Starship, foguete mais poderoso da SpaceX, sofre 3º fracasso consecutivo no ano

 Aeronave perdeu o controle 29 minutos após o lançamento

Aeronave chegou no limiar da órbita espacial | Foto: Sergio Flores / AFP / CP


O Starship, maior foguete já construído pela SpaceX de Elon Musk, realizou nesta terça-feira, 27, mais um teste de voo. E registrou mais uma falha no processo - durante a terceira tentativa do ano, com os dois lançamentos anteriores resultando em explosão da nave no espaço.

Esse é, no total, o nono teste do foguete, que decolou às 20h36, horário de Brasília, saindo da base de lançamento da empresa nos EUA. O foguete partiu das instalações da companhia em Boca Chica, no Texas, e desta vez, não realizou a manobra 'de ré' com o seu propulsor, que é uma recuperação do motor para reutilização. Essa também é a primeira vez em que o Super Heavy usado foi um reaproveitamento - o motor do lançamento desta terça é o mesmo do sétimo teste.

Com pouco menos de 30 minutos de voo, o foguete perdeu o controle de altitude de voo e começou a fazer 'manobras' rotativas no espaço. A nave, porém, não explodiu no espaço e seguiu para a reentrada na atmosfera, com pouso no Oceano Índico. A central de comando perdeu contato com o foguete cerca de 45 minutos após o lançamento.

O Heavy Booster caiu no Mar do Caribe cerca de 20h43 - desta vez, sem tentativa planejada de recaptura do motor - cerca de 7 minutos após o lançamento. O pouso na água, porém, foi turbulento e causou a perda da conexão entre a torre de comando e o motor. Ainda não se sabem os danos causados no Heavy Booster. Com cerca de 29 minutos, o foguete reportou a perda de controle no sistema de altitude, desestabilizando a nave em órbita. A partir de então, foi possível ver imagens do Starship girando no espaço. O voo continuou na trajetória até o Oceano Índico para a reentrada na atmosfera, mas o teste não resultou em sucesso pela terceira vez no ano.

Para esse voo, um primeiro teste da Starship com carga útil a bordo seria realizado: oito simuladores de satélites Starlink, que não entrariam em órbita, mas ajudariam na análise estrutural do foguete seriam lançados. A porta de distribuição do foguete, porém, não pode ser aberta após a falha no controle de direção e o teste não foi realizado.

A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA, na sigla em inglês) autorizou na semana passada o retorno do foguete Starship, da SpaceX, aos testes de voo. A agência determinou uma série de ajustes e ampliou significativamente a zona de exclusão aérea, que agora atinge parte do Caribe. A FAA afirmou que a SpaceX passou a atender aos requisitos técnicos e ambientais exigidos para a retomada dos voos, mas alertou que o risco envolvido permanece elevado.

Como medida de precaução, a área de risco de detritos foi ampliada de 885 para aproximadamente 2.960 quilômetros, afetando também a navegação aérea em países como México, Cuba e Reino Unido, além de território americano.

Estadão Conteúdo e Correio do Povo

Nenhum comentário:

Postar um comentário