Melo volta atrás e não aceita proposta de Leite que passaria atendimentos de alta e média complexidade na Capital para o governo do Estado
O imbróglio entre a prefeitura de Porto Alegre e o governo do Estado para encontrar uma solução para a saúde não chegou ao fim na última reunião, quarta-feira à noite, entre as secretarias municipal e estadual da saúde. Tampouco perto de uma solução, pelo contrário, uma vez que a Capital rejeitou a proposta do governo de assumir a gestão da alta e média complexidade hospitalar.
“Eu entrego se for na totalidade. Se for na totalidade está tudo certo. Agora, vou escolher o que eu vou ser gestor? Não. Ou passa tudo ou não passa nada”, afirmou o prefeito Sebastião Melo (MDB), em entrevista ao Esfera Pública, da Rádio Guaíba, nesta quinta-feira.
A resposta vem após um desentendimento entre governo municipal e estadual sobre a proposta feita pelo governador Eduardo Leite (PSDB) na última reunião da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal), em 17 de abril.
O novo entendimento da prefeitura de Porto Alegre, apresentado pelo secretário municipal de Saúde, Fernando Ritter, na reunião para debater a transição da média e alta complexidade, é que o Estado assuma toda a média complexidade do município e não apenas a parte hospitalar. “Isso significa que o Estado teria que assumir a saúde mental, os CAPS, os pronto-atendimentos, as UPAS, os exames de laboratório, a fisioterapia”, explicou a secretária estadual de Saúde, Arita Bergmann após o encontro.
Agora, Melo quer voltar a tratar do problema por meio de uma nova reunião da Granpal, enquanto aguarda resposta de ofício enviado ao governo federal. Um dos principais pedidos do prefeito – e de demais gestores municipais – é a revisão dos valores da tabela do SUS. “Eu entendo que não tem como Porto Alegre resolver isso sozinha”, avaliou.
O prefeito reiterou, contudo, que o problema da saúde de Porto Alegre é de recurso. “Eu quero refutar isso aqui em letras garrafais: não é de gestão”, afirmou, em resposta a uma alegação de Leite. “Acho deselegante o governador falar da gestão [...] Têm uma dezena de situações que não precisam chegar aqui, mas o sistema está desarranjado no Estado”, disse Melo.
Correio do Povo
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