Queda na cotação do arroz pressiona produtor e desafia indústria

 Avaliação da consultoria Agro de Itaú BBA salienta que, após pico em 2023/2024, valores recuam mais de 40% e acendem alerta para investimentos na próxima safra

A boa disponibilidade no Mercosul e o dólar mais fraco mantêm atrativas as importações de arroz em casca e beneficiado | Foto: Paulo Lanzetta/Embrapa/Divulgação/CP


O mercado de arroz vive um momento de forte correção nos preços, com impacto direto sobre as margens do produtor e da indústria. Desde o início da colheita, em março, as cotações caíram significativamente.

Em junho de 2025, o arroz em casca fechou a R$ 67,19 por saca de 50 quilos, valor 41% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, segundo relatório do Itaú BBA.

Esse cenário traz preocupações sobre os investimentos na safra 2025/2026, pois a rentabilidade de 2024/2025 tende a ser restrita.

A oferta mais elevada, combinada com a queda nos preços, pode beneficiar o custo da matéria-prima para a indústria. No entanto, o repasse de outros custos — como logística e embalagens — segue limitado, diante de um varejo mais cauteloso e estoques enxutos.

Embora os preços no atacado também tenham recuado, o movimento não ocorreu na mesma proporção observada no campo. Em um ambiente de consumo retraído, escoar o produto a preços que garantam margens positivas se tornou um desafio no primeiro trimestre da comercialização da nova safra.

A boa disponibilidade no Mercosul e o dólar mais fraco mantêm atrativas as importações de arroz em casca e beneficiado. A entrada de arroz processado, no entanto pressiona ainda mais as margens da indústria, que precisa lidar com estoques adquiridos a preços elevados no ciclo anterior.

Correio do Povo

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