Abin aponta segurança eleitoral e ataques com inteligência artificial como principais desafios para 2026

 


Publicação oficial

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) divulgou nesta terça-feira (2) a cartilha Desafios de Inteligência – Edição 2026, que reúne os principais riscos e ameaças à segurança do Estado e da sociedade para o próximo ano. O documento, elaborado com apoio de especialistas de universidades, instituições de pesquisa e órgãos governamentais, busca antecipar cenários críticos e orientar a Presidência da República na formulação de políticas públicas.

Cinco desafios centrais

O relatório destaca cinco pontos considerados estratégicos:

  • Segurança no processo eleitoral;

  • Transição para criptografia pós-quântica;

  • Ataques cibernéticos autônomos com uso de inteligência artificial (IA);

  • Reconfiguração das cadeias globais de suprimento;

  • Dependência tecnológica e risco de interferência externa.

Eleições de 2026

A Abin alerta para ameaças “complexas e multifacetadas” relacionadas às eleições gerais de 2026, incluindo tentativas de deslegitimação das instituições democráticas, influência do crime organizado em determinados territórios e risco de interferência externa com objetivos geopolíticos.

Era digital e soberania

O relatório enfatiza os impactos da Era Digital, apontando a necessidade de garantir soberania digital diante da dependência de hardwares estrangeiros e da concentração de poder em big techs. A agência destaca avanços nacionais em cibersegurança, como o desenvolvimento de aplicativos governamentais com criptografia pós-quântica, mas alerta para riscos futuros com a chegada da computação quântica, que pode tornar obsoletos os sistemas atuais de proteção.

Contexto geopolítico

Segundo o diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, o cenário internacional vive um período de “profunda reconfiguração”, marcado pela competição estratégica entre EUA e China, pela escalada de tensões militares na América Latina e pela disputa global pelo domínio da inteligência artificial.

Clima, energia e demografia

O documento também aborda:

  • Crise climática: 2024 foi o ano mais quente já registrado, com impactos severos como seca na Amazônia e enchentes no Rio Grande do Sul.

  • Energia e segurança alimentar: perdas anuais de R$ 13 bilhões em setores afetados pelo clima e vulnerabilidade energética com redução dos “rios voadores”.

  • Transição demográfica: envelhecimento populacional, queda da fecundidade e saída de profissionais qualificados para o exterior.

  • Migrações e fronteiras: aumento da pressão sobre serviços essenciais e riscos ligados ao crime transnacional.

📌 A Abin conclui que o Brasil enfrenta um cenário de multipolaridade desequilibrada, em meio à disputa global por recursos estratégicos e tecnologias, exigindo atenção redobrada para proteger a democracia, a soberania digital e a segurança nacional.

Agência Brasil 

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