A volatilidade no cenário político brasileiro voltou a pressionar o câmbio nesta quarta-feira (10). As idas e vindas sobre a possível pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência aumentaram a percepção de risco e contribuíram para a valorização do dólar frente ao real.
Mesmo com a queda da moeda americana no exterior após o Federal Reserve anunciar redução dos juros nos Estados Unidos, o dólar não conseguiu romper o patamar de R$ 5,45 no Brasil. A moeda chegou à máxima de R$ 5,4906 e encerrou o dia em alta de 0,60%, cotada a R$ 5,4686, o maior fechamento desde 14 de outubro.
🔹 Incertezas eleitorais no radar
A aprovação, pela Câmara, do projeto de lei da Dosimetria — que reduz a pena do ex-presidente Jair Bolsonaro — não trouxe sinais de que Flávio Bolsonaro desistirá da disputa presidencial. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou que dará celeridade à análise do texto.
Nos últimos dias, Flávio condicionou a retirada de seu nome da corrida eleitoral à aprovação de um projeto de anistia aos condenados por tentativa de golpe de Estado. Embora o PL da Dosimetria não trate desse tema, o senador voltou atrás e não sinalizou intenção de deixar o pleito.
🔹 O que dizem os analistas
Para Andres Abadia, economista-chefe para a América Latina da Pantheon Macroeconomics, a alta do dólar não está ligada diretamente à candidatura de Flávio Bolsonaro, mas ao aumento das incertezas provocadas pela entrada inesperada de um novo nome competitivo na disputa presidencial.
📌 O movimento do câmbio reflete, portanto, uma combinação entre fatores externos — como a decisão do Fed — e a crescente instabilidade política doméstica.

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