sábado, 3 de maio de 2025

Número de crianças vítimas de homem apontado como maior predador sexual do RS chega a 158

 Morador de Taquara, investigado está preso desde janeiro

Morador de Taquara é suspeito de ter cometido pelo menos 158 abusos sexuais de menores | Foto: PC / CP


Polícia Civil contabilizou, nesta sexta-feira, 158 vítimas de um homem, 36 anos, apontado como o maior predador sexual do Rio Grande do Sul. Antes disso, a última atualização do número, na terça-feira, era 127.

Morador de Taquara, o investigado está preso desde janeiro, mas teria praticado crimes ao longo dos últimos 16 anos. Não é descartado que ele tenha cometido abusos contra mais de 700 meninas, entre 8 e 13 anos.

O pedófilo atuava por meio de perfis falsos nas redes sociais. Segundo a polícia, ele fingia ser uma menina para criar laços de amizade digital com crianças, depois, as convencia a enviar fotos de nudez.

Em posse das imagens, o homem então passava a fazer chantagens para obter mais conteúdos do tipo, chegando a passar orientações sobre a posição do corpo e o ângulo da câmera para fotos e filmes.

Ele também utilizava esses materiais para forçar encontros, sob ameaça de divulgá-los caso a vítima não quisesse ir até o local indicado.

A investigação aponta que o criminoso sustentava a identidade falsa na internet até que fosse estabelecida uma relação de confiança com as vítimas. Em um dos casos, ele fingiu ser uma menina e manteve conversas online com uma criança ao longo de quase cinco anos.

De acordo com o delegado Valeriano Garcia Neto, parte dos abusos ocorria na casa do criminoso ou em uma loja de aquários na área central de Taquara. O estabelecimento vende peixes, corais e espécies exóticas, e costuma receber excursões escolares.

"O preso é dono de uma loja que vende animais exóticos. O local recebe turmas de colégio para visitação, ocasião em que ele também aproveitava para tentar persuadir as alunas”, diz Garcia, que é titular da DP de Taquara.

Ainda conforme o delegado, outras vítimas eram cooptadas em aulas de música e treinos de artes marciais. O sujeito, também com o mesmo propósito, ainda participava de projetos sociais.

O ciclo de abusos só chegou ao fim no início deste ano, quando uma menina de 13 anos, colega de Muay Thai do investigado, alertou os pais, que procuraram a polícia. Na terça-feira, esse caso gerou a condenação do homem, na 1ª Vara de Garantias de Porto Alegre, por estupro de vulnerável.

A prisão do investigado, em janeiro, ocorreu durante um mandado de busca. Na ocasião, foram apreendidas cerca de 750 pastas com pornografia infantil na casa dele. Ele acabou sendo detido em flagrante, mas teve a prisão convertida em preventiva pouco tempo depois.

Correio do Povo

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