A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) voltou a alertar para os impactos da manutenção das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Segundo o presidente da entidade, Cláudio Bier, e o economista-chefe, Giovani Baggio, o cenário tarifário representa uma das maiores ameaças à indústria gaúcha em 2026.
🔹 Perdas já registradas
De acordo com Baggio, no último quadrimestre as exportações do Rio Grande do Sul para os EUA recuaram em mais de US$ 250 milhões, afetando setores como tabaco, metal, madeira e calçados. A projeção da Fiergs é de que, caso as tarifas sejam mantidas, o prejuízo em 2026 ultrapasse US$ 900 milhões.
O economista destacou que a perda é exclusiva ao mercado americano, sem possibilidade de compensação em outros destinos. Muitos produtos já estavam encomendados quando as tarifas foram aplicadas, o que agravou o impacto.
“O problema das tarifas deve persistir no próximo ano. A flexibilização recente foi muito mais pela ótica americana, pelo impacto na inflação deles. Os produtos que nós exportamos aqui entram num terreno mais difícil”, explicou.
🔹 Posição da Fiergs
O presidente Cláudio Bier foi enfático ao avaliar a chance de reversão das tarifas:
“Nos mesmos patamares antigos eu acho muito difícil. Mas se tiver uma tarifa mais educada, que permita ao nosso empresário baixar um pouco o preço e eles pagarem um pouco mais lá, podemos chegar a um denominador comum.”
Bier revelou que a Fiergs tem atuado junto a compradores americanos para pressionar o governo dos EUA.
“Estamos contratando lobistas para trabalhar junto aos compradores, para que eles pressionem o governo, como já aconteceu com a celulose, que fez o papel higiênico triplicar de preço e, com isso, os fornecedores gritaram muito.”
Apesar dos esforços, o dirigente reconheceu que o tema seguirá como um dos principais desafios para a indústria gaúcha em 2026.
📌 O setor industrial do Rio Grande do Sul enfrenta um cenário de incerteza, com forte dependência das decisões tarifárias americanas para manter sua competitividade internacional.
Fonte: Correio do Povo

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