Inflação dos alimentos ajuda IPCA em 2025, mas cenário para 2026 deve ser mais desafiador

 


Desinflação em 2025

Após encerrar 2024 com alta de 8,2%, a inflação da alimentação no domicílio surpreendeu positivamente em 2025 e contribuiu para o processo de desinflação do IPCA, que deve fechar levemente abaixo do teto da meta de 4,5%, segundo a pesquisa Focus. Até outubro, o subgrupo acumula alta de 4,53%.

A moderação foi explicada por fatores como:

  • Apreciação cambial

  • Boas safras agrícolas

  • Queda nos preços das commodities

  • Alívio nas carnes

  • Tarifaço, que aumentou a oferta interna

Entre junho e outubro, houve cinco meses consecutivos de queda nos preços dos alimentos.

Surpresa para o mercado

O economista João Fernandes, da Quantitas, destacou que 2025 foi um dos anos de maior surpresa para baixo nos preços de alimentos. Ele projeta alta de apenas 2% para o subgrupo no ano.

Segundo Fernandes, a dinâmica do boi gordo foi determinante para a redução dos preços da carne bovina, levando a Quantitas a revisar a projeção de inflação da alimentação no domicílio em 2026 de 5,5% para 4,9%.

Perspectivas para 2026

Apesar do alívio em 2025, o cenário para 2026 é de pressão nos preços da carne, impulsionada pelas exportações e pelo ciclo do boi. Fernandes ressalta, porém, que a situação é incerta, já que a esperada redução nos abates de fêmeas foi adiada para o primeiro semestre do próximo ano.

O economista Fabio Romão, da 4intelligence, também avalia que dificilmente o cenário favorável se repetirá. A projeção inicial para 2025 era de alta de 7%, mas foi revisada para 2,5% a 3%. Para 2026, ele prevê avanço de 6,9% nas carnes, após desaceleração para 1,7% em 2025. Romão aponta ainda atenção para frutas, leites e derivados, além de óleos e gorduras.

Revisões de mercado

A estrategista de inflação da Warren Investimentos, Andrea Angelo, reduziu a projeção para a alimentação no domicílio em 2025 para cerca de 2,5%, ante estimativa inicial de 6%, destacando a fraqueza dos preços dos alimentos in natura e semielaborados.

📌 Em resumo, 2025 trouxe uma surpresa positiva para a inflação dos alimentos, mas os analistas alertam que o alívio não deve se repetir em 2026, quando carnes e outros itens podem voltar a pressionar o índice.

Correio do Povo

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