Cidades gaúchas atingidas pelas cheias resistem graças ao esforço coletivo

 Homens e mulheres dedicados em ajudar formam corrente de solidariedade pela vida


Na imensidão de água que transforma as ruas da zona Norte de Porto Alegre em extensão do Guaíba, quatro barcos percorrem a avenida Paraná, no bairro São Geraldo. Os ocupantes, todos especializados em resgates mantém o silêncio, tentando buscar qualquer som que os leve até quem esteja aguardando por socorro. Eis que latidos chamam a atenção de uma das equipes, que ruma até um terreno abandonado. No local, uma cachorrinha, já quase sem forças, e assim como ela, pelo menos outros dez cães lutavam pela sobrevivência. Assustados, um a um foram retirados do local e abrigados em segurança, porque os gaúchos, com ajuda de profissionais e voluntários dos mais diversos cantos do país, fecharam um pacto para que nenhuma vida seja deixada para trás.

"A gente tava no final da rua, depois da (avenida) Brasil, patrulhando, e escutou o latido dos cachorros e entrou no terreno. Ela estava nadando sozinha, quando saiu não tinha mais força para ficar em pé, está bem debilitada e com uma pata machucada", contou o enfermeiro David de Patrick, um dos voluntários que veio de Santa Catarina, enquanto se preparava para buscar os demais cães, que há dias resistiam sobre uma ilha de escombros.

A Capital e as demais cidades do Estado atingidas pelas cheias resistem graças ao esforço coletivo de homens e mulheres dedicados em ajudar. Seja em tendas improvisadas nas ruas, em aeronaves, automóveis, embarcações ou em abrigos, a corrente de solidariedade formada alcança a todos neste momento.

Vilmar (E), Marciano e Jairo (D) vieram de fora do Estado apoiar gaúchos Vilmar (E), Marciano e Jairo (D) vieram de fora do Estado apoiar gaúchos | Foto: Mauro Schaefer

O Marciano Pereira coordena um grupo voluntário especializado em resgates de alto risco, o Gerar, vindo do município catarinense de Jaraguá do Sul. Com a experiência de quem já deu suporte a vítimas de tragédias como as ocorridas em Brumadinho (MG) e Petrópolis (RS), retiraram centenas de pessoas e animais de prédios ilhados na zona Norte de Porto Alegre.

"Iniciou em 2008, quando a nossa cidade ficou embaixo d'água. Em 2009 montamos o grupo, que também já esteve no Chile, no Haiti e em Portugal", garante.

Entre os voluntários do Gerar está o empresário Vilmar Catone. Aos 60 anos, demonstra fôlego de menino para ajudar na capital gaúcha. "É para fazer a diferença na vida, sair da zona de conforto para trabalhar e depois deitar a cabeça na cama de alma lavada", relata.

O bombeiro voluntário Jairo Machado veio de Joinville. Nos últimos dias atua com colegas em resgates no bairro Menino Deus. "Muitas pessoas ainda estão em andares altos em prédios da região, a maioria não quer deixar suas casas. São resgates difíceis pelo trabalho de convencimento que é necessário, e pelo acesso, pois alguns lugares a água chega a dois metros de altura", conta.

Pessoas se arriscam e não querem sair de suas casas no bairro São Geraldo Pessoas se arriscam e não querem sair de suas casas no bairro São Geraldo | Foto: Mauro Schaefer

As buscas vão do amanhecer até o último instante de luz natural possível. E o esforço para que as pessoas ilhadas deixem suas casas nem sempre dá certo. A aposentada Lurdes Pacla, 70 anos, não quer abandonar o apartamento na rua Ernesto da Fontoura, no bairro São Geraldo. Nem a filha, Anair Karine, que foi levada ao local de barco pelos Bombeiros, conseguiu demover a mãe. "Ela tá no terceiro e até me xingou, disse que não adianta mais convidar", revelou a filha, que deixou um celular carregado e comida para a idosa.

Anair Karine (em pé, de verde) não conseguiu convencer mãe a deixar casa em que vive Anair Karine (em pé, de verde) não conseguiu convencer mãe a deixar casa em que vive | Foto: Mauro Schaefer

A conversa com moradores ilhados e mesmo os resgatados é feita por profissionais de saúde mental. Psicólogos com a Michele Tamagno atuam como voluntários neste acolhimento no ponto de apoio montado próximo ao Pontal, na área central de Porto Alegre. "A sensação de poder fazer parte do recomeço destas pessoas... elas atravessaram o lago Guaíba para começar novas vidas, é simbólico", explica a profissional, que é moradora do bairro Floresta.

Nos abrigos, muitas mãos são estendidas, seja para alcançar roupas limpas, alimento, comida e afeto. Em Guaíba, na região metropolitana, a enfermeira Morgana Leite, 51 anos, oferece apoio aos desabrigados da vizinha Eldorado do Sul no Ginásio Coelhão. "Não tem como descrever, tem coisas que te emocionam. As pessoas chegam aqui molhadas, confusas, com fome e com sede, a primeira coisa que a gente faz é oferecer roupa seca, depois o alimento, depois acomodamos eles, começamos uma triagem em relação a medicações de uso contínuo. A gente recebe muito idoso perdido, e quando eles reencontram a família, é o maior presente que a gente recebe", desabafa Morgana.

O Coelhão concentra também as operações de resgate aéreo e transporte de suprimentos às regiões em que ainda não é possível. Por lá o comandante Guilherme Vieira faz dezenas de pousos diariamente desde o início da crise climática que desabrigou milhares de pessoas no Rio Grande do Sul. As viagens incluem o transporte de alimentos, medicamentos e até bolsas de sangue. "Eu vim só para ajudar. De coração", resumiu o voluntário, natural de Viamão e que trabalha para uma empresa de Santa Catarina. Ele convenceu os donos da aeronave que pilota a apoiar a ajuda humanitária aos gaúchos.

Muitos veterinários atuam nos abrigos. Em Guaíba, Luísa Cardoso e Maria Laura Dal Rossi estão dedicadas à recuperação dos animais resgatados. "Tem muita gente, o pessoal tá doando ração. A maioria das famílias chegam com seus bichinhos, e muita gente chega aqui procurando seu pet perdido. Eles chegam acuados, estressados, debilitados. Recebem comida, água, cama e triagem de saúde", detalha Luísa.

Operações de resgate iniciam ao amanhecer e só findam quando cai a noite Operações de resgate iniciam ao amanhecer e só findam quando cai a noite | Foto: Mauro Schaefer

Não havia mais luz quando o enfermeiro David de Patrick, voltava da última ronda de barco pela região da avenida Cairú, na tarde desta quinta-feira. Exausto, porém feliz, ele abraçava os demais voluntários após a equipe resgatar mais um grupo de pessoas e animais na região. "Ninguém fica pra trás, toda a vida tem seu valor e vamos seguir trabalhando por todos", enfatiza.


Correio do Povo

Lula diz que cavalo salvo no RS merece descanso: “Que ninguém monte”

 



Fonte: https://youtube.com/shorts/MiR8rNxJMxk?si=iOlCqs6_DlvLI2AJ

Confira iniciativas de bancos e instituições cooperativas em apoio a afetados pela enchente no RS

 Suspensão de prazos e postergação de parcelas são algumas das ações já anunciadas


Diante do caos instaurado no Rio Grande do Sul em razão das enchentes devastadoras, bancos e instituições financeiras cooperativas flexibilizaram medidas a clientes e cooperados gaúchos. Conforme a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), entre elas, estão a ampliação de linhas de crédito, suporte no acionamento a seguro habitacional, suspensão da cobrança dos contratos em atraso curto, da negativação dos clientes com até 15 dias de atraso e de três meses nos contratos de financiamento habitacional (desde que solicitado pelos mutuários), entre outros.

Ainda de acordo com a Febraban, o volume de doações apenas dos entes a si associados (Itaú, Bradesco, Santander, BTG Pactual, Banco do Brasil e Caixa), também somavam, até a última terça-feira, R$ 20 milhões. As instituições ainda estão apoiando campanhas próprias, como o Sicoob, com a SOS Rio Grande do Sul, ou de parceiros.

O que já foi anunciado por alguns bancos e instituições cooperativas

  • Bradesco

Carência de até 180 dias para clientes pessoas físicas e jurídicas que precisarem renegociar o pagamento de linhas de crédito, como capital de giro, crédito pessoal e crédito direto ao consumidor. Caso necessário, o banco também poderá postergar o pagamento destas linhas por até 30 dias aos clientes da região. Suspensão de cobrança via SMS, WhatsApp e telefone por 30 dias para clientes inadimplentes. A Bradesco Seguros ainda anunciou uma operação de emergências de danos aos segurados.

  • Itaú Unibanco

Segundo o banco, há 36 agências fechadas no estado e 16 sob contingências. Foram suspensas todas as cobranças, tarifas, anuidades e encargos aos clientes gaúchos afetados. O Itaú também fez uma parceria com a companhia aérea Azul para apoiar a chegada de mantimentos e equipamentos de saúde aos socorristas, além de doar R$ 10 milhões ao Rio Grande do Sul. Funcionários que perderam bens na enchente ainda receberam vouchers para comprar itens necessários.

  • Santander

Clientes em atraso não terão ações de cobrança e negativação em maio, tampouco haverá limites no cheque especial implantados. Reduziu em 20% as taxas de juros, com até 40 dias para pagamento da primeira parcela, e crédito na hora no aplicativo do banco. Pagamento de fatura de cartões de crédito teve prazo ampliado de 10 para 24 vezes. Possibilidade de renegociação de financiamento com até 60 dias para pagamento da primeira parcela, e renegociações terão o mesmo prazo. Ainda será possível reduzir em até 70% as seis primeiras parcelas, com prazo de até 120 vezes.

  • Caixa

Enviou equipes para auxiliar prefeituras na liberação do Saque Calamidade do FGTS, além de pausar por até três meses nos contratos de financiamento habitacional nas regiões atingidas, mediante solicitação dos clientes. As prestações ainda poderão ser incorporadas ao saldo devedor dos inadimplentes. Também dispensou encargos na renovação de contratos de penhor, pausou pagamentos de prestações por até três meses nos contratos de crédito pessoal pessoa física, capital de giro pessoa jurídica, renegociações pessoa física e jurídica, entre outros, bem como prorrogou o vencimento das operações de Crédito Rural de Custeio e Investimento. Novos financiamentos também terão juros reduzidos e carências.

  • Banco do Brasil

Fez dois anúncios. Primeiro, doou R$ 400 mil por meio da Fundação BB, anunciou renegociação de dívidas com taxas diferenciadas, até 180 dias de carência e 120 meses para pagamento, além de linhas de repactuação para empresas das cidades afetadas com prazos de 30, 36 ou 48 meses, nas operações convencionais, ou até 72 meses, para contratações via Pronampe. Produtores rurais terão operações prorrogadas, e a tarifa de emissão de segunda via de cartões será estornada. Depois, anunciou R$ 5 milhões em valor total já doado, além da possibilidade de três parcelas prorrogadas a clientes pessoa jurídica extraordinariamente, para as linhas Reescalonamento PJ, Renegociação Massificada e Renegociação Especial, ou até seis parcelas, para as linhas BB Capital de Giro Digital e BB Financiamento PJ. Saldo devedor das faturas dos cartões Ourocard não pago integralmente durante a calamidade será transferido ao mês seguinte, sem encargos. 25 agências do banco foram alagadas no RS ao todo, sendo que, até a última terça-feira, 16 permaneciam.

  • Sicredi

Postergou vencimento de parcelas e a vigência dos contratos de seguros patrimoniais, além de isentar pagamento de multas e juros por atraso em consórcios. Segunda via de cartões não terá custo. Conforme a instituição financeira, ela é a única do tipo em 49 municípios gaúchos afetados pela enchente.


Correio do Povo

Água do Rio Guaíba chega a quase 2 metros em pontos no Centro de Porto Alegre

 Mesmo com a baixa de 20 cm no Guaíba, em 24 horas, a água ainda permanece na região



A água ainda inunda o Centro Histórico de Porto Alegre. Permanecem alagados trechos nas ruas Borges de Medeiros, o entorno do Mercado Público, além das avenidas Júlio de Castilhos, Castelo Branco, entre outras.

Mesmo com a baixa de 20 cm no Guaíba, em 24 horas, a água ainda permanece na região, chegando a quase dois metros em alguns pontos, de acordo com técnicos da prefeitura.

Caminhões e escavadeiras permanecem a operando na construção de um acesso que ligue a avenida Castelo Branco e o Túnel da Conceição, na região central de Porto Alegre. O objetivo da prefeitura é criar um acesso alternativo para veículos de emergência na localidade. O prazo de conclusão é de três dias.

Correio do Povo

Sindicato garante abastecimento de GLP no RS mesmo com transporte comprometido pela enchente

 Moradores de Porto Alegre, porém, relatam dificuldades em encontrar o produto



Assustado com as chuvas da semana passada, o zelador Angelo Felipe Martins, morador do bairro Belém Velho, na zona Sul de Porto Alegre, passou a procurar pela Capital no último sábado o botijão de gás GLP de 13 quilos. Contatou dez depósitos das zonas Sul e Leste, além do Extremo Sul, porém não localizou. “Todos os proprietários diziam a mesma coisa, não tinha abastecimento, os caminhões não vinham, havia problemas para trazê-los de Canoas”, relatou ele. O acúmulo de água em vários bairros deteriorou a situação, e a sensação foi de que, quem chegou primeiro, garantiu o produto em casa. “Soube de mais umas três ou quatro famílias que fizeram o mesmo e não conseguiram comprar”.

Com os principais acessos isolados até então, e ainda em uma situação precária nos caminhos de ida e volta, Porto Alegre vive algo inédito no abastecimento de muitos itens, inclusive essenciais. Não foi diferente no caso do GLP, mas, nas palavras do presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), Sergio Bandeira de Mello, o cenário está melhorando. “Tivemos um final de semana muito difícil, em primeiro lugar porque nossos empregados não conseguiram se deslocar para fazer o trabalho essencial de carregar e envasar o gás. Ou seja, primeiramente, tivemos uma questão social-humana”, disse Mello.

Com efeito, a fragilidade da economia desde então fez reduzir a demanda nos primeiros dias. Aos poucos, contudo, ela está se recuperando. “Hoje mesmo, tivemos a informação de que as empresas estão atendendo a 100% dos pedidos colocados, embora exista um atraso na reposição de produto. Desde segunda-feira, estamos atendendo praticamente na normalidade, e onde não há isto, estamos caminhando para o normal”, complementou o presidente do Sindigás.

Desde o último dia 2, o Instituto Brasileiro e Petróleo e Gás (IBP) divulga boletins diários sobre a situação do abastecimento e distribuição no Rio Grande do Sul. No mais recente, da última quarta-feira, o órgão informava que a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, operava “em carga mínima”, e que “as retiradas de GLP dos últimos dois dias permitem manter o cenário”, com a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária/PR, como alternativa, sendo que esta “mantém elevada a cota de entrega dos produtos (GLP, gasolina, S500 e S10) para auxílio ao suprimento do RS”.

Conforme Mello, houve “ameaça real” de fechamento da Refap pela enchente, o que poderia comprometer ainda mais a cadeia produtiva, mas isto não se confirmou. “Foi um susto”, resumiu ele. “Há a consciência das empresas e empregados de que não se pode parar, e ninguém está medindo esforços para isto continuar”. IBP, Sindigás, Petrobras e distribuidoras, entre outros entes, têm uma sala de situação de crise, coordenada pelo Ministério de Minas e Energia, que acompanha a crise no RS.

Em nota divulgada na última terça, o IBP disse que “o estado de calamidade pública prejudica a logística de transporte em toda a região e altera a estrutura de consumo dos diversos combustíveis nas diferentes localidades, com impactos na programação das unidades operacionais”. Acrescentou ainda que “as operações das refinarias locais e das bases de distribuição seguem com suas contingências, visando ao atendimento dos clientes, o funcionamento dos serviços essenciais à população e o suporte às ações de resgate das vítimas, que estão sendo desenvolvidas pelas forças de segurança pública e defesa civil.”

Correio do Povo

Avanço das águas do Rio Guaíba modifica cenários emblemáticos de Porto Alegre

 Centrais de resgate continuam mobilizando centenas de agentes de segurança e voluntários


Sete dias se passaram e a operação de resgate montada na Usina do Gasômetro, um ícone de Porto Alegre, continua reunindo diferentes forças de segurança e voluntários para auxiliar os moradores de Eldorado do Sul e do Arquipélago afetados pela enchente.


No Anfiteatro Pôr do Sol, botes e barcos partem em direção ao arquipélago para continuar o resgate de pessoas e animais, além do envio de mantimentos para os ilhados.

O nível da água na Rótula das Cuias e todo seu entorno, que abriga o Ministério Público e o Centro Administrativo do Estado (CAFF), praticamente cobre os cones de sinalização que têm 70cm.
A água que cobriu a Borges de Medeiros, uma das principais avenidas em direção a região central, invade o estacionamento do shopping Praia de Belas.

Na Cidade Baixa, o avanço das águas transformou em um único rio as ruas do bairro. Agentes da segurança e voluntários continuam em barcos, botes e jet-ski realizando operações de apoio e entregando mantimentos.
A rótula da João Alfredo com a República está completamente submersa. A água cobre as entradas de locais como o tradicional restaurante Tudo Pelo Social e a Escola La Salle Pão dos Pobres.

Moradores que optaram ficar nas residências notaram um pequeno recuo da água. Já é possível ver as bicicletas coletivas que estão na estação da República.


A mobilização também continua na zona Norte da Capital. Quadras da Avenidas Benjamim Constant, Avenida Brasil e a Avenida Cairú, a partir do viaduto da Terceira Perimetral, permanecem tomadas pelas águas. A retirada de moradores diminuiu consideravelmente. Dezenas de carros estão submersos, na região.

A Subestação Porto Alegre 2 da CEEE Equatorial, na Avenida Pátria, no Bairro São Geraldo, continua tomada pelas águas. O nível da água ultrapassa as portas de um carro abandonado na Avenida Farrapos, que é levado pelas correntezas. No meio de tanta água é possível ver a fiação elétrica destruída com a queda de uma árvore.


Um morador que permanece em área alagada da Avenida Farrapos desceu do seu prédio, com a água na altura do peito, para pegar bombona de 20 litros de água, ainda lacrada, que foi levada pela correnteza.


O Loteamento Santa Teresinha, na Voluntários da Pátria, e a sede da RDC TV, na rua Paraíba, estão entre os locais inundados, demonstrando a magnitude do desastre.



No bairro Anchieta, Bruno Tavares resgatou quatro cavalos, apenas com a ajuda de um amigo e um jet-ski.

Correio do Povo

Entenda as diferenças e as semelhanças entre os sintomas de dengue e leptospirose

 É recomendado que nos primeiros sinais a população busque o auxílio de um profissional de saúde


Neste momento em que o Rio Grande do Sul foi acometido pela maior enchente da sua história e permanece em meio a uma epidemia de dengue, a Secretaria Estadual da Saúde (SES), por meio do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), orienta a população gaúcha para as semelhanças e diferenças entre os sintomas de leptospirose e de dengue. É necessário que nos primeiros sinais a população busque o auxílio de um profissional de saúde, seja nos serviços disponíveis ou nos abrigos.

Tanto a dengue quanto a leptospirose apresentam sintomas iniciais como dor de cabeça, febre alta e dor muscular. Não há sintomas exclusivos apenas de um ou outro agravo, no entanto, é mais comum a dengue apresentar dor atrás dos olhos e nas articulações. Já a leptospirose é mais característica a dor na panturrilha e na lombar. “Dengue e leptospirose são muito similares nos sintomas iniciais e o que ajudaria no diagnóstico diferencial seria o hemograma, mas sabemos que na maioria dos abrigos este exame não estará disponível, por isso a importância da avaliação por profissional de saúde” explica a bióloga Valeska Lizzi Lagranha, do Cevs.

Leptospirose
A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda e transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais (principalmente ratos) infectados. O contágio pode ocorrer a partir da pele com lesões ou mesmo em pele íntegra se imersa por longos períodos em água contaminada, além de também por meio de mucosas. O período para o surgimento dos sintomas pode variar de um a 30 dias. Os principais sintomas da leptospirose são: febre, dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo (em especial, na panturrilha) e calafrios.

Os casos suspeitos de leptospirose estão sendo identificados pelos municípios, mas sem possibilidade de notificar o Estado e com dificuldade de enviar amostras, que estão sendo coletadas para análise posterior.

Dengue
A dengue é uma doença febril causada por vírus, caracterizada principalmente por febre alta de início rápido. Costuma apresentar mal-estar geral, provocado pelos sintomas que normalmente duram até sete dias. A principal forma de transmissão é pela picada da fêmea infectada do mosquito Aedes aegypti.

Neste ano, o Rio Grande do Sul já registrou mais de 105 mil casos confirmados e 131 óbitos por dengue, os maiores números já registrados da doença em um ano, apesar de estarmos ainda no início de maio.


Correio do Povo

Mega-Sena/Concurso 2722 (09/05/24)

 



Fonte: https://www.google.com/search?q=mega+sena&rlz=1C1CHNY_pt-BRBR1021BR1022&oq=mega&aqs=chrome.0.69i59j46i131i199i433i465i512j35i39j0i3j0i131i433i512i650j69i60l3.1618j0j4&sourceid=chrome&ie=UTF-8

Chuvas no RS: ao menos 47 pessoas são presas por crimes em meio à calamidade

 Entre os presos, seis cometeram abusos sexuais



Ao menos 47 pessoas já foram presas no Rio Grande do Sul, suspeitas de cometerem crimes em meio a calamidade pública provocada pelas consequências das fortes chuvas que atingem o estado desde o dia 26. Segundo a secretaria estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, 41 pessoas foram detidas em flagrante pela suposta participação em saques, e seis homens são suspeitos de cometer abusos sexuais.

De acordo com o governador Eduardo Leite, os seis casos de violência sexual ocorreram em abrigos que estão recebendo as pessoas cujas residências foram atingidas por efeitos adversos das chuvas como enxurradas, inundações, alagamentos, deslizamentos e desmoronamentos e que não tinham para onde ir. Em todo o estado, há 67.563 pessoas desabrigadas e pouco mais de 400 abrigos.

“Nos casos de abuso relatados, nossas equipes de segurança entraram imediatamente em operação e as pessoas [suspeitas] foram presas”, informou Leite, acrescentando que, nos seis casos, as vítimas eram crianças parentes das pessoas detidas.

“Lamentavelmente, envolvem familiares das crianças. O que sinaliza a possibilidade desses abusos acontecerem já anteriormente e que a situação nos abrigos, na verdade, escancarou, revelou isso, dando inclusive a oportunidade do Poder Público agir”, disse Eduardo Leite.

Diante do grande número de desabrigados, o governo estadual estuda abrir abrigos exclusivos para mulheres, crianças e jovens, disse o governador. “É uma das nossas ações prioritárias dar a oportunidade de um abrigo em situação especialíssima para quem se sinta em uma situação vulnerável e precise de um acolhimento especial”, explicou Leite.

Saques

O secretário estadual da Segurança Pública, Sandro Caron, destacou a preocupação das forças de segurança em coibir saques. Segundo ele, em várias cidades agentes da Brigada Militar e da Polícia Civil têm usado embarcações para fazer o policiamento ostensivo em um cenário de ruas alagadas e edificações parcialmente submersas.

“Com isso, os saques já reduziram muito nos últimos dias”, garantiu Caron, sem fornecer números de ocorrências. Ainda segundo o secretário, até sábado, a pasta habilitará 1 mil reservistas da Brigada Militar, convocados por meio do Programa Mais Efetivo, para atuar no policiamento, inclusive para reforçar a segurança dos abrigos públicos.

“Temos este foco agora muito direcionado para os abrigos. Em alguns deles, já temos, permanentemente, integrantes da Brigada Militar e da Polícia Civil. Aqueles poucos que ousarem cometer crimes, especialmente dentro dos abrigos, serão presos”, garantiu Caron.

Agência Brasil e Correio do Povo

Chuvas no RS: telefonia e internet permanecem instáveis em 222 cidades gaúchas

 Em quatro municípios, comunicação móvel está totalmente interrompida


O sinal da telefonia móvel e de outros serviços de telecomunicações funcionam parcialmente em 222 cidades gaúchas, em decorrência das fortes chuvas e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul na última semana. A interrupção parcial ocorre quando há pelo menos uma operadora funcionando em uma determinada região, ainda que outras estejam com serviço afetado.

Já em outros quatro municípios, o apagão da telefonia móvel é total: Arroio do Meio, Doutor Ricardo, Eldorado do Sul e Progresso. Nessas localidades, não há sinal de telefonia. O balanço foi apresentado nesta quinta-feira pelo ministro das Comunicações, Juscelino Filho, que foi a Porto Alegre para acompanhar as ações de resposta à crise.

"Além das operadoras estarem atuando para retomar o serviço da banda larga móvel, os provedores de pequeno e médio porte estão, dentro do possível, com equipes mobilizadas para restabelecer o serviço", afirmou o ministro. Ele se reuniu mais cedo com a associação de pequenos e médios provedores de internet banda larga e ouviu relatos de que parte dessas empresas foram muito atingidas pelo evento climático.

O ministro prometeu apoio do governo federal para a recuperação do setor. Ainda segundo Juscelino Filho, a Telebrás disponibilizou antena para conexão de internet banda larga de alta velocidade via satélite, que foram alocadas nas áreas que seguem com serviços regulares interrompidos.


Agência Brasil e Correio do Povo