Desde 1982, a competição se consolida como a maior vitrine do cavalo crioulo na América do Sul
O Freio de Ouro é a principal prova seletiva da raça crioula na América do Sul e uma das grandes atrações da Expointer 2025, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS). Realizada na Arena do Cavalo Crioulo, a final reúne os 48 melhores machos e 48 melhores fêmeas após um rigoroso ciclo de seletivas, com etapas realizadas no Brasil, Uruguai e Argentina.
Integrante do tripé de seleção da raça crioula, ao lado da Morfologia e da Marcha de Resistência, o Freio avalia não apenas o desempenho técnico, mas também a resistência física e o temperamento dos cavalos e éguas finalistas. A morfologia analisa a conformação física e o padrão racial (e terá, neste ano, uma das maiores edições da história). Já a marcha, realizada geralmente na fronteira sul do país, submete os animais a um percurso de 750 km em 15 dias.
Etapas e jornada até a final
A trajetória rumo à final passa por oito etapas seletivas. Tudo começa com as credenciadoras, organizadas pelos Núcleos de Criadores, que habilitam os conjuntos às classificatórias regionais — como Gaúcha Sul, Gaúcha Norte, Paraná, Santa Catarina e também as etapas internacionais no Uruguai e na Argentina. Há ainda a classificatória aberta, voltada a conjuntos não classificados anteriormente, que têm uma última chance de conquistar vaga.
A prova é organizada pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), entidade que coordena o ciclo seletivo da raça e estabelece os critérios técnicos das etapas, da morfologia às classificatórias e à grande final.
A final ocorre na Arena do Cavalo Crioulo e costuma reunir milhares de espectadores nas arquibancadas, durante as edições da Expointer, em Esteio. A entrada é gratuita mediante ingresso da feira, e a cobertura é feita pelos canais da ABCCC e veículos especializados.
As sete provas decisivas do Freio de Ouro
1️⃣ Morfologia – Avaliação da estrutura física e racial (proporção, aprumos, musculatura etc.)
2️⃣ Andaduras – Avaliação das três marchas naturais da raça: tranco, trote e galope
3️⃣ Figura – Percurso com mudanças de direção e precisão, delimitado por feno
4️⃣ Voltas sobre patas e esbarrada – Giros, paradas bruscas e recuo em linha reta
5️⃣ Mangueira – Prova com novilho, que exige apartação, domínio e duas pechadas
6️⃣ Campo – Paleteadas em alta velocidade com gado, exigindo retomadas e controle
7️⃣ Bayard/Sarmento – Etapa decisiva, com domínio de movimentos técnicos e retomadas
As notas são atribuídas por um corpo de jurados especializados, e o resultado final é calculado por média ponderada.
Importância para criadores e ginetes
Mais do que troféus, o Freio de Ouro orienta os rumos do melhoramento genético da raça crioula. Os vencedores (Ouro, Prata e Bronze) tornam-se referência nacional e internacional, influenciando cruzamentos e aumentando o valor de seus descendentes.
A prova também consolidou o ginete como atleta profissional. Se antes eram peões de estância que competiam, hoje os ginetes são especialistas da modalidade. Um dos maiores nomes é Milton Castro, com oito títulos de Freio de Ouro.
Origem e legado
A primeira edição do Freio foi realizada em 1982 e contou com apenas 12 participantes. O vencedor foi Itaí Tupambaé, descendente do cavalo chileno La Invernada Hornero, um dos pilares genéticos da raça. Desde 1993, a competição passou a dividir as categorias por gênero, valorizando as particularidades morfológicas e funcionais de éguas e cavalos.
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