Trump anuncia tarifas de 30% para México e UE

 Taxas entrarão em vigor em 1º de agosto

Trump anunciou que imporá tarifas de 30% ao México e à União Europeia | Foto: ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste sábado (12) que imporá tarifas de 30% ao México e à União Europeia. As tarifas entrarão em vigor em 1º de agosto, afirmou Trump em duas cartas publicadas em sua plataforma Truth Social, aludindo ao papel do México na introdução de drogas ilegais nos Estados Unidos e ao desequilíbrio comercial com a UE, respectivamente.

As novas tarifas são maiores do que a tarifa de 25% imposta por Trump ao México no início deste ano, embora os produtos que entram nos Estados Unidos sob o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (T-MEC) estejam isentos. O Canadá recebeu anteriormente uma carta semelhante estabelecendo tarifas de 35% sobre seus produtos.

A taxa imposta à UE também é consideravelmente maior do que a tarifa de 20% anunciada por Trump para o bloco em abril. Juntamente com dezenas de outras economias, a União Europeia, composta por 27 países, planejava aumentar suas tarifas sobre os Estados Unidos de uma base de 10% na quarta-feira, mas Trump adiou o prazo de implementação de suas novas taxas até 1º de agosto.

Desde o início desta semana, Trump enviou cartas a mais de 20 países informando-os sobre as tarifas que agora aplicará a cada um deles.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, criticou as novas tarifas de 30%, mas afirmou que a UE ainda quer trabalhar em um acordo comercial com Washington.

"Impor tarifas de 30% às exportações da UE interromperia cadeias de suprimentos transatlânticas essenciais, em detrimento de empresas, consumidores e pacientes de ambos os lados do Atlântico", disse Von der Leyen em um comunicado.

"Continuamos prontos para continuar trabalhando em direção a um acordo antes de 1º de agosto. Ao mesmo tempo, tomaremos todas as medidas necessárias para preservar os interesses da UE, incluindo a adoção de contramedidas proporcionais, se necessário", acrescentou.

O governo do México classificou como um "tratamento injusto" a imposição das tarifas anunciadas por Trump, sobre produtos do país vizinho. O anúncio das tarifas foi comunicado ao México durante negociações realizadas nos Estados Unidos na sexta-feira entre as autoridades de ambos os países. "Mencionamos na mesa que se tratava de um tratamento injusto e que não concordávamos", afirmaram os Ministérios da Economia e das Relações Exteriores em um comunicado conjunto

Queda na Bolsa

Nessa sexta, a Bolsa de Valores de Nova York fechou no vermelho, refletindo sua preocupação com as múltiplas ameaças tarifárias de Donald Trump, em particular as feitas ao Canadá.

O Dow Jones fechou em queda de 0,63%, enquanto o índice tecnológico Nasdaq recuou 0,22% e o ampliado S&P 500 perdeu 0,33%.

"Uma nova rodada de ameaças tarifárias do presidente Trump está afetando o apetite pelo risco ao final da semana", resumiu José Torres, da Interactive Brokers.

Na quinta-feira, o presidente dos Estados Unidos impôs ao Canadá, o segundo maior parceiro comercial de seu país, uma tarifa de 35%. O Brasil já havia sido taxado em 50%.

"Ainda não vimos nenhuma nova aplicação de tarifas substanciais", disse à AFP Adam Sarhan, da 50 Park Investments.

Os operadores do mercado aguardam com especial atenção vários dados sobre o desempenho da economia americana, como os números da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) e ao produtor (PPI) e um novo indicador da confiança do consumidor. Todas essas informações serão conhecidas na próxima semana.

"Economistas e investidores vão observar de perto se as tarifas de Trump se refletem na cadeia de abastecimento ou nas vitrines das lojas, e vão usar esta informação para avaliar o ritmo" com que o Fed está aplicando sua política monetária, prevê Torres.

A grande maioria dos investidores acredita que o banco central americano manterá os juros inalterados em sua próxima reunião, segundo o indicador publicado pela ferramenta on-line FedWatch CME. No entanto, cada vez são menos os que preveem um corte de juros em setembro.

No mercado de títulos públicos, o rendimento da dívida americana com vencimento em dez anos subiu bruscamente para 4,42%, em comparação com os 4,35% do fechamento de ontem.

AFP e Correio do Povo

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