Integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e políticos de partidos de centro avaliam que o anúncio da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência da República é uma movimentação voltada para manter o espólio político da família Bolsonaro e projetar forças para as eleições de 2030.
🔹 Impacto no cenário político
Segundo apuração do Broadcast (Grupo Estado), sob reserva, a decisão confronta diretamente os planos do Centrão, que pretendia lançar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como candidato ao Planalto em 2026, com apoio de Jair Bolsonaro em troca de um possível indulto caso vencesse.
Embora Tarcísio mantenha discurso público de buscar a reeleição estadual, nos bastidores já havia sinais de interesse em disputar a Presidência. O anúncio de Flávio, portanto, surpreendeu mais pelo timing do que pela informação em si.
🔹 Repercussão e confirmação
Alguns ministros do governo Lula chegaram a interpretar o anúncio como um “balão de ensaio”, prática política usada para testar a reação pública antes de confirmar uma decisão. No entanto, dois fatores reforçam sua consistência:
A confirmação oficial feita por Flávio e pelo PL.
A manutenção da candidatura mesmo após a repercussão negativa no mercado financeiro, com o Ibovespa caindo quase 4% na sexta-feira (5).
🔹 Papel de Flávio após prisão de Bolsonaro
Desde que Jair Bolsonaro foi preso em 24 de novembro, Flávio assumiu papel central como interlocutor da família com aliados e o mundo externo, função comparada à de Fernando Haddad em 2018, quando representou Lula durante sua prisão em Curitiba.
🔹 Estratégia para o futuro
Nos bastidores, a avaliação é de que a candidatura de Flávio busca manter o eleitorado de direita mobilizado para 2030, já que o pleito de 2026 será mais difícil por se tratar de uma disputa contra o atual presidente.
Apesar de enfrentar índices de aprovação não tão altos, Lula conta com:
A máquina pública.
Novos programas sociais previstos para 2026.
A isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais.
Estrutura robusta de publicidade estatal.
🔹 Disputa interna na centro-direita
A maior ameaça ao bolsonarismo, segundo essa leitura, não viria da esquerda, mas da própria centro-direita. O presidente do PP, Ciro Nogueira, já havia criticado a “falta de bom senso e estratégia” nesse campo e defendeu que a união com o União Brasil priorizasse as eleições estaduais e a formação de bancadas.
📌 A publicação sobre a candidatura foi feita no X em 19 de novembro, quando Jair Bolsonaro já estava em prisão domiciliar, e não na sede da Polícia Federal.
Fonte: Correio do Povo

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