Deputado, que já presidiu o PT e disputa novamente o comando partidário, diz em Porto Alegre que governo precisa ouvir mais e que sigla deve mudar estratégia atual
O deputado federal Rui Falcão (PT/SP), que disputa a presidência nacional do PT nas eleições internas marcadas para julho, disse que a vitória do partido nas eleições presidenciais de 2026 depende da realização de uma campanha ‘à quente’ e de uma mudança na atual estratégia partidária.
“Com ‘à quente’, me refiro a uma campanha que envolva não só a militância do PT, mas o conjunto da população. Na qual a gente recupere o prestígio nas classes trabalhadoras, que sempre nos elegeram. E na qual sejamos capazes de atrair o centro, os setores médios da sociedade, que também definem a eleição”, elencou o deputado.
As declarações foram dadas nesta segunda-feira, em Porto Alegre, aonde Falcão chegou pela manhã, para uma agenda vinculada à campanha da troca geral dos comandos partidários. Ele concedeu coletiva na sede estadual. A legenda trava uma disputa interna acirrada na disputa nacional, que se repete em vários estados. O PT tem outros três candidatos à sucessão do senador Humberto Costa (PE) na presidência nacional. O preferido do presidente Lula é o ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva.
Durante o evento no partido, Falcão deixou evidente as divergências que ocorrem hoje dentro da legenda, tanto em relação aos seus próprios rumos, como aos do governo Lula. “Há quem diga que a gente precisa levar o PT para o centro. Eu digo o contrário: que a gente pode trazer o centro. Porque levar o PT para o centro significa perder nossa identidade. E partidos que perdem sua identidade caminham para a derrota e a extinção, como é o caso do PSDB”, avaliou.
Segundo ele, sua candidatura cumpre o papel de auxiliar na reeleição de Lula porque ajuda a mover as bases partidárias. “Elas andavam meio desanimadas, pela sucessão de fatos negativos, e por uma certa acomodação também. Quem vai presidir o PT precisa ter opinião: sobre a inflação, sobre a taxa de juros, sobre a Venezuela, sobre a estratégia do partido. E estes debates vão acontecer.”
O deputado disse ainda que o governo precisa ouvir mais, e enviou recados a companheiros de legenda. “Não apenas o presidente (precisa ouvir mais), o conjunto do governo. Porque governo não é só fazer entregas. Tem que disputar ideias na sociedade. Enquanto o consenso forçado leva a equívocos, o debate de ideias sem desqualificar os interlocutores é o que permite avanços”, afirmou.
Correio do Povo
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