Um pedido de vista coletivo adiou a votação do relatório do deputado Diego Garcia (Republicanos-PR) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, que trata da cassação do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Mais cedo, Garcia apresentou parecer contrário à perda do mandato.
Com o adiamento, o relatório só será analisado após duas reuniões do colegiado. A expectativa é que Zambelli e sua defesa sejam ouvidos na próxima sessão da CCJ.
🔹 Condenação e situação atual
Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão, multa e perda do mandato, por envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A deputada fugiu para a Itália em julho, pouco antes da decretação de sua prisão.
Atualmente, está presa no país europeu, aguardando decisão da Justiça italiana sobre o pedido de extradição feito pelo Brasil.
O Ministério Público da Itália já se manifestou favoravelmente à extradição.
🔹 O parecer de Diego Garcia
Em seu relatório, Garcia afirmou não haver provas suficientes de que Zambelli ordenou o ataque ao CNJ:
“Onde houver sombra de incerteza, se houver lacuna de prova, que prevaleça então o respeito ao voto de quase um milhão de brasileiros que a elegeram.”
O deputado também acusou o STF de “perseguição política” e criticou a decisão da corte, alegando que se baseou em “arquivos recebidos por e-mails” e no “testemunho dúbio” do hacker Walter Delgatti Netto, condenado pela invasão.
🔹 Reações
A líder do PSOL, Fernanda Melchionna (PSOL-RS), criticou duramente o parecer:
“O relatório é um tapa na cara do povo brasileiro, porque nenhuma pessoa em sã consciência acha que a Câmara deve gastar R$ 140 mil por mês para pagar assessores de um mandato que não existe, já que a deputada está presa.”
🔹 Próximos passos
Após a votação na CCJ, o parecer seguirá para o plenário da Câmara dos Deputados. Para que a perda do mandato seja confirmada, será necessária a maioria absoluta dos votos dos 513 parlamentares.
Fonte: Correio do Povo
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