratos mortos e mau cheiro no Centro Histórico | Foto: Fabiano do Amaral

Magalhães ressalta que o cenário após a água baixar varia conforme cada região. Na Serra e nos Vales, por exemplo, a água desce com velocidade, causando muitos estragos, mas as áreas não permanecem alagadas por um longo período, enquanto em locais baixos e planos, como Porto Alegre e a Zona Sul do Estado, a enchente é mais duradoura.

“O tempo que a água fica afeta. Tudo fica muito úmido. Existe uma série de produtos que podem ser usados para tirar essa umidade, que é problemática, porque gera proliferação de bactérias, fungos, protozoários.”

Preocupação com doenças

O professor cita ainda a preocupação em relação à saúde pública. Há risco de doenças relacionadas a vetores, como a dengue. Além disso, o contato com a água contaminada traz risco de diarreia, desnutrição e infecções diversas. “É importante o monitoramento dessas águas, da água do abastecimento, e também dos esgotos. É uma forma de vigilância epidemiológica.” Questões relacionadas à saúde mental também pesam neste momento, destaca o especialista.

Experiência que vem do Vale

Assim como as águas descem desde as áreas mais altas do Estado até desembocarem no rio Guaíba, os estragos se refletem em cadeia, região após região. Antes da água invadir as ruas de Porto Alegre, inundou a Serra e o Vale do Taquari. No Vale, população e poder público se viram diante de mais uma catástrofe poucos meses após a enchente histórico que atingiu a região em setembro de 2023.

Hoje vereador, Fabiano Bergmann, o Medonho, era secretário de Obras de Lajeado, maior cidade do Vale, na ocasião. Ele coordenou o trabalho de limpeza da cidade.

“A retirada da lama, restos de móveis e galhos é a parte mais bruta. As equipes recolhem nos caminhões e o excedente lava com lava jato. O mais difícil é quando a água baixa e a lama grossa entra para as bocas de lobo e é preciso desentupir os bueiros com hidrojato. Esse serviço se estende por meses.”

Estrela estima R$ 50 milhões para a limpeza

Em Estrela, no Vale do Taquari, a prefeitura estima que uma primeira operação de limpeza e recuperação prévia de vias urbanas, rurais e parques custe cerca de R$ 50 milhões. O município teve 75% de sua área atingida pela enchente do rio Taquari. A estimativa é de que 45 mil toneladas de entulhos sejam retiradas das vias. O número é três vezes maior do que o registrado na enchente de setembro de 2023.

O secretário de Infraestrutura Urbana de Estrela, Osmar Müller, conta que o cenário da cidade é semelhante ao visto em setembro de 2023. “Em primeiro lugar, muita lama nas ruas. Aqui, a enchente destruiu muitas casas, então há também muito entulho. É um cenário de guerra.”

No ano passado, o trabalho se estendeu por meses e envolveu prefeitura, empresas contratadas e voluntários. Antes que a limpeza fosse concluída, a região sofreu nova enchente, em novembro.

Müller destaca que o trabalho de limpeza começou ainda antes da água baixar completamente. “Quando a água começou a baixar, pegamos as máquinas e fomos empurrando o lodo junto com a água, para ir embora junto com o rio. Já diminui um pouco o serviço”, afirma.

A etapa seguinte foi abrir caminho nas vias, empurrando os entulhos para os cantos, para possibilitar o acesso às casas e a circulação de máquinas. Em seguida, a etapa mais demorada, no caso de Estrela, o recolhimento do entulho. O material, que é contaminado, precisa ser destinado de forma adequada. Na região, foram destinadas três áreas, em acordo com Secretária Estadual do Meio Ambiente e Fepam, para depósito desse entulho.

Por fim, entraram em cena caminhões com hidrojateamento. Primeiro, para desobstruir as tubulações de esgoto e evitar que a chuva cause novas inundações. Depois, ocorre a lavagem das ruas, também com a água pressurizada. “Se não, quando dá um sol, ninguém aguenta, porque fica uma poeira que é bem tóxica. O que vem nessas águas de enchente é complicado.”

Quando a cidade ainda se recuperava da enchente de setembro, foi atingida por nova cheia, em novembro. Nessas ocasiões, como o problema era mais localizado na região, foi possível contar com apoio de diversas prefeituras. “A maior dificuldade agora é que todo o Estado foi atingido. Neste momento, não tem nem como pedir ajuda pra outro município. Todos estão precisando.”

Correio do Povo

Arroio Dilúvio - 10/05/2024

 


Varejo do RS tem prejuízo de R$ 585,4 milhões devido às enchentes

 Números são estimados pela CDL e correspondentes a primeira semana de maio


Em nota técnica publicada nesta sexta-feira, 10, a CDL Porto Alegre, entidade do varejo conectada a 300 municípios do Rio Grande do Sul, avalia o tamanho do impacto financeiro para o varejo gaúcho neste período de enchentes, com base na combinação entre levantamentos da Cielo e do IBGE. De acordo com a metodologia coordenada pelo economista-chefe da Entidade, Oscar Frank, os prejuízos, considerando apenas a primeira semana de maio, totalizam R$ 585,4 milhões.

O cálculo partiu da queda real (deflacionada pelo IPCA) apontada pelo Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) de 15,7% do faturamento do setor na semana entre 30 de abril e 05 de maio de 2024 em comparação com período equivalente de 2023 (02 a 07 de maio). Em seguida, foram utilizados os dados do IBGE, que permitem ter uma ideia da magnitude da receita semanal da categoria no Rio Grande do Sul nesta época do ano. Ao se aplicar o recuo das transações acusado pela Cielo ao valor médio transacionado por semana obtido junto ao IBGE, chegou-se ao número desejado. Como, no entanto, o último dado do Instituto é de 2021, o número está subestimado.

Avaliação dos resultados do ICVA para o Rio Grande do Sul

As transações no Rio Grande do Sul caíram 15,7%, sendo que, no território nacional, a retração foi significativamente inferior (-3,2%). É possível constatar uma disparidade notável. As categorias ligadas aos serviços e aos bens menos essenciais sofreram as piores perdas em função da interrupção da atividade econômica em diversos locais promovida pelo excesso de chuvas.

Em contrapartida, postos de gasolina (combustíveis) e super e hipermercados registraram crescimento extraordinário. "Entendemos que a dicotomia pode ser explicada pela reação da população diante da incerteza com o futuro, suscitando a formação de estoques de alimentos e outros itens básicos. Além disso, parte do incremento é reflexo das aquisições visando doações para os atingidos pelos alagamentos", avalia Oscar Frank.

Para Porto Alegre, o recuo foi ainda mais expressivo (-17,4%). De fato, a cidade continua muito afetada pela elevação recorde do Guaíba e dos problemas derivados do fenômeno.


Correio do Povo

Governo suspende averiguação e revisão cadastral do Bolsa Família no RS

 Medida ficará em vigor até dezembro, beneficiando 252 mil famílias

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que vai suspender ações de averiguação e revisão cadastral do Bolsa Família no Rio Grande do Sul até dezembro deste ano. A medida, anunciada neste sábado, tem como objetivo dar um suporte às pessoas que foram atingidas pelas fortes enchentes no Estado nas últimas semanas.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, a medida visa a manutenção dos pagamentos de benefícios e suspender repercussões que resultem na interrupção do pagamento, como bloqueios e cancelamentos. Segundo a Pasta, mais de 252 mil famílias haviam sido convocadas no Estado para regular seus cadastros.

O Ministério também afirmou que as famílias que teriam seus pagamentos interrompidos a partir de maio, em razão da não regularização cadastral dentro dos prazos e procedimentos estabelecidos por esses processos, terão os pagamentos do Bolsa Família retomados.

"Nossa prioridade é cuidar das famílias e garantir proteção social", afirmou o ministro Wellington Dias. "Estamos concentrando os esforços e tomando todas as medidas para que o auxílio chegue a todos."

Na quinta-feira, o governo federal apresentou um pacote com medidas para socorrer o Rio Grande do Sul. Foram 12 ações, que vão injetar R$ 50 bilhões para o Estado, sobretudo em ações de crédito para famílias, empresas e pequenos agricultores. Segundo a gestão federal, serão beneficiadas, ao menos, 3,5 milhões de pessoas.

Dentro do pacote anunciado, o governo liberou o calendário de pagamento dos programas Bolsa Família e Auxílio-Gás, antecipando os pagamentos no mês de maio. A ação atingirá 583 mil famílias, com impacto de R$ 380 milhões.

De acordo com os números mais recentes divulgados pela Defesa Civil, cerca de 2 milhões de pessoas foram afetadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul, em 444 dos 497 municípios do Estado gaúcho. O número de mortes chegou a 136. Há, aproximadamente, 340 mil pessoas desalojadas e outras 71 mil em abrigos.


Correio do Povo

Brasil e Portugal articulam envio de 200 toneladas de doações arrecadadas para RS

 Envio de uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) a Portugal para a missão foi considerado "contraproducente"



A Agência Brasileira de Cooperação (ABC), vinculada ao Ministério das Relações Exteriores, e o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) articulam com a Força Aérea Portuguesa um plano logístico para transportar mais de 200 toneladas de doações arrecadas em Portugal para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. A intenção é usar aeronaves de companhias aéreas e embarcações de empresas de navegação. Em comunicado, o governo desmente informações de que teria recusado ou taxado doações.

"Usadas ou novas, doações não foram recusadas pelo governo federal e são isentas de tributação", esclareceu o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em nota divulgada neste sábado, 11.

Segundo o comunicado, o governo brasileiro já tomou uma série de medidas para tornar ágil o envio de doações do exterior para o Rio Grande do Sul. Representantes do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), Casa Civil, Ministério da Defesa e Ministério das Relações Exteriores estão negociando com as companhias aéreas e empresas de navegação, priorizando, num primeiro momento, o transporte aéreo de medicamentos e equipamentos médicos.

O envio de uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) a Portugal para a missão foi considerado "contraproducente".

"O tempo de logística para tal missão seria de 35 horas. Nesse mesmo tempo de trabalho, a FAB transporta 167 toneladas das 1.500 toneladas que já se encontram em bases no Brasil para a Base Aérea de Canoas, no Rio Grande do Sul. O volume transportado internamente pela FAB no mesmo período de tempo é mais que oito vezes maior do que aquele que virá de Portugal", justificou o comunicado.

Na noite de ontem, 10, o vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin anunciou a suspensão temporária, válida por 30 dias, da proibição à importação de bens usados mediante doação, desde que sejam destinados ao Rio Grande do Sul. Esse prazo poderá ser prorrogado, dependendo da evolução do cenário de calamidade no Estado, apontou o ministério. A medida foi publicada em portaria da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do MDIC. A importação de bens de consumo usados é proibida, enquanto a de bens de capital usados (máquinas e equipamentos) só pode ser feita na ausência de produção nacional.

"Diferentemente do que narrativas falsas alegam, esse normativo não veda a doação de itens novos. Doações internacionais de bens novos sempre foram - e seguem sendo - permitidas. O que a Portaria faz é facilitar, por 30 dias e para atender o Rio Grande do Sul, as doações de itens usados", ressalta a nota do MDIC.

As doações poderão ser despachadas, tanto no modal aéreo quanto no aquaviário, por meio de Declaração Simplificada de Importação em papel (DSI formulário), Declaração Simplificada de Importação e Declaração de Importação destinadas ao Estado do Rio Grande do Sul ou algum de seus municípios, ficando assim isentas de impostos.

A embaixada brasileira em Lisboa e os consulados brasileiros de Porto e Faro já estão realizando a triagem dos donativos arrecadados em Portugal, para separar os itens por categorias e conferir a validade de eventuais perecíveis.

Neste sábado, a FAB e o Exército enviaram 427 toneladas de alimentos para o Rio Grande do Sul, em operação aérea e terrestre.

Estadão Conteúdo e Correio do Povo

Apenado do regime semiaberto é preso a bordo de embarcação furtada em Porto Alegre

 Policiais civis do Denarc prenderam bandido que soma pelo menos cinco registros por tráfico



Um criminoso foi preso por policiais civis do Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc), no final da tarde desse sábado, no bairro Humaitá, na zona Norte de Porto Alegre. Ele guiava um barco que havia sido furtado. O homem também utilizava tornozeleira eletrônica e cumpria pena em regime semiaberto, mesmo somando cinco registros por tráfico de drogas.

A ação ocorreu durante o patrulhamento náutico, quando os agentes receberam a informação de que um homem estava na posse de um barco que havia sido furtado na sexta-feira. Ele também transportava diversos itens, todos frutos de saques e arrombamentos ocorridos na Capital nos últimos dias.

O bandido foi preso por policiais civis que embarcaram em um jet ski. Após a abordagem, outra embarcação da Guarda Municipal de Porto Alegre apoiou os policiais civis na revista e condução do criminoso e da embarcação furtada até a avenida Souza Reis. Uma vítima reconheceu a embarcação como sendo de sua propriedade.

Diante do flagra, os policiais civis apresentaram o preso, a embarcação e os mantimentos na 2° DPPA, para a adoção dos procedimentos legais da Polícia Judiciária.

"As rondas náuticos ostensivas da Polícia Civil foram estabelecidas após a catástrofe que assola o Rio Grande Do Sul, de forma a garantir a manutenção da ordem pública nas localidades afetadas”, enfatizou o delegado Gabriel Borges.

Correio do Povo

Brigada Militar reforça segurança nos abrigos

 Corporação também reforçou policiamento no Litoral Norte, que se tornou refúgio de desabrigados


A Brigada Militar tem direcionado seus esforços a todas as frentes de segurança. Além do policiamento ostensivo e repressivo embarcado, a corporação está reforçando o efetivo nos abrigos que acolhem as vítimas das enchentes.

A BM vai somar ao efetivo que já está atuando no Estado, os policiais militares que foram designados pelo Programa Mais Efetivo. Estes policiais serão empregados a partir de segunda-feira, na segurança dos abrigos espalhados pelo Estado.

A ações seguem, ininterruptamente, por meio de patrulhamento e operações ostensivas e repressivas nos municípios mais fragilizados pelos eventos climáticos com o objetivo de reprimir qualquer tipo de crime.

O Rio Grande do Sul está somando, ainda, a Força Nacional de Segurança Pública ao apoio das polícias e bombeiros militares e civis de estados como Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e demais forças de segurança estaduais. Houve ainda reforço do policiamento no Litoral Norte, onde muitos atingidos pelas cheias buscaram abrigo.


Correio do Povo

Charge do dia - 12/05/2024

 


Arroio Dilúvio - 12/05/2024

 


Chuva no RS permanece neste domingo e ameaça repique de cheia do Rio Guaíba

 Porto Alegre e Região Metropolitana seguem em área de risco



Uma frente semi-estacionária e centro de baixa pressão trazem um domingo com chuva no Rio Grande do Sul. Chove na Metade Sul no decorrer do dia, mas a instabilidade mais forte vai ocorrer na Metade Norte, onde em muitas cidades as precipitações por vezes serão intensas com trovoadas alagamentos.

Porto Alegre e Região Metropolitana estão na área de risco. Devido ao quadro de instabilidade, a temperatura pouco vai variar com pequena diferença entre as mínimas e máximas do dia.

Rios voltam a subir

Com o que já choveu e ainda se espera de chuva neste domingo, que terá volumes altos a muito altos em diversas localidades, o cenário pode ser descrito como preocupante.

Os altos acumulados de precipitação estão ocorrendo na pior região possível diante do cenário atual de enchentes, ao longo da bacias e nas nascentes dos principais rios que ainda estão sob cheia ou enfrentaram enchentes históricas nos últimos dias.

A Serra e os Aparados da Serra são os locais de nascente dos rios Taquari e Caí. Com acumulados até agora de 100 mm a 150 mm, e que devem subir ainda mais com a chuvarada deste domingo, haverá novas enchentes no Vale do Taquari e do Caí.

O Rio Taquari, aliás, voltou a subir a cota de inundação no vale e se aproximava de 20 metros no fim da tarde. O cenário é ruim também para a bacia do Sinos, que ainda baixa.

A chuva forte que cai nas nascentes do Litoral e os grandes volumes de chuva na Serra que alimentam o Paranhana, que desemboca no Sinos, tornam um repique de cheia do Rio dos Sinos inevitável nos próximos dias. A chuva do litoral ainda trará repique de enchente para o Gravataí.

Chove com volumes médios a altos, de 50 mm a 100 mm, em quase toda a extensão do Jacuí, da região de Soledade até o Centro do estado e Porto Alegre. Com isso, o Jacuí, que ainda está muito alto, receberá mais água e seguirá elevado com risco de aumento dos níveis e repique de cheias.

Todos estes rios desembocam no Guaíba, que por ora ainda baixa em Porto Alegre, mas deverá voltar a subir nos próximos dias com vento Sul e a chegada de vazão maior dos vários rios com repiques de cheias. Isso prolongará a enchente em Porto Alegre com alto risco de nova piora. E, mais tarde, alongará a crise das enchentes na Lagoa dos Patos, no Sul gaúcho.

MetSul Meteorologia e Correio  do Povo