Energia, gasolina e saúde vão pesar mais no bolso do consumidor em 2021

 por Eduardo Cucolo

Preços devem subir acima da inflação, mas não ameaçam cumprimento de meta

A inflação de preços controlados pela administração pública, como tarifas de serviços essenciais, deve ficar neste ano em um dos patamares mais baixos da história, mas voltará a pesar no orçamento do consumidor em 2021.

 

Por causa da pandemia, reajustes de planos de saúde e energia foram adiados. Além disso, os preços de combustíveis caíram por causa da desaceleração da economia em 2020, mas devem voltar a subir no próximo ano.

As projeções do Banco Central para a inflação dos chamados preços administrados são de 0,8% para 2020 e 5,1% para 2021 (ainda abaixo dos 5,5% de 2019). O IPCA total ficaria em 3,1% nos dois períodos, segundo a estimativa do BC.

As projeções não diferem muito daquelas feitas pelo setor privado, que descarta a possibilidade de um choque de preços no próximo ano semelhante ao que ocorreu no segundo mandato de Dilma Rousseff (2015-2016) e na presidência de Michel Temer (2016-2018), quando os administrados tiveram aumento médio de 9,5% por ano.

Alguns aumentos, no entanto, devem pesar no bolso dos consumidores em um momento de queda na renda.

A rodada de reajustes começa em janeiro, quando são definidas as novas tarifas de transporte público.

No mesmo mês também começam a subir os planos de saúde, cujo reajuste de 2020 será parcelado em 12 meses a partir de janeiro de 2021. Planos individuais e familiares terão um duplo reajuste, pois haverá ainda o aumento referente ao próximo ano. 

As tarifas de energia elétrica subiram neste ano, mas houve certo alívio com a chamada Conta-Covid, que possibilitará diluir o repasse de despesas das empresas de energia no período da pandemia por um período de 54 meses a partir do segundo semestre de 2021. Sem esse mecanismo, o repasse para a conta de luz seria dividido em 12 meses.

Na noite desta segunda-feira (30), a Aneel (agência do setor de energia) decidiu reativar o sistema de bandeiras tarifárias, que passou de verde (mais barata) para vermelha patamar 2 (mais cara) para o mês de dezembro. Com isso, parte do reajuste esperado para 2021 será antecipado para 2020.

Os reajustes de água e esgoto e medicamentos chegaram a ser adiados, mas foram aplicados ainda em 2020.

Júlia Passabom, economista do Itaú Unibanco, afirma que os itens gasolina, energia e planos de saúde, que representam cerca de metade do peso dos administrados na inflação, foram os que mais ajudaram a segurar esses preços neste ano.

“Da mesma forma que neste ano esses itens administrados foram importantes para segurar a inflação, no próximo ano vão ser na outra direção”, afirma a economista.

André Braz, pesquisador do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), também afirma que, no ano que vem, com o aquecimento da atividade tanto no Brasil como no resto do mundo, o preço dos combustíveis deve subir e ter uma participação mais forte na inflação.

Haverá ainda o reajuste de dois anos de plano de saúde. Ele afirma que os medicamentos também podem ter um reajuste maior por causa do impacto do dólar sobre a indústria do setor. O aumento, neste caso, é anunciado no final de março.

No transporte urbano, a economista do Itaú Unibanco afirma que os reajustes tendem a ser menores em anos com eleição e maiores nos períodos seguintes e que também pode haver algum mecanismo de compensação pela perda de passageiros neste ano.

O pesquisador do Ibre FGV afirma que, por outro lado, a queda no preço do diesel em 2020 contribui para aliviar a revisão das tarifas.

A alta do dólar e mecanismos de compensação também podem afetar outros segmentos, embora essa questão tenha sido parcialmente resolvida no caso do setor elétrico, um dos que mais pesam na inflação, pelo mecanismo da Conta-Covid.

Apesar dessas pressões os economistas avaliam que haverá uma compensação por conta do reajuste menor de outros itens que pesaram mais em 2020, como alimentos, o que ajudará a manter a inflação sob controle.

Marcelo Neves, professor Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras, vinculada à FEA-USP), afirma que a queda na massa salarial e o baixo nível de utilização da capacidade industrial contribuem para esse cenário.

“Em função da pandemia alguns reajustes foram adiados, houve algum controle de preços, o que em momentos de crise é normal. No ano que vem, o PIB vai crescer menos do que caiu em 2020 e não será necessário fazer investimento na capacidade instalada para atender uma demanda em que você teve destruição de salários”, afirma Neves.

“Haverá condições para fazer uma recomposição de preços administrados de forma que não vai comprometer a meta de inflação, porque eu tenho capacidade ociosa e destruição de renda. Não vai causar um estrago na economia, diferente do que vimos anos atrás”, diz o professor Fipecafi, se referindo à liberação de preços realizada em 2015.

“A composição da inflação para o ano que vem muda. A deste ano foi 70% comida e 30% tudo mais. No ano que vem, acho que alimentação vai continuar respondendo de forma importante, talvez 40% ou 50%”, afirma Braz, do FGV Ibre.

A mediana das projeções na pesquisa Focus, feita pelo Banco Central junto ao setor privado, aponta para uma inflação medida pelo IPCA de 3,40% no próximo ano, abaixo da meta de 3,75%. A projeção para os administrados é de aumento de 4,5%.

“Os preços administrados, como muitos deles têm de passar por agências reguladoras, houve um esforço para segurar, mas a previsão é que para o ano vem o reajuste seja acima da inflação”, afirma George Salles, economista e professor de Finanças do Ibmec Brasília e São Paulo.

“E isso não vai ser ajustado só em 2020. Pode se esperar uns dois anos de reajustes de preços administrados um pouco acima da inflação”.

Os preços administrados respondem por cerca de 25% do índice de preços ao consumidor do IBGE, o IPCA, que serve como referência para a meta de inflação fixada pelo governo. Os outros 75% são os chamados preços livres, que não são controlados pelo governo ou agências reguladoras.

COMPORTAMENTO DOS PREÇOS ADMINISTRADOS EM 2020 E 2021

COMBUSTÍVEIS
Com a queda no preço do petróleo, os combustíveis devem fechar o ano em baixa, mas se espera novos aumentos no próximo ano, com as cotações se recuperando após o controle da pandemia.

ENERGIA ELÉTRICA
Em 2020, vigorou a bandeira verde, com energia mais barata do que no final de 2019. Em 2021, a bandeira deverá voltar a variar de acordo com o tipo de energia gerada. As empresas do setor também receberam um empréstimo para repor perdas geradas pela pandemia, cujo custo será repassado para as tarifas em 54 parcelas descontadas na conta de luz a partir do segundo semestre de 2021.

PLANOS DE SAÚDE E MEDICAMENTOS
A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) determinou que os beneficiários de planos de saúde terão o reajuste dos valores de 2020 aplicado diluidamente, em 12 meses, contados a partir de janeiro de 2021. Aumento poderá se somar ao reajuste regular previsto para o próximo ano.

TRANSPORTE PÚBLICO
Os reajustes tendem a ser menores em anos com eleição e maiores nos períodos seguintes. Também pode haver algum mecanismo de compensação pela perda de passageiros neste ano. A queda no preço do diesel em 2020 contribui para aliviar a revisão das tarifas no próximo ano.

Fonte: Folha Online - 01/12/2020 e SOS Consumidor

Governo prevê nove privatizações em 2021; Correio e Eletrobras na lista

 


Governo prevê nove privatizações em 2021; Correio e Eletrobras na lista

IPC-S tem alta de 0,94% e vai para 4,06% no ano

 Índice acumulado nos últimos 12 meses é de 4,86%, segundo Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV)

Rio - O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), com dados coletados até 30 de novembro, referente a quatro semanas do mês, teve alta de 0,94%. Com isso, ficou 0,17 ponto percentual (p.p) acima da última taxa.

O indicador acumula, agora, aumento de 4,06% no ano e de 4,86% nos últimos 12 meses. O resultado foi divulgado hoje (1º), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

A pesquisa apontou que houve elevação em seis das suas oito classes de despesa componentes. A maior contribuição partiu do grupo educação, leitura e recreação, que saiu de 1,79% para 3,00%. Nesta classe de despesa, segundo o Ibre, o item passagem aérea passou de 14,07% para 24,19%.

Também apresentaram altas nas taxas de variação os grupos alimentação, que subiu de 1,69% para 1,88%); habitação, de 0,23% para 0,33%; comunicação, de 0,09% para 0,14%; despesas diversas, saindo de queda de 0,01% para alta de 0,09%; e saúde e cuidados pessoais com pequena variação de 0,17% para 0,18%.

A pesquisa foi feita em Brasília, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre.

Comportamento   Para o Ibre, destaca-se nestas classes de despesa o comportamento dos itens carnes e peixes industrializados (1,84% para 2,38%), tarifa de eletricidade residencial (-0,14% para 0,16%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,19% para 0,29%), serviços bancários (0,13% para 0,25%) e medicamentos em geral (0,20% para 0,37%).

Já outros grupos apresentaram recuo. É o caso de vestuário (0,29% para 0,04%) e transportes (0,94% para 0,93%). Nestas classes de despesa, roupas passaram de 0,32% para 0,01%) e serviço de reparo em automóvel de 0,36% para 0,13%.

A próxima apuração do IPC-S, com dados coletados até o dia 7 de dezembro, será divulgada dia 8.

Fonte: O Dia Online - 01/12/2020 e SOS Consumidor

Especialistas descartam racionamento de energia, mas veem conta cara por mais tempo

  por Nicola Pamplona

Nesta terça (1), o presidente Bolsonaro disse que bandeira vermelha na tarifa era medida para evitar apagão

Apesar da seca histórica sobre os reservatórios das hidrelétricas do país, especialistas do setor descartam o risco de apagão declarado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em redes sociais nesta terça (1). A expectativa, porém, é que os impactos da escassez na conta de luz sejam duradouros.

 

Em novembro, o volume de energia armazenada nos reservatórios das regiões Sudeste e Centro Oeste atingiu a média de 18,1%, a menor para o mês desde 2014. E as perspectivas de chuvas para dezembro não são animadoras: apontam para volumes menores que a metade da média histórica das regiões.

A situação é crítica também no Sul, onde os reservatórios fecharam novembro com 18,6% de sua capacidade de geração de energia, o menor valor para o mês pelo menos dos últimos 20 anos, segundo mostram os dados disponíveis do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).

A situação só é mais favorável no Nordeste, beneficiado pelo crescimento da geração eólica e por restrições operativas nas usinas do rio São Francisco, com o objetivo de recuperar os reservatórios da seca severa que assolou a região entre 2014 e 2018.

De acordo com o ONS, o nível dos reservatórios do Nordeste chegou fechou novembro, em média, em 52,3% da capacidade, quase 20 pontos percentuais acima do mesmo período do ano anterior e o melhor volume para o mês desde 2009.

O operador diz que a situação reflete a escassez hídrica vivida pelo paísnos últimos anos. Nas regiões Sudeste e Centro-oeste, consideradas a caixa d'água do sistema elétrico brasileiro, o volume de chuvas no período seco de 2020 foi o terceiro pior da série histórica. 

O cenário força o governo a autorizar, em 17 de outubro, o uso de térmicas mais caras para tentar poupar água nos reservatórios das hidrelétricas. Na sexta (27), o CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) autorizou a manutenção da estratégia.

Além disso, propôs a revisão de restrições operativas nas hidrelétricas da bacia do São Francisco, liberando mais energia para o intercâmbio com outras regiões, e em usinas dos rios Paraná e Tietê. Também está autorizada a importação de países vizinhos.

Com o maior de térmicas, que representam hoje cerca de 20% da geração de energia o país, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) decidiu na segunda (30) implantar a bandeira vermelha patamar 2 na conta de luz, com a cobrança adicional de R$ 6,24 por cada 100 kWh (quilowatts-hora) consumidos.

A cobrança extra representa um recuo com relação a decisão tomada pela própria agência em maio, que previa a manutenção da bandeira verde, sem custo adicional, até o fim do ano para evitar sobrecarregar os consumidores em meio à pandemia.

Em nota, a agência disse que a revisão foi necessária diante da queda do nível de armazenamento nos reservatórios das hidrelétricas e da retomada do consumo de energia com o fim das medidas de isolamento. O diretor-geral da Aneel, André Pepitone, pediu que os consumidores evitem o desperdício.

Para especialistas no setor, o aumento de custos é, por enquanto, a única consequência da seca. A possibilidade de racionamento é descartada. Um experiente executivo do setor com passagem pelo governo diz que "é zero" a chance de apagão.

Até o momento nossas análises não indicam riscos [de apagão], apenas o custo da energia aumenta com o acionamento de recursos [térmicos], e a bandeira tarifária encaminha este sinal ao consumidor", concorda Luiz Barroso, presidente da consultoria PSR

Ele pondera que as principais regiões produtoras de energia hidrelétrica estão em transição do período seco para a temporada de chuvas e o setor precisa monitorar de perto a situação.

Em nota distribuída nesta terça (1), o ONS diz que está "fazendo a gestão de todos os recursos energéticos disponíveis para garantir o abastecimento de energia".

"Para os próximos meses, é preciso esperar e avaliar como o período úmido, que começa agora e vai até abril, irá se comportar para definir as estratégias de operação", afirmou o operador do sistema elétrico.

Fonte: Folha Online - 02/12/2020 e SOS Consumidor

A AMEAÇA DOS GASTOS PÚBLICOS - 02.12.2020

  por Hélio Beltrão


 


A nomenclatura das emendas constitucionais da década de 2020 é reveladora: "teto", "guerra" e "emergência". O Brasil míngua: é agora apenas a 12ª economia do mundo. O PIB em moeda forte deve cair 28% neste ano. Fomos ultrapassados pelo Canadá, pela Rússia e pela Coreia do Sul, que possuem populações muito menores.


Não se pode atribuir nosso declínio à Covid, que afetou o mundo todo. A culpa é exclusivamente nossa. Mais propriamente, de nossos formadores de políticas públicas, que preferem empurrar a realidade com a barriga a endereçar o entrave central ao desenvolvimento: gastos públicos fora de controle.


Governos de países emergentes responsáveis contêm gastos em anos de normalidade para enfrentar inevitáveis crises futuras. O Chile, por exemplo, iniciou 2020 com dívida de 30% do PIB. Do lado de cá dos Andes, a pandemia pegou o Brasil com fragilidade fiscal, com dívida de quase 80% do PIB e déficit de 6% do PIB, pior que a Argentina.


O Brasil está em uma encruzilhada, e os políticos decidirão nos próximos seis meses qual dos dois caminhos tomar: a) conter os gastos para estabilizar a dívida descontrolada, ou b) tapar o sol com a peneira e tomar o caminho de Argentina ou Venezuela.


Não convém imitar a menina Dorothy do filme "O Mágico de Oz" e confiar a rota a um espantalho de economista simpaticão e sem cérebro. É a nossa pauta mais urgente.


Os dois anos com emenda constitucional do teto de gastos em vigor (2018 e 2019) foram imprescindíveis para evitar uma situação ainda mais calamitosa neste 2020. Nos 20 anos anteriores à PEC, os gastos públicos triplicaram em termos reais!


O teto de gastos para 2021 é de R$ 1,5 trilhão, do qual R$ 1,4 trilhão já está comprometido. Esses R$ 100 bilhões que sobram mal permitem que a estrutura governamental opere.


A cada ano os recursos não comprometidos diminuirão para dar vazão ao aumento de gastos com aposentados. É, portanto, urgente que o Congresso Nacional regulamente gatilhos de contingenciamento de gastos a serem disparados na eventualidade de atingir o teto. Os gatilhos representam a organização das prioridades de cortes de gastos para evitar o "shutdown" do governo.


O teto trouxe um choque de realidade ao debate, ancorou expectativas e permitiu a queda recorde da Selic. Porém, está sob ataque por todos os lados. Neste ano, as despesas referentes à pandemia foram consideradas "extrateto" (isentas da regra do teto) e muito superiores ao que os demais países emergentes gastaram, chegando a 9% do PIB.


Adicionalmente, políticos cortejam o cambalacho da "contabilidade criativa" para garantir uma gastança extrateto em 2021. E economistas desenvolvimentistas se especializaram no ofício de "fura-teto", defendendo a revogação dos alicerces da responsabilidade fiscal. Finalmente, a esquerda afirma defender o brasileiro comum, mas é justamente o desesperançado brasileiro que mais sofrerá com o adiamento do corte de gastos do governo.


Como o governo não cria dinheiro -apenas tira do povo-, inventará mais impostos ou inflação para arcar com os gastos e a dívida. O brasileiro pagará o pato no futuro por meio de desemprego, carestia, menor renda e o calote da aposentadoria. A matemática das contas públicas é irrevogável e cruel. Não tem ideologia.


O governo acaba de alcançar endividamento de 95% do PIB (estava em 52% em 2013), nível que no passado causou queda dramática do crescimento dos países pesquisados, levando a uma trajetória insustentável da dívida. A turma do "agora é diferente" está disposta a pagar para ver. Ou melhor, está disposta a não pagar para ver no que dá. Nem precisa consultar aquele vidente que dizia "la garantía soy yo": Argentina à vista.


 


Texto publicado no Jornal do Comércio de hoje.



Pontocritico.com

Revendedora de automóvel é condenada a pagar danos morais por não transferir veículo

 Decisão do 6º Juizado Especial Cível de Brasília condenou uma revendedora de veículos a pagar indenização por danos morais a um cliente por não realizar a transferência do veículo negociado.

O autor afirma que adquiriu veículo da ré e que pagou valores para realização da transferência, inclusive despachante. No entanto, passados vários meses, a ré não providenciou a transferência. Logo, não pode mais circular com o veículo, pois o documento que possui já está vencido, inclusive sua mãe precisou ser levada ao hospital e não pôde utilizar o veículo. Assim, pede que a ré efetue a transferência do veículo e pague compensação por danos morais.

A ré, por sua vez, afirma que não havia prazo para a transferência e que, quando da tentativa de realização da transferência, descobriu-se que havia um comunicado antigo de venda, que obstava a operação. Informa que foi necessário abrir um processo administrativo no DETRAN a fim de dar baixa no comunicado e que, em janeiro de 2020, quando finalmente se tornou possível a transferência, o autor informou que não estava em condições de quitar o IPVA. Alega que não é crível que o autor deixou de utilizar o veículo, uma vez que não há apreensão do veículo por estar sem licenciamento, e que o autor litiga de má-fé. Diante do exposto, pede a improcedência do pedido.

Na análise dos autos, a juíza destacou o que foi assumido contratualmente pela empresa ré a obrigação de entregar ao autor o veículo livre de quaisquer ônus ou encargos, bem como a efetivar a transferência do veículo ao autor. Sendo assim, para a juíza, no momento da entrega, a ré já descumpriu a obrigação assumida, uma vez que havia comunicado antigo de venda que bloqueava a transferência do veículo para o nome do autor.

Para a magistrada, o fato de a ré desconhecer o comunicado de venda não lhe favorece, uma vez que se trata de risco do negócio e a responsabilidade da ré é objetiva, conforme o CDC. Além disso, segundo a julgadora, a ausência de prazo para cumprimento da obrigação de transferência possibilita sua exigência imediata, na forma do art. 331 do Código Civil. Portanto, “deve a ré responder pelos prejuízos eventualmente causados ao autor pela demora na transferência, que só veio a ser concretizada em março de 2020, embora o veículo tenha sido adquirido em abril de 2019”, afirmou a juíza.

Assim, a magistrada julgou procedente o pedido inicial para condenar a ré a compensar o autor pelos danos morais suportados no valor de R$ 1 mil.

Cabe recurso da decisão.

PJe: 0702075-53.2020.8.07.0016

Fonte: TJDF - Tribunal de Justiça do Distrito Federal - 01/12/2020 e SOS Consumidor

Cashback: como funcionam os sites que 'devolvem dinheiro' e quais cuidados você deve ter

 O termo em inglês, que significa 'dinheiro de volta', funciona como uma espécie de desconto — mas, em vez de você pagar um valor já reduzido, paga o preço cheio e depois recebe um percentual de volta. No ano em que a pandemia de coronavírus levou as compras online a ganharem ainda mais adeptos, também vem aumentando a busca pelo termo "cashback" por brasileiros no Google.  

 

O termo em inglês, que significa "dinheiro de volta", funciona como uma espécie de desconto — mas, em vez de você pagar um valor já reduzido, paga o preço cheio e depois recebe um percentual de volta.

Em geral, o consumidor se cadastra em um site ou aplicativo de cashback, que tem várias redes de lojas parceiras oferecendo um percentual. Aí, se a compra for feita pelo link do aplicativo ou site de cashback, o consumidor recebe um reembolso de parte do valor da compra. Alguns também oferecem cashback para compras em lojas físicas parceiras.

Embora as regras possam variar para cada empresa, normalmente é preciso acumular uma quantia mínima na conta no aplicativo antes de solicitar a transferência para conta corrente ou poupança.

Méliuz e Ame Digital são duas das mais conhecidas no Brasil. O Magazine Luiza também lançou neste ano seu sistema de devolução próprio, no aplicativo da marca — o dinheiro pode ser usado para pagar contas, fazer transferências ou para novas compras.

A Ame Digital, cujo aplicativo foi lançado em 2018 — e que funciona para compras nas Lojas Americanas, Submarino e outras lojas parceiras —, informou que atingiu neste ano mais de 12 milhões de downloads. A Méliuz não se pronunciou por estar em período de silêncio devido à oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). 

Cuidado com a sensação de recompensa

Se o cashback é, na prática, uma espécie de desconto, por que o dinheiro vai para depois voltar?

A consultora de finanças pessoais para mulheres Evelin Bonfim diz que o cashback gera uma sensação de recompensa que exige atenção — Foto: Arquivo Pessoal da BBC

É aí que mora o poder desse mecanismo, segundo a consultora de finanças pessoais para mulheres Evelin Bonfim.

"É da natureza humana a gente querer alguma recompensa. E o cashback é cirúrgico nesse ponto, ao te dar uma pequena recompensa para você se sentir gratificado por algo que você fez — e esse algo é uma compra, um consumo. É aí que mora o risco", diz. "Psicologicamente, isso é muito poderoso."

É por isso que ela recomenda especial cuidado para quem já tem costume de comprar por impulso, sem uma visão crítica de quanto pode e deve consumir.

"Quando você vê os R$ 5 na sua conta, seu cérebro interpreta como algo positivo, mas já esqueceu que sua fatura do cartão de crédito veio mil reais mais cara."

Ao mesmo tempo, Bonfim diz que pode ser interessante para quem já planejava, de qualquer forma, comprar o produto em questão — especialmente se a pessoa já tem mais consciência sobre os hábitos de consumo e as próprias finanças.

Mesmo assim, a velha regra de pesquisa de preço continua valendo. Ela diz que o produto pode estar mais barato em outro lugar, ainda que sem o cashback. "Às vezes, você vai ter cashback de 2%, mas encontra em outro lugar com 10% de desconto."

Do lado da empresa, Bonfim explica que o sistema é vantajoso exatamente pelo estímulo à compra em maior quantidade ou com mais frequência.

"Você compraria um livro, mas lá acaba comprando cinco. E o dinheiro que ela te paga de volta, a empresa economiza no marketing, por exemplo: em vez de fazer um anúncio tradicional, faz parceria com site de cashback. Não podemos ser ingênuos: se tá no cashback é porque vale a pena pro varejista. Ele devolve 3% e você vai comprar 5x a mais do que compraria se não tivesse aquele estímulo."

Para evitar compra por impulso — ruim para o bolso e para o meio-ambiente —, Bonfim recomenda às clientes dela que mantenham uma lista de compras dos próximos itens que desejam adquirir. Aí, se encontrarem esses produtos com preços mais interessantes, podem aproveitar a oportunidade.

"Você tem que encarar (o cashback) como um desconto na compra que você está fazendo. E não é por estar com desconto que é boa compra pra você", diz. "Se comprar exatamente o que já estava planejando comprar, está tudo certo."

Fonte: G1 - 01/12/2020 e SOS Consumidor

DUAS CLARAS INFÂMIAS

 


GALHARDÃO DA DESMORALIZAÇÃO

O FIASCO, para ficar só neste termo, que o IBOPE proporcionou, pela enésima vez, nestas Eleições Municipais, fez com que seus fiéis CONTRATANTES colocassem no peito o grosseiro e patético GALHARDÃO DA DESMORALIZAÇÃO que o referido Instituto de Pesquisa, já ostentava, de forma gritante, nas eleições anteriores, tanto para a escolha de presidente, quanto para governadores e prefeitos. 


PESQUISAS -FAKE

O que mais chama a atenção é que em Porto Alegre a empresa que, também pela enésima vez, fez questão de ostentar o GALHARDÃO DA DESMORALIZAÇÃO, foi o Grupo de Comunicação RBS, cujos veículos gozam de alto índice de preferência/ou audiência por todos os cantos do RS. O curioso é que a RBS, que despende um enorme esforço com a pretensão de banir as chamadas -FAKE NEWS-, se propõe a COMPRAR e/ou CONTRATAR, de forma ampla e contínua, as PESQUISAS-FAKE produzidas com muito afinco pelo IBOPE. Mais: usa seus colaboradores-âncoras para tentar LUDIBRIAR ao máximo seus leitores, ouvintes e telespectadores. 


BINGO!

Ora, na medida em que o IBOPE já se notabilizava, nacional e internacionalmente, como INSTITUTO DE PESQUISAS pra lá de -MENTIROSO-, os eleitores que já estavam desconfiados de que havia por trás uma séria tentativa de ENGANAÇÃO, ao tomarem conhecimento, por exemplo, da pesquisa que mostrava a candidata comunista MANUELA a frente do candidato MELO, o que ouviu em todos os cantos da cidade foram gargalhadas cujos sons diziam claramente que o Melo sairia vitorioso na Eleição para prefeito de Porto Alegre. Bingo!


PROJETO EQUIVOCADO

Pois, diante destas PESQUISAS MENTIROSAS, o deputado federal Ubiratan Sanderson, do PSL do RS, de maneira totalmente equivocada, protocolou um projeto lei (5301/2020) propondo a PROIBIÇÃO da divulgação de PESQUISAS ELEITORAIS no período dos 15 dias que antecedem os pleitos. A proposta prevê ainda que a realização e a divulgação das pesquisas, nesse mesmo período, seja considerado CRIME PUNÍVEL com reclusão de dois a cinco anos e multa no valor de R$ 53 mil a R$ 100 mil.  


LEI INÓCUA

Como bem diz o pensador Guilherme Baumhardt, esta Lei, se aprovada, seria totalmente inócua, impossível de ser cumprida. Ainda mais com as ferramentas hoje disponíveis para difusão da informação. Se estivéssemos na década de 1990 talvez conseguisse alguma efetividade. Hoje é mais uma lei que cai na vala do "DE BOAS INTENÇÕES O INFERNO ESTÁ CHEIO". Mais: - Institutos de pesquisa e veículos de comunicação sobrevivem, também, em função da sua credibilidade. Vejam que o pedido de desculpas que o IBOPE fez, publicamente, não apaga o erro nem o dano causado ao longo de tantos anos. O fato é que a CREDIBILIDADE foi colocada em XEQUE; a empresa virou motivo de piada e de inúmeros MEMES; e os leitores e ouvintes perguntam para a RBS porque diabos ela ainda contrata o IBOPE.


PROIBIR QUE O GOVERNO PROÍBA

Pesquisa, eleitoral ou qualquer outra, serve para que o resultado obtido possa ser gerenciado e/ou administrado com o propósito de entender de que forma o consumidor está disposto a aceitar ou não os produtos ou serviços que estão sendo propostos. Ou seja, quem se sente prejudicado ou frustrado com o resultado da pesquisa tabulou, que trate de mudar a estratégia para tentar cativar a maioria do universo pesquisado.


Portanto, de novo: PROIBIR vai contra a LIBERDADE. Mais: com a proibição, os culpados, que deveriam ser punidos pelos seus erros, se tornam invisíveis e/ou com dificuldade para identificação. Aliás, antes de qualquer coisa o que deveria ser PROIBIDO para todo o sempre é o GOVERNO PROIBIR. É isto que os deputados deveriam propor.


Pontocritico.com

Plano de saúde é obrigado a fornecer medicamento contra câncer a paciente

 Dentre os itens solicitados pela defesa da paciente, está o medicamento "Kisqali", princípio ativo Ribociclibe, um remédio para câncer. 

O juiz de Direito Felipe Poyares Miranda, da 16ª vara Cível de SP, determinou em liminar que um plano de saúde providencie o que for necessário para uma paciente com câncer. Dentre os itens solicitados, está o medicamento "Kisqali", princípio ativo Ribociclibe, um remédio para a doença.

Na decisão, o magistrado salientou que a saúde é condição de direito fundamental do homem, não podendo ela ser caracterizada como simples mercadoria, nem confundida com outras atividades econômicas. 

Quanto à interpretação das cláusulas contratuais, o juiz deixou para a análise de mérito, a ser apreciada na sentença, "mormente sendo relevant e o fundamento da causa, com sério risco de vida, com receio de ineficáci a do provimento final, caso não deferida liminarmente.

O caso tramita sob segredo de justiça.

A advogada Fernanda Giorno e o advogado Rodrigo Lopes dos Santos (Lopes & Giorno Advogados) atuaram em defesa da paciente. 

Fonte: migalhas.com.br - 01/12/2020 e SOS consumidor

Comgás prorroga desconto para quitar dívida e prevê parcelamento

 


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Ação mira consumidores com débito em aberto há mais de um ano

A Comgás anunciou nesta terça-feira (1º) a prorrogação do Saldão de Dívida, onde consumidores do estado de São Paulo podem quitar dívidas antigas com até 50% de desconto.

 

O prazo inicial da ação se encerrava em 30 de novembro. Com a prorrogação, a empresa também abriu a possibilidade de parcelamento dos débitos em até 12 vezes.

O cliente que tiver contas atrasadas com mais de um ano tem até o dia 18 de dezembro para renegociá-las. O programa também é válido para clientes comerciais. Os descontos são progressivos, ou seja, quanto maior o tempo de atraso de uma conta, maior o desconto.

A quitação da dívida é feita online, via site da empresa. São necessários o CPF e o código do usuário do titular da conta.

O site, segundo a companhia, foi programado para calcular automaticamente o desconto de acordo com o tempo da dívida.

A Comgás faz a distribuição de gás natural encanado em 90 municípios, abastecendo os segmentos industrial, comercial, residencial e automotivo, além de viabilizar projetos de cogeração e disponibilizar gás para usinas de termogeração.

A companhia atende mais de 2 milhões de clientes em sua área de concessão no estado de São Paulo: Região Metropolitana de São Paulo, Região Administrativa de Campinas, Baixada Santista e Vale do Paraíba.

Tempo da dívidaDesconto
Entre 1 e 2 anos10%
Entre 2 e 3 anos20%
Entre 3 e 4 anos30%
Entre 4 e 5 anos40%
Acima de 5 anos

Fonte: Folha Online - 01/12/2020 e SOS Consumidor