Cade proibirá tabelamento na corretagem de imóveis

por Julio Wiziack

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Taxas que incidem sobre aluguéis, venda e administração predial serão livres

O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) proibiu, nesta quarta-feira (14), o tabelamento de taxas de corretagem de imóveis.

A medida já está valendo em todos os estados e no Distrito Federal.

O uso de tabelas únicas no país foi alvo de investigação no Cade e, para evitar que o caso fosse julgado --o que prevê punições maiores--, o Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci) e os conselhos regionais (Creci) de todos os estados fecharam um acordo com a autarquia.

No acordo, os corretores se comprometeram a cessar uma série de práticas consideradas pelo Cade como danosas à concorrência.

A partir desta quarta-feira, as taxas de corretagem --porcentagem que varia entre 5% e 12% e incide sobre aluguéis, venda e administração predial-- ficam livres. Não poderá mais haver tabelamento.

No aluguel, por exemplo, o corretor poderá cobrar taxas menores do que 10%, vigente no mercado.

Até hoje, o corretor que fizesse isso corria o risco de ser punido com um processo administrativo, o que, segundo o Cade, ocorreu em diversos estados.

FIM DA EXCLUSIVIDADE

Além disso, o Cade pôs fim à exclusividade no setor. Os proprietários de imóveis que quiserem vendê-lo ou alugá-lo poderão usar mais de um corretor, o que antes era vetado pelos conselhos.

Embora no mercado fosse comum o anúncio do imóvel por mais de uma imobiliária, o negócio só podia ser fechado pela empresa que possuísse um contrato comercial com o vendedor.

Com o acordo, a imobiliária que fechar primeiro a venda do imóvel, ficará com a comissão negociada entre as partes.

O acerto com o setor de corretagem é resultado de um processo aberto em 2015 pela Superintendência-Geral do Cade --área que vem monitorando uma série de atividades profissionais que, por meio de instruções normativas próprias, estariam atuando com "conduta uniforme".

A iniciativa do Cade segue um cronograma que já levou à condenação de 73 casos de tabelamento de honorários médicos. Também são alvo fotógrafos e contadores.

OUTRO LADO

Durante as investigações da superintendência, os conselhos de corretagem afirmaram que as tabelas de honorários tinham respaldo legal.

O Cofeci afirmou atuar somente na homologação das tabelas, que eram feitas pelos sindicatos.

Ainda segundo o conselho de corretores, neste caso, sua tarefa era evitar a prática de taxas abusivas.

O Cade, no entanto, teve entendimento diverso. Nos documentos, a superintendência do órgão afirma que os conselhos baixaram normas próprias uniformizando as taxas.

Por isso, os conselhos de classe preferiram fechar um acordo pagando R$ 75 mil com o compromisso de adotar medidas que garantam a livre concorrência.

O que a medida cobre?

Honorários de corretagem referentes a todo tipo de serviço: compra, venda, arrendamento, loteamento, locação, incorporação, administração de condomínios, bens

A decisão acabou com as taxas?

Não, mas cada corretor terá a liberdade de cobrar a sua. Antes a taxa era uniforme para a categoria, o que prejudicava a competição

Fonte: Folha Online - 14/03/2018 e SOS Consumidor

"DEFINIÇÃO DE FALSO LIBERAL"!

(Augusto de Franco - Inteligência Democrática, 12/03/2018) 1. Apareceu um espécime novo na política brasileira: o Falso Liberal. Uma definição sucinta de Falso Liberal seria a seguinte. É aquele estatista (muitas vezes disfarçado de nacionalista, como se as nações atuais existissem sem Estado) que, para efeitos eleitorais ou de arregimentação de seguidores, se diz contra a intervenção do Estado na economia, mas na verdade quer controlar a sociedade a partir do Estado. Estatistas podem ser de esquerda ou de direita. Os neopopulistas – como os lulopetistas – são estatistas de esquerda e, como tais, iliberais. Mas, reconheça-se, eles não se dizem mesmo liberais.
2. Já os populistas-autoritários – como os bolsonaristas – e, em parte, os cerca de 30% que restaram da turma não-bolsonarista e não-olavista da chamada nova direita brasileira, como os militantes do MBL, o Flávio Rocha e alguns outros (talvez até o Amoedo, do Novo) – querem se declarar liberais, mas apenas no sentido econômico do termo. Ora, o liberalismo é um comportamento político, não uma doutrina econômica. Liberais-econômicos só serão verdadeiros liberais se forem também liberais-políticos. Não adianta apenas bradar contra a intervenção do Estado na economia. Não adianta se dizer liberal na economia e conservador nos costumes. Para ser um liberal-político é necessário dizer claramente (e se comportar condizentemente com o dito) que a sociedade é um modo de agenciamento autônomo, subsistente por si mesmo, independente do Estado, presidido por uma racionalidade própria, com uma lógica de funcionamento não derivada do Estado ou do mercado, e que não deve, portanto, ser invadida ou subordinada ao Estado e nem ser obrigada a reproduzir a dinâmica do mercado.
3. Liberais-econômicos que querem que o Estado intervenha na sociedade, por exemplo, no ensino escolar (para coibir a doutrinação comunista e o proselitismo partidário da esquerda em sala de aula) ou nas formas de expressão artística (para censurar as que retratam casos de zoofilia, pedofilia e outros comportamentos desviantes), ou ainda para aprovar leis pró-armamentistas da população, por mais que defendam o livre-mercado, não são verdadeiros liberais, ou seja, não são liberais no sentido político do termo e, assim, são falsos liberais (mesmo que andem pra cima e pra baixo com o Atlas Shrugged de Ayn Rand ou com os manuais de Escola Austríaca debaixo do braço). Liberal, stricto sensu, é quem toma o sentido da política como a liberdade (e se comporta condizentemente com isso).
4. É simples. Quem quer que o Estado eduque e conduza a sociedade é estatista e, portanto, iliberal. Quem acha que a sociedade não pode ser autorregular, mas tem de ser sempre regulada heteronomamente pelo Estado, é estatista e, portanto, iliberal (em alguns casos contra-liberal). Falsos liberais (que na verdade são estatistas, mesmo quando se declarem apenas nacionalistas – como Ciro Gomes, Bolsonaro et allia) dizem que pode-se privatizar tudo, menos os “setores estratégicos”. Mas o que é estratégico? Isso não depende da estratégia? Então qual é a estratégia? É guerra? Para derrotar quem? E para nos levar para onde? A noção de estratégia em política é um deslizamento de um constructda arte da guerra. Faz sentido diante do inimigo construído como tal (seja real ou imaginário). É um conceito autocrático que, a rigor, não pertence ao repertório da democracia.
5. Mesmo porque, quem traça a estratégia? Uma elite de dirigentes? Um partido convertido em Príncipe moderno? Há algum processo coletivo de construção da tal estratégia ex parte populis, ou seja, a partir da interação das pessoas comuns? Se não há, trata-se de um contrabando autocrático dentro das democracias.  O Falso Liberal, no fundo, quer agradar o tal mercado (como se o tipo de agenciamento que chamamos de mercado fosse uma coleção de grandes capitalistas) para obter financiamentos para seus movimentos, contribuições de empresas para suas campanhas (agora disfarçadas de contribuições de pessoas físicas ou via caixa 2 mesmo), admiração ou leniência do mundo econômico (sobretudo internacional). Até os declaradamente iliberais fazem isso, como fez o PT com a Carta aos Brasileiros (na qual Lula assegurava que, no seu governo, manteria os acordos, as regras valorizadas pelos capitalistas e a estabilidade econômica), que foi um documento até certo ponto liberal em termos econômicos, mas falsamente liberal em termos políticos.
6. Estatistas de esquerda são contra privatizações por razões muito práticas (e bandidas). Sem grandes empresas estatais fica mais difícil empregar legiões de militantes aparelhadores e assaltar o Estado na ordem de grandeza dos bilhões (como foi feito com a Petrobrás e outras empresas). O discurso nacionalista é apenas um disfarce, um truque. Eles estão pouco ligando para o “patrimônio do povo brasileiro” se não puderem se apropriar do butim, na base do spoil system. Estatistas de direita são mais patéticos. Eles, em geral, não sabem que são estatistas, porque não sabem bem o que é estatismo.
7. Quando se diz que o estatismo (que está sempre embutido nos populismos, sejam ditos de esquerda ou de direita) é o problema, muita gente não entende – nem mesmo os que andam pra cima e pra baixo com As Seis Lições, de Ludwig von Mises, o Livre Para Escolher, de Milton Friedman, O caminho da servidão, de Hayek e o Economia em uma lição, de Hazlitt, debaixo do braço. Repetindo. Liberal é quem afirma a liberdade como fim (no sentido de finalidade) da política e, assim, toma a democracia como um valor universal e principal da vida pública. Não quem construiu um sistema doutrinário para, supostamente, explicar a ação humana a partir dos interesses e preferências dos indivíduos. Os liberais-econômicos ainda não descobriram que o estatismo é um comportamento político que se caracteriza por uma desvalorização da racionalidade da sociedade (julgada, não raro, inexistente ou apenas um epifenômeno) em relação à racionalidade do Estado (para o estatismo a sociedade é uma espécie de dominium do Estado, quase no sentido feudal do termo) e por uma desconfiança na capacidade de autorregulação do mercado (e da própria sociedade).
8. Assim, o estatismo é um estadocentrismo. Mas o problema (que os adeptos das doutrinas do liberalismo-econômico não percebem) é que o estatismo não se opõe apenas ao mercadocentrismo (a atribuição ao mercado de um papel regulador não só da economia, mas da sociedade: o que é um transbordamento ou um deslizamento da regulação que funciona em um campo de eventos para outro campo de eventos, regidos por lógicas distintas) e sim à autonomia da sociedade, à sua subsistência por si mesmo, com racionalidade própria (e não derivada ou emprestada do Estado ou do mercado) e é por isso, fundamentalmente, que todo estatismo é antidemocrático: não porque seja contra uma impossível regulação mercantil da sociedade (já que é a economia que tem ser de mercado, não a sociedade) e sim porque é contra uma regulação social (ou societária) da sociedade.
9. Sem uma regulação social da sociedade não poderia ter surgido a democracia, de vez que a polis não era a cidade-Estado e sim a koinonia (a comunidade) política e que a polis – como sacou genialmente Johannah Arendt (1958), em A condição humana – não era Atenas (a entidade abstrata, o Estado) e sim os atenienses (a rede concreta de pessoas que geraram a democracia por meio das suas conversações na Agora, uma praça publicizada, tornada, pela interação dos atenienses livres, um espaço público, quer dizer, não privatizado pelo autocrata). Os que acham que só a partir do Estado se pode promover transformações na sociedade são estatistas (no sentido político do termo). O mesmo vale para os que exaltam e reificam a noção de nação (já que quase todas as nações contemporâneas são Estados-nações).
10. Assim, a questão do estatismo, antes de ser um tema econômico, é matéria da política. O estatismo, em termos estritamente políticos, é um comportamento (político) que não se caracteriza apenas, nem principalmente, pelo fato do Estado se meter na economia. A questão central, para a democracia, é o padrão de relação Estado-sociedade e não o padrão de relação Estado-mercado. Isso, por certo, é também muito importante, mas não pode elidir a questão central. Estatistas, em termos políticos – convém repetir – pensam que cabe ao Estado promover transformações na sociedade, conduzir a sociedade, educar a sociedade.
11. Resumindo: o estatismo é definido como um tipo de comportamento político conforme a uma visão estadocêntrica do mundo que não reconhece, para além do Estado, a autonomia – e, em alguns casos, a legitimidade – de outros modos de agenciamento, como o mercado e a sociedade civil, as comunidades glocais e as redes (mais distribuídas do que centralizadas) de pessoas.
12. Boa parte dos Falsos Liberais – ditos de esquerda ou de direita – é estatista. Mas vá-se lá dizer-lhes!


Ex-Blog do Cesar Maia


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O BRASIL QUER É A VOLTA DO QUE O TENENTISMO SONHOU E REPRESENTOU (RESPOSTA AO PROF VILLA)

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General da Reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva

O professor Marco Antonio Villa, por desconhecer o que são os militares e as Forças Armadas, cometeu erros de avaliação ao escrever um artigo publicado em O Globo, em 13 de março do corrente. O professor considera haver uma movimentação militar pela volta do Tenentismo, escrevendo que o “Estamento militar quer se recolocar na política. Tenta construir projeto intervencionista”.

Abaixo, aproveitando o texto do professor Villa, faço algumas considerações (em azul) a respeito do que ele escreveu.

O GLOBO – 13/MAR/18

O tenentismo quer voltar

Marco Antonio Villa*

Estamento militar quer se recolocar na política. Tenta construir projeto intervencionista. Não sabe de onde partir

Em outubro de 1891, Joaquim Nabuco, em carta enviada ao amigo Aníbal Falcão, escreveu: “Já lhe respondi que se quisesse entrar novamente em política, primeiro assentaria praça (é um pouco tarde, não lhe parece?) por estar certo de que o melhor governo que a República pudesse dar ao país seria incapaz de receber direção que não partisse dos próprios quartéis. Vocês, republicanos, substituíram a monarquia pelo militarismo sabendo o que faziam, e estão convencidos de que a mudança foi um bem. Eu […] pensei sempre que seria mais fácil embarcar uma família do que licenciar um exército.”

Comentários: Entre 1891 e 1894, a República e mesmo a unidade nacional estavam em situação de risco, com a Revolta da Armada e a Revolução Federalista no Sul do Brasil. Impunha-se uma liderança firme e foi graças a Floriano Peixoto e ao Exército que o regime se consolidou. Floriano passou o governo a um civil – Prudente de Morais – em 1894, com o país pacificado e as Forças Armadas (FA) cumprindo suas missões normais.

Até 1889, os militares tinham papel pouco relevante na cena nacional. O militarismo era um mal platino. A sucessão de golpes de Estado, típica da região, era inexistente no Brasil. No Segundo Reinado (1840-1889), a maioria dos ministros do Exército e da Marinha foi civil. As atribuições das Forças Armadas estavam determinadas nos artigos 145 a 150 da Constituição. A obediência ao Poder Executivo era clara: “a força militar é essencialmente obediente; jamais se poderá reunir sem que lhe seja ordenado pela autoridade legítima.” (artigo 147)

Comentários: Uma nação do tamanho e complexidade do Brasil não concretizaria sua unidade política da noite para o dia após a independência. Havia lideranças de províncias que pretendiam exercer o poder em um nível que comprometeria a unidade política do país e poderia fragmentá-lo, como aconteceu no restante da América do Sul. Essas lideranças, para firmar seu poder local e em face do pequeno efetivo do Exército de Linha, constituíram Guardas Nacionais que, em alguns casos desafiaram o poder imperial em revoltas que colocavam em risco a unidade do Brasil. As FA, cumprindo exatamente sua missão constitucional e fieis ao poder central, venceram várias revoltas internas e foram artífices da unidade nacional. Além disso, mantiveram a integridade do território no longo período de lutas externas na Bacia do Prata. Por outro lado, na política, vários chefes militares desempenhavam cargos no legislativo nacional ou nas provinciais. Entre tantos, destaco os Generais Osorio e Caxias, ambos senadores, tendo o segundo exercido a chefia do gabinete de ministros do Imperador e sido o único varão do Império a receber o título de duque, só suplantado pelo príncipe e o rei na nobreza das monarquias. Ora esse papel, aqui resumido apenas aos feitos mais notáveis, não é, em absoluto, “um papel pouco relevante na vida nacional”, nem mesmo na vida política. Essa relevância não se refletiu no desenvolvimento de um poder militar compatível com a grandeza do país, mas este mal até hoje não foi superado, particularmente por ter o Brasil vivido, até a recém escalada da globalização, distante e pouco envolvido no eixo dos conflitos entre as potências mundiais.

As Forças Armadas foram arrastadas à política, agindo corporativamente, quando da Questão Militar. Os liberais foram os principais agentes naquele processo. Estimularam a desobediência castrense acreditando que, dessa forma, enfraqueceriam seus adversários, os conservadores. Ironicamente, em novembro de 1889, foram derrubados — e com eles, a monarquia — por um golpe militar.

Comentários: Segundo Rattenbach, “En los países latino-americanos, la inestabilidad política no se debe a la intervención frecuente de los militares, sino al revés, estos interfieren em la política interna precisamente a causa de esa inestabilidad”1.

Se as FA fossem corporativas, como o professor explicaria os militares estarem sempre nos níveis medianos e inferiores das classes sociais e o poder militar brasileiro ser, historicamente, inferior à estatura estratégica e às necessidades de defesa e dissuasão do Brasil? Além disso, não se pode simplificar a participação dos militares no movimento republicano apenas ao episódio da Questão Militar. O movimento cresceu em todo o país, atingindo fortes lideranças e segmentos formadores de opinião, particularmente, depois da Guerra do Paraguai. O estamento militar não foi, não é e nunca será um corpo ausente nos momentos decisivos da Pátria, pois é a Instituição sobre a qual repousa a sobrevivência nacional e os militares amam seu país. A monarquia, após tomar importantes medidas, por muitos historiadores julgadas precipitadas, foi perdendo apoio de seus pilares nos campos político, econômico, religioso e, também, no militar. O professor simplificou, irrefletidamente, a adesão de muitos militares como sendo arrastados pelos liberais, passando a ideia de que não teriam opinião própria.

A entrada dos militares na política foi nociva ao país e às Forças Armadas. Na maioria dos estados — antigas províncias — a República foi proclamada pelas guarnições militares. O entusiasmo pela política foi tão grande que para a Assembleia Constituinte, escolhida em setembro de 1890, foram eleitos 54 constituintes militares: 40 deputados e 14 senadores. Desde então, tiveram papel permanente na política, participando ativamente dos embates eleitorais e agindo como uma corporação que estaria acima das instituições, como uma espécie de reserva moral da nação, um caricato Poder Moderador.

Comentários: Quanto à participação político-partidária da Instituição e de militares da ativa, isso jamais deveria acontecer em qualquer país. No Império, isso só acontecia com relação a militares individualmente, portanto, não foi consequência da República. Se militares foram votados é por que tinham a confiança de grande parte dos eleitores, algo que persiste até hoje. A participação de militares da ativa na política partidária continuou na república até ser vetada, quando ficou claro ser inapropriada. Por outro lado, no tocante à grande estratégia (ou política nacional), apartidária, prescindir da presença de altos chefes militares nos escalões de decisão é algo de países primários e com lideranças sem visão.

Ora professor, procuremos, também, na incapacidade e/ou desinteresse das lideranças civis de governarem segundo princípios eficazes de gestão, dos legítimos interesses nacionais e sociais, de ideais patrióticos e com integridade moral, as causas de a própria população recorrer aos militares quando aquelas lideranças tornam o futuro uma promessa de caos.

A participação das FA em revoltas na República era fruto de instituições fracas; do poder econômico e político de lideranças locais e nacionais ser orientado para interesses fisiológicos e patrimonialistas; da dificuldade da presença do Estado ou de sua presença ilegítima para manter a preeminência dessas lideranças em todo o território; da educação precária do cidadão; da imaturidade política da nação; e, após 1935 e em algumas crises, da incompatibilidade das FA com ideologias radicais ainda hoje atuantes e com força política.

As FA, após a consolidação da República e até a deposição do ditador Vargas em 1945, nunca se revoltaram contra o poder legalmente constituído. Havia crises político-militares com a participação de militares e de parte das tropas, mas a Instituição esteve sempre do lado da legalidade. Reitero o que disse acima. Se as FA fossem corporativas, como o professor explicaria os militares estarem nos níveis medianos e inferiores das classes sociais e o poder militar brasileiro ser, historicamente, inferior à estatura estratégica e às necessidades de defesa e dissuasão do Brasil.

Nos anos 1920, o militarismo renasceu como elemento renovador da política. O tenentismo serviu como receptáculo reunindo a insatisfação militar da jovem oficialidade com os rumos do país. Tinha apoio civil. Mas, na sua essência, desprezavam a política e os “casacas”, forma depreciativa como se referiam à elite dirigente. O salvacionismo levou às rebeliões de 1922, 1924 e à Coluna Prestes. E, em 1930, chegou ao poder sob direção — ironia da história — de um civil. Tomaram e expandiram o aparelho de Estado. Determinaram os rumos do país tanto nos momentos democráticos, como nos autoritários. Basta recordar que durante o populismo (1945-1964), nas quatro eleições presidenciais, sempre houve candidatos militares. Mesmo assim — ou apesar disso — estiveram presentes nas conspirações e golpes ocorridos no período, como na pressão contra a posse de Getúlio Vargas, em 1951, na crise de agosto de 1954, nos dois golpes de Estado de novembro de 1955, nas revoltas de Jacareacanga e Aragarças no governo Juscelino Kubitschek, na crise da renúncia de Jânio Quadros, em agosto de 1961, e, finalmente na derrubada de João Goulart, em abril de 1964.

Comentários: Não foi o militarismo que inspirou os Tenentes e sim a mudança da elite política dominante, a substituição do modelo agrário, para permitir que a Revolução Industrial chegasse de fato ao Brasil e a moralização do processo eleitoral. Estas propostas não eram de perfil militarista. Quanto ao desprezo pela política e pelos “casacas”, qual a diferença dos dias de hoje? Quanto à participação no aparelho do Estado, ainda bem que aconteceu. Afinal, foi exatamente no período de Vargas a Figueiredo que o Brasil se ombreou ao Japão como os países que mais cresceram no século passado. E isso se deu, principalmente, no regime militar, quando aconteceu o maior desenvolvimento nacional. Qual o problema em haver candidatos miliares? Seria preconceito? Se eles estiveram presentes em conspirações e golpes, é por que sem eles esses eventos seriam surreais.

Reitero ainda que a participação das FA em revoltas na República era fruto de instituições fracas; do poder econômico e político de lideranças locais e nacionais, aliadas em torno de interesses fisiológicos e patrimonialistas; da dificuldade da presença do Estado ou de sua presença para manter a preeminência dessas lideranças em todo o território; da educação precária do cidadão; da imaturidade política da nação; e, após 1935 e em algumas crises, da incompatibilidade das FA com ideologias radicais.

De 1964 a 1985, o militarismo nunca foi tão dominante. Determinou o rumo do país, inclusive do processo de transição para o regime civil. Centenas de militares ocuparam postos na estrutura estatal. As polêmicas castrenses ocuparam o espaço da política. Tudo era definido de acordo com os interesses das Forças Armadas. Os cidadãos eram meros espectadores, pois havia brasileiros mais iguais que outros. Isto foi absolutamente nocivo ao aperfeiçoamento profissional das três armas e — por mais paradoxal que seja — à segurança nacional, tão propalada pelos generais-presidentes.

Comentários: O professor confunde civismo e patriotismo com militarismo, como se não fossem valores nacionais, mas apenas castrenses. Não foi o militarismo que determinou os rumos do país, inclusive por que o lema dos governos militares era “Desenvolvimento e Segurança” e não ao contrário. Havia era planejamento estratégico e continuidade entre governos. O fato de militares ocuparem postos na estrutura estatal foi determinante para a implantação da infraestrutura de transporte, de telecomunicações e de outras áreas, inclusive educação. Dizer que tudo era definido de acordo com os interesses das FA é típico de quem tem preconceito contra elas, basta lembrar o que foi dito antes sobre a posição social dos militares e o poder militar do país. O país só não sucumbiu ao segundo choque do petróleo, com o consequente aumento exponencial dos juros internacionais e suas consequências e, assim, pôde entrar em boas condições na globalização graças à base industrial, à infraestrutura energética e à de telecomunicações, ao avançado agronegócio e a tantas outras boas heranças do regime militar.

O problema da debilidade militar do Brasil não é a presença de chefes militares no núcleo decisório do Estado. É, sim, a falta de visão estratégica das lideranças políticas e dos segmentos formadores de opinião e isso é histórico. O Brasil foi surpreendido na Guerra do Paraguai, na 2ª Guerra Mundial, na atual “guerra ao crime organizado” e será em qualquer conflito futuro. Por incapacidade de perceberem ameaças potenciais, a sociedade, os formadores de opinião e as lideranças políticas e empresariais não se dispõem a disponibilizar recursos no montante necessário à defesa nacional como as FA pleiteiam. É como a lei de mercado: a capacidade de visão é curta e pensa que existe uma “grande oferta de segurança no mercado das relações internacionais”. Assim, por quê investir em defesa? Só que existem ameaças potenciais, cujos fatores e atores são plenamente perceptíveis, particularmente, na Amazônia. Defesa não se improvisa!

Os governos civis não conseguiram colocar os militares nas funções constitucionais e muito menos elaborar uma doutrina que definisse claramente o papel das Forças Armadas. Também — forçoso reconhecer — as lideranças castrenses não souberam produzir propostas que pudessem ser debatidas pela sociedade destacando, por exemplo, a importância de um país com as dimensões do Brasil ter um orçamento militar adequado. Ficaram na defensiva tentando legitimar os atos dos anos 1964-1985. Perderam tempo. Este não era o principal embate. Optaram pelo discurso, ao invés da ação.

Comentários: Quem ler a Constituição Federal, as Leis Complementares, a Política Nacional de Defesa e a Estratégia Nacional de Defesa vai ver que o papel das FA está claramente definido. Pode-se discordar de algum ponto, mas isso é uma questão de opinião. A doutrina é elaborada e discutida nos regulamentos militares e está em constante evolução. Reitero aqui o que foi dito antes. Por não verem ameaças potenciais, a sociedade, os formadores de opinião e as lideranças políticas e empresariais não se dispõem a disponibilizar recursos em montantes necessários à defesa nacional. É como a lei de mercado: a capacidade de visão curta é de que existe uma “grande oferta de segurança no mercado das relações internacionais”. Assim, por quê investir em defesa? Fica difícil convencer a nação, mas concordo que há estratégias para isso e poderia haver uma ação efetiva nesse sentido.

Agora, ainda sem clareza do que fazer, o estamento militar quer se recolocar na política. Tenta construir um projeto intervencionista. Não sabe de onde partir, nem como fazer. Buscar no guarda-roupa da história a roupagem tenentista vai transformar a ação das Forças Armadas numa comédia pastelão. As sucessivas declarações políticas de altos oficiais violam o regulamento disciplinar das três forças. E não passam de respostas desesperadas, símbolos da esterilidade corporativa.

Comentários: O professor Villa considera que “sucessivas declarações políticas de altos oficiais violam o regulamento disciplinar das três forças”. Não sabe que os militares da reserva estão amparados por lei a se manifestarem sobre qualquer assunto de interesse público sem nenhuma restrição dos regulamentos militares.

Aos da ativa, o Regulamento Disciplinar e o Estatuto dos Militares proíbem a manifestação pública sobre temas políticos. Quando um alto chefe militar se manifesta sobre temas dessa natureza, o caso é avaliado pelo Comandante do Exército, à luz do Regulamento Disciplinar, mencionado pelo professor, o qual preconiza em seu Art. 16 que: “O julgamento da transgressão deve ser precedido de análise que considere: I - a pessoa do transgressor; II - as causas que a determinaram; III - a natureza dos fatos ou atos que a envolveram; e IV - as consequências que dela possam advir”. O Art. 24. diz que: “As punições disciplinares a que estão sujeitos os militares são, em ordem de gravidade crescente: advertência; impedimento disciplinar; repreensão; detenção disciplinar; prisão disciplinar; e o licenciamento e a exclusão a bem da disciplina. Dessa avaliação do Comandante do Exército, um chefe militar com altos serviços prestados à Instituição e ao Brasil poderá ser apenas advertido verbalmente, sem publicação do ato, ou mesmo não ser punido.

Quanto ao “projeto intervencionista militar”, aí o professor Villa fez um voo estratosférico. Além disso não existir, não são os militares que querem se meter na política e sim a população que, em grande parte, quer a sua participação. Isso ocorre por que as lideranças civis se mostraram incompetentes para conduzir a democracia no Brasil e, em 25 anos, afundaram o país em um caos político, econômico, moral e social. Quem viveu no regime militar e não tem ranço ideológico reconhece que o a país era muito melhor e havia esperança no futuro.

Quantas vezes será necessário o Comandante do Exército dizer que a Instituição pautará sua conduta pela Estabilidade, Legalidade e Legitimidade. Professor Villa. Só há uma situação em que as FA tomariam a iniciativa de intervir: em um caso de caos político-social, com ameaça de guerra civil e falência da autoridade dos três Poderes da União (anomia). A intervenção seria para restabelecer os Poderes Constitucionais e não para implantar um novo regime militar. Essa situação é algo improvável, pois pelo menos um dos Poderes ainda acionaria as FA e aí não seria intervenção e sim emprego constitucional. Para isso acontecer, vai ter que estar correndo sangue nas ruas. Portanto, antes desse momento, é bom que cada um cumpra o seu dever, particularmente os três Poderes da União.

As grandes potências não alijam os militares do núcleo decisório do Estado, como fizeram os governos do PSDB e do PT. As consequências estamos vendo agora, pois faltou a autoridade funcional e moral das FA nas decisões mais sensíveis, para CONTRIBUIR e NÃO PARA CONDUZIR os destinos do Brasil nesses últimos 25 anos.

O professor Villa deveria buscar conhecer melhor as FA, seus Comandos e Estabelecimentos de Ensino, haja vista a responsabilidade que tem como formador de opinião.

Pior será se os militares forem seduzidos pelas novas vivandeiras que rondam os quartéis. São os oportunistas de sempre. Para as Forças Armadas, quanto mais distantes da política partidária, melhor. Mais ainda do atual processo eleitoral para a Presidência da República. Desenterrar o modelo do soldado-cidadão, que serviu para justificar o golpe militar republicano e as diversas intervenções ao longo do século XX, conduzirá o país e as Forças Armadas a uma grave crise política e institucional. A advertência de Joaquim Nabuco está de pé. Não foi ouvida em 1889. Espero que seja ouvida agora.

Marco Antonio Villa é historiador

Comentários: Essa ideia de vivandeiras rondando quarteis é algo de um passado distante. O professor confunde crises político-militares com intervenções militares. Toda crise política, que tenha graves consequências na paz social e desague em escalada de violência incontrolável pelos órgãos de segurança pública, acaba levando à atuação das FA, que, na maioria das vezes, esteve com a legalidade ou se pautou pela legitimidade.

De 1922 a 1964, houve cerca de duas dezenas de crises institucionais onde chefes militares, envolvidos na política partidária, arrastavam consigo parte da tropa num Brasil ainda imaturo para a democracia. Havendo ou não honestidade de propósitos, ficavam prejudicados: o compromisso militar, que deve ser exclusivo para com a nação; a dedicação, que deve ser integral à missão constitucional; e os princípios de hierarquia e disciplina, comprometendo a coesão nas FA e a própria unidade nacional. O regime de 1964 afastou as FA e os militares da ativa da política partidária e criou condições para o fortalecimento das instituições. As crises políticas não tiveram mais o envolvimento militar e, hoje, são resolvidas nos foros apropriados. Os generais presidentes reconheciam a excepcionalidade do regime e manifestavam o objetivo de retorno à normalidade democrática, o que se cumpriu com a revogação do AI-5, a anistia e a abertura política após a derrota da luta armada e a aceitação pelos ex-guerrilheiros das regras do jogo democrático.

O regime militar, em seus 20 anos, foi quem garantiu e criou condições para fortalecer a democracia, que a esquerda conseguiu enfraquecer e ameaçar em 25 anos.

1 RATTENBACH, Benjamin. El Sistema Social-Militar en la Sociedad Moderna. Buenos Aires: Editora Pleamar, 1972. P.117)

Merkel é reeleita para 4º mandato na Alemanha

Foram preciso seis meses de negociação para conseguir votos necessários

Merkel é reeleita para 4º mandato na Alemanha | Foto: Tobias Schwarz / AFP / CP

Merkel é reeleita para 4º mandato na Alemanha | Foto: Tobias Schwarz / AFP / CP

A chanceler alemã, Angela Merkel, prestou juramento nesta quarta-feira para seu quarto mandato como chanceler. O juramento aconteceu pouco depois de uma votação dos deputados, que lhe deram seu apoio, passados seis meses de impasse. Foi uma maioria mais estreita do que se esperava. "Com a ajuda de Deus", ela prometeu, pela quarta vez, pôr sua "força a serviço do bem do povo alemão" e "proteger e defender a Lei fundamental e as leis da Federação". 

O juramento aconteceu pouco depois de uma votação dos deputados, que deram a ela seu apoio, passados seis meses de impasse. Foi uma maioria mais estreita do que se esperava. Dos 688 votos válidos, 364 deputados se posicionaram a favor de sua reeleição na votação secreta. No entanto, o resultado da votação mostra as dificuldades políticas que enfrentou para formar a coalizão, já que obteve apenas nove votos a mais da maioria necessária (355) e 35 a menos da maioria teórica de 399 deputados conservadores e social-democratas.

Merkel realizará durante a tarde o primeiro conselho de ministros deste governo reformado e quase paritário. Sua eleição põe fim a uma longa busca pela maioria, jamais vista na Alemanha democrática, que acabou por renovar a atual coalizão da União Cristã-Democrata (CDU) de Merkel e seus aliados bávaros da CSU com os social-democratas do SPD.

O desafio da chanceler será dirigir um país sacudido poela ascensão da extrema-direita da Alternativa para a Alemanha (AfD), que, depois das eleições de setembro, se converteu na primeira força da oposição, com 92 deputados. Muitos observadores acreditam que este será provavelmente seu último mandato. Alguns, inclusive, preveem um fim prematuro, já que Merkel colocou em apuros até as fileiras conservadoras nos últimos meses.

O SPD fará um balanço da coalizão dentro de 18 meses. O ministro designado das Finanças e peso pesado dos social-democratas, Olaf Scholz, reconheceu que o Executivo não era fruto de "um casamento de amor", mas prometeu que os aliados vão "trabalhar juntos e governar corretamente". A Europa espera que a primeira economia do continente esteja pronta para enfrentar os desafios.

Merkel terá de tranquilizar seus sócios sobre sua capacidade para agir em um momento em que a União Europeia (UE) está sacudida pelo Brexit, pelo recuo de alguns Estados membros e pela crescente popularidade dos partidos antissistema. A reforma da UE é uma prioridade para o novo Executivo alemão, especialmente a criação de um orçamento para a zona do euro, algo que não entusiasma muito Berlim.

Desafios do século XXI

A tranquilizadora estabilidade encarnada durante muitos anos por Merkel acabou se voltando contra ela. Alguns consideram que ela colocou o país em perigo ao abrir as portas para os refugiados e outros acham que ela representa imobilismo em um mundo em mudança.

Frente à ameaça do AfD, teve de fazer concessões à ala mais conservadora de seu partido, com promessas de por limites às chegadas de migrantes. Além disso, seu governo prometeu se aproximar mais do povo, segundo Horst Seehofer, designado ministro do Interior, numa tentativa de acompanhar uma população a que faltam referências em um mundo globalizado e ante a acelerada informatização da economia.


AFP e Correio do Povo

Mata Hari–História virtual


Nome completo
Margaretha Gertruida Zelle

Nascimento
7 de agosto de 1876
Leeuwarden

Morte
15 de outubro de 1917 (41 anos)
Vincennes

Nacionalidade
Países Baixos

Cônjuge
Rudolf John MacLeod (1895-1902)

Filho(s)
Norman-John (1897-1899)
Jeanne-Louise (1898-1919)

Ocupação
Dançarina e cortesã

Margaretha Gertruida Zelle (Leeuwarden, 7 de agosto de 1876Vincennes, 15 de outubro de 1917), conhecida como Mata Hari, foi uma dançarina exótica dos Países Baixos acusada de espionagem que foi condenada à morte por fuzilamento, durante a Primeira Guerra Mundial. Em diferentes ocasiões sua vida foi alvo da curiosidade de biógrafos, romancistas e cineastas. Ao longo do tempo, Mata Hari transformou-se em uma espécie de símbolo da ousadia feminina. Mata Hari, seu nome artistico, é uma palavra malaya que significa “Sol”, mas traduzida literalmente significa “Olho do dia”. [1]

Índice

 

Biografia

Nascida na região norte da Holanda, o 07 de agosto de 1876, Margaretha nasceu do enlace matrimonial entre o chapeleiro Adam Zelle e de Antje van der Meulen. A beleza da mãe, que possuía origem asiática, veio ao encontro do espírito audacioso do pai na formação dos trejeitos e do caráter desta jovem holandesa. Sua infância foi palco da falência da família que logo ruiu com as dificuldades financeiras. No ano de 1891, ao complir 15 anos, Margaretha sofreu com a perda da mãe.

O pai mudou-se para Amsterdã onde resolveu constituir uma outra família. Sem ter maiores opções, a jovem resolveu completar seus estudos na cidade de Leyden, onde morava com um casal de tios. As formas que faltavam ao seu corpo eram compensadas com um rostro enigmático encoberto por cabelos negros e lábios de sinuoso desenho. A sua feição exótica lhe rendeu, aos 19 anos de idade, um casamento com o militar Rudolph McLeod. O marido era funcionário da Companhia das Índias Orientais, o que a obrigou a viver com a família na Indonésia. O tempo passado no Oriente lhe rendeu um curioso contato com os costumes e tradições do povo malaio. O casamento não foi bem sucedido graças ao alcoolismo e à violência do marido. No início do novo século, Margaretha perdeu um dos filhos devido à ação criminosa de uma babá que vivia um caso amoroso com Rudolph. O episódio foi a gota d’água para que os dois se separassem.

Durante o processo de separação, ocorrido na Europa, Margaretha conseguiu a guarda do seu filho remanescente. Inconformado, seu ex-marido seqüestrou o único filho trazendo enorme desgosto para Margaretha. Desolada, foi tentar a vida em Paris como modelo de artistas, posando nua para diversos pintores. Cansada dos baixos ordenados e da vida à mingua, decidiu voltar para a Holanda. Em sua terra natal conheceu o barão Henri de Marguerie, de quem se tornou amante.

Em 1904, resolveu retornar à capital francesa à custa de seu amante. Percebendo como o exotismo das culturas orientais fazia enorme fama em solo parisiense, Margaretha decidiu tornar-se dançarina. A sua primeira performance, cercada de intensa sensualidade, abriu portas para que pudesse continuar suas apresentações. Seguindo uma tendência da época, resolveu adotar um nome artístico. Inspirada pelos anos vividos na Indonésia, Margaretha decidiu se transformar em Mata Hari.

Suas primeiras apresentações foram realizadas no Museu Guimet, onde junto de outras dançarinas, utilizava trajes indianos que eram retirados ao longo de sua curiosa performance. A sensualidade de sua dança a transformou em uma celebridade prestigiada pelas mais influentes autoridades européias.

Participação na Primeira Guerra

A execução de Mata Hari, 1917

Durante a guerra, Mata Hari dormiu com inúmeros oficiais, tanto franceses quanto alemães e se tornou um peão da intriga internacional, apesar dos historiadores nunca terem esclarecido com exatidão se ela fora realmente uma espiã, e se sim, quais eram as suas atividades como tal.[2] Em 1917 ela foi a julgamento na França acusada de atuar como espiã e também como agente dupla para a Alemanha e França. Foi considerada culpada e no dia 15 de outubro do mesmo ano fuzilada. Dos 12 disparos lançados só 4 a atingiram: um na coxa direito, um no joelho esquerdo, um no flanco esquerdo, e outro que lhe fulminó o coração, matando no acto. Como assim se dispunha nestes casos, o oficial ao comando da execução lhe deu um tiro de graça na sien para se assegurar da matar.[2]

Execução

Existem vários rumores em torno de sua execução. Um dos mais fantasiosos diz que os soldados do pelotão de fuzilamento tiveram de ser vendados para não sucumbir a seu charme. Outra história cita que Mata Hari lançou um beijo aos seus executores antes que começassem a disparar.[2] Uma terceira versão diz que ela não só lançou um beijo, mas também abriu a túnica negra que vestia e morreu expondo-se totalmente nua.

Cultura popular

O filme de 1931, "Mata Hari", descreve seus últimos dias de vida. Greta Garbo interpretou o papel principal. Existe uma outra versão do filme Mata Hari de 1985 com a atriz holandesa Sylvia Kristel.

Mata também é mencionada na comédia Casino Royale (1967), quando é dito que, ela e James Bond tiveram uma filha, chamada Mata Bond, e Mata Hari foi o grande amor da vida de James. No seriado Charmed, no episódio 13 da sexta temporada, Phoebe Halliwell (Alyssa Milano) incorpora o karma de Mata Hari. É citada também por Lorelai Gilmore na sexta temporada da série Gilmore Girls, além de constar como um "quase" caso de Dimitri Borja Korosek, personagem principal no livro "O Homem que matou Getúlio Vargas" de Jô Soares, além de ser referência junto de Cleópatra na canção "Like It Or Not", de Madonna, em seu álbum Confessions On a Dancefloor de 2005.

Galeria

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Mata Hari em Paris 1906

Referências

  1. Ir para cima↑ Rainer Sousa. «Mata Hari». R7. Brasil Escola. Consultado em 15 de outubro de 2012
  2. Ir para:a b c Jean-Jacques Rivière (2006). «Mata Hari». UOL. História Viva. Consultado em 15 de outubro de 2012

Ligações externas

Commons

O Commons possui imagens e outras mídias sobre Mata Hari

Wikipédia

Cofundador do Google testa táxi aéreo autônomo

Crédito: Richard Lord / Zephyr Airworks / AFP / CP



AFP e Correio do Povo

A melanina nos mosquitos, por Lúcio Machado Borges*

Resultado de imagem para Aedes aegypti

Uma descoberta interessante que os cientistas fizeram é que a melanina dá um tom mais escuros aos ovos do Aedes aegypti e dá mais resistência para que estes ovos voltem a se reproduzir no ano seguinte. Para isso, os ovos só precisam ter um pouco de contato com água potável.

A melanina é a proteína que nos protege e da incidência dos e dos efeitos nocivos do sol como os raios ultravioletas que danificam a nossa pele e que podem causar o câncer de pele.

*Editor do site RS Notícias

Hohlfeldt pretende dobrar número de associados do Theatro São Pedro

Novo presidente da Fundação TSP revelou lançamento de nova campanha no dia 27, quando ocorrerá posse oficial

Hohlfeldt foi confirmado nesta quarta como novo presidente da instituição | Foto: Mateus Bruxel / CP Memória

Hohlfeldt foi confirmado nesta quarta como novo presidente da instituição | Foto: Mateus Bruxel / CP Memória

Pouco tempo depois de ser confirmado à frente da presidência da Fundação do Theatro São Pedro, Antonio Hohlfeldt conversou com a reportagem do Correio do Povo nesta quarta-feira. Ele destacou que o ato formal de posse será no dia 27 de março, o Dia Internacional do Teatro, no Palácio e depois no próprio teatro, quando o governador José Ivo Sartori e o secretário de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, Victor Hugo, serão os primeiros novos associados de uma campanha de busca de novos sócios para a instituição.“Pelo que apurei, são pouco mais de mil sócios e pretendemos mais mil sócios até o final do ano. Se a gente fizer uma abordagem mais direita, podemos dobrar este número. Não é isto que vai salvar o teatro, mas isto ajuda a pagar o pessoal e em uma série de despesas”, revelou.

Hohlfedl afirmou que o objetivo é manter o mesmo empenho e a equipe da gestão de Eva Sopher, mas aproximar cada vez mais o Theatro São Pedro do público, dos empresários, da comunidade. "Algumas pessoas já me pararam na rua e mostraram aprovação, mas eu digo que o popular não sou eu, é o teatro. As pessoas são interessadas pelo teatro. Quero tentar utilizar esta imagem positiva que o teatro tem para um apoio mais decisivo ao São Pedro", ressaltou.

O novo dirigente da instituição lembra que existem dois caminhos para impulsionar o teatro. “Você trabalha com grandes verbas ou em uma campanha pequena, na qual cada um faz uma parte, que é típica da cultura europeia ou norte-americana. As pessoas se sentem responsáveis pela coisas da sua cidade. Cada um vai dar 50 ou 100 reais, mas sabe que a contribuição é dele. Este é um ato de cidadania, é um ato de consciência política. Não precisamos fazer coisas novas. Podemos mudar estratégias”, salienta.

O destaque dele vai para a equipe do teatro. Segundo Hohlfeldt, as pessoas que trabalham ali há muito tempo, não estão pelo emprego, mas trabalham com dedicação e carinho pelo São Pedro. A articulação com empresários e também com a classe política é outra das estratégias iniciais de Hohlfeldt para a conclusão das obras do Multipalco. “Já conversei com dois empresários, que me parabenizaram pela nomeação. Eles disseram que ainda não haviam apoiado. Vamos atrás deste tipo de empresário. Também vou visitar os deputados. O Theatro São Pedro não é uma questão partidária, não é uma disputa política. Não é do governo e eu sou oposição. Vou precisar do apoio deles para trabalhar junto com o Banrisul. Já tenho um encontro com o líder da bancada do MDB na Assembleia, Gabriel de Souza. Não vamos deixar parar o movimento que a Eva mantinha com rédea firme”, explica.


Correio do Povo

Cai número de imigrantes autorizados a trabalhar no Brasil

Ministério do Trabalho concedeu 25 mil permissões em 2017 e 30 mil no ano anterior

O Ministério do Trabalho concedeu mais de 25 mil autorizações de trabalho para estrangeiros em 2017. Foram 24.294 autorizações temporárias e 1.006 permanentes. As informações foram apresentadas na última terça-feira durante a 2ª reunião ordinária do Conselho Nacional de Imigração (CNIg). Os dados fazem parte do Relatório Anual elaborado pelo Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), da Universidade de Brasília (UnB). O número é inferior ao de 2016, quando tinham sido emitidos mais de 30 mil documentos.

A diminuição é consequência das mudanças na legislação de imigração - nova lei entrou em vigor em novembro do ano passado. De acordo com o ministro do Trabalho, Helton Yomuta, o período de adaptação acabou influenciando no processo de concessão. De acordo com o relatório, a maioria dos imigrantes tinham nível superior completo. Os homens são os principais interessados em trabalhar no país: a eles foram concedidas mais de 22 mil autorizações, enquanto pouco mais de 3 mil mulheres conseguiram a documentação. Em relação às faixas etárias, mais de 9 mil autorizações se destinaram a estrangeiros entre 20 e 34 anos e mais de 10 mil para pessoas entre 35 e 49 anos.

Os Estados Unidos estão entre os países que mais enviam mão de obra estrangeira para o Brasil. Só para aquele país foram emitidas mais de 5 mil autorizações de trabalho. Em seguida vêm as Filipinas com mais de 2 mil; e Reino Unido, China, Índia, e França, com pouco mais de 1 mil autorizações cada. Dos países da América do Sul, as autorizações se destinaram a nacionais da Venezuela (239), Colômbia (223) e Argentina (188). Os estados que receberam mais profissionais estrangeiros foram o Rio de Janeiro, que recebeu mais de 11 mil pessoas; e São Paulo, com 10 mil.


Agência Brasil e Correio do Povo