Eles não falam nem carregam armas, mas são considerados agentes fundamentais da segurança pública. Com faro altamente treinado, disciplina e vínculo profundo com seus condutores, os cães policiais vêm transformando a atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Brigada Militar (BM), Polícia Civil e Polícia Penal, aumentando a eficácia no combate ao tráfico, na prevenção ao crime e na segurança institucional.
🐕 PRF: faro que vai além do olhar humano
O Grupo de Operações com Cães da PRF conta com cinco animais especializados na detecção de drogas, armas e munições.
“O cão é uma ferramenta técnica fundamental. Onde o nosso olhar não alcança, o faro do cão chega”, afirma André Espíndola, chefe do grupo.
Enquanto humanos possuem cerca de 6 milhões de células olfativas, os cães chegam a 300 milhões, tornando o faro até 50 vezes mais eficaz.
Em fiscalizações de ônibus e caminhões, os cães já localizaram drogas escondidas em cargas lícitas, como anabolizantes e até canetas emagrecedoras dissimuladas em aparelhos de som.
Em operação recente, farejadores encontraram 55 quilos de crack em malas dentro de um ônibus que fazia a linha Mariluz–Porto Alegre.
🐕 Brigada Militar: referência nacional
A BM possui 94 cães de trabalho, distribuídos entre o Canil Central e 12 regionais.
A maior demanda é a detecção de drogas e armas, mas os cães também atuam em grandes eventos, prevenindo conflitos e apoiando tropas.
A corporação é referência nacional na detecção de explosivos, com participação em eventos internacionais como a COP30 em Belém, encontros dos Brics e outras conferências globais.
🐕 Polícia Civil: precisão em mandados
O Canil do Denarc conta com cinco cães, quatro para narcóticos e um para explosivos.
Eles são empregados principalmente em cumprimento de mandados de busca e apreensão.
“Já tivemos situações em que o criminoso cortou o carro, soldou, pintou e o cão ainda assim localizou”, relata o comissário André Vizeu.
Drogas já foram encontradas em locais improváveis, como tanques de combustível e pés de mesas.
🐕 Polícia Penal: agilidade nos presídios
A corporação conta com cerca de 20 cães, usados na detecção de ilícitos em galerias e pátios.
“Sem o cão, uma busca pode durar uma hora. Já realizamos uma operação em 16 minutos com a ajuda deles”, explica Anderson Moraes Cardoso, coordenador estadual do grupo.
Em ação na Penitenciária de Charqueadas, um cão localizou 1,2 quilo de cocaína e maconha, reforçando o impacto direto na segurança interna.
🔑 O binômio: policial e cão
Apesar das diferentes áreas de atuação, todos os especialistas destacam que o sucesso depende do binômio — a dupla formada pelo condutor e o cão.
“Existe um vínculo muito forte entre condutor e animal”, afirma Espíndola, da PRF.
“O policial só de olhar para o cachorro sabe se ele está bem para trabalhar”, complementa o capitão Pedro Ribeiro, da BM.
Com faro apurado e parceria com seus condutores, os cães policiais se consolidam como aliados indispensáveis na segurança pública do Rio Grande do Sul.
Fonte: Correio do Povo

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