Brasil atinge status sanitário inédito contra febre aftosa

 OMSA reconhece o país como livre da doença sem vacinação e eleva competitividade da carne bovina

O anúncio do status sanitário foi realizado nesta quinta-feira, dia 29, em Paris (França) durante a 92ª Sessão Geral da Assembleia Mundial de Delegados da instituição internacional | Foto: CNA /Divulgação / CP


Dois dias depois de o Rio Grande do Sul celebrar os quatros anos da certificação de status de zona livre de febre aftosa sem vacinação, a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) estende o reconhecimento para todo o território do Brasil. O anúncio do status sanitário foi realizado nesta quinta-feira, dia 29, em Paris (França) durante a 92ª Sessão Geral da Assembleia Mundial de Delegados da instituição internacional. A validação oficial trará uma série de benefícios para a pecuária nacional, maior exportadora global de carne bovina, assim como o acesso a mercados mais exigentes. O último registro do foco da doença no Brasil data de 2006, nos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul.
A lista de benefícios elaborada pela Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), inclui a valorização da carne bovina brasileira, a redução de custos públicos e privados com vacinação, o fortalecimento da imagem sanitária do país, o estímulo à identificação individual e vigilância mais eficaz, uma maior sustentabilidade no sistema de produção e o incremento do valor agregado da cadeia do agronegócio. Uma comitiva de representantes da entidade acompanhou o anúncio do novo status sanitário na capital francesa. Entre eles, o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e vice-presidente de Relações Internacionais da CNA, Gedeão Pereira.

“Todo o setor de carne se beneficia desse progresso. Temos que cuidar do nosso rebanho ainda mais. O mercado internacional exige quantidade, rapidez e qualidade no fornecimento dos alimentos”, afirmou.

Conforme informações da CNA, o início das campanhas oficiais de vacinação contra a febre aftosa no Brasil foram em 1960. No ano de 1992 o Ministério da Agricultura criou o Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA) com a adoção de uma política baseada na regionalização das ações e em 2007 Santa Catarina foi o primeiro estado brasileiro a ser reconhecido como zona livre da doença, sem vacinação, pela OMSA e em 2018 a organização mundial validou o Brasil como país livre de febre aftosa com vacinação.
Para o presidente da CNA, João Martins, o novo status sanitário é resultado de uma campanha de anos e de um esforço conjunto que envolveu os pecuaristas, as Federações, sindicatos, os Estados, governos e políticas públicas voltadas para a erradicação da doença no rebanho em todo o território nacional.

“O anúncio feito hoje, de Brasil livre de aftosa sem vacinação, é um reconhecimento desse esforço, uma grande conquista. Mais do que nunca, o Brasil pode vender carne, um produto de altíssima qualidade, para qualquer país do mundo”, afirmou.

Integra a comitiva em Paris é a senadora Tereza Cristina, vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), a diretora de Relações Internacionais, Sueme Mori, e o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Mato Grosso do Sul (Famasul), Marcelo Bertoni, entre outros.

Cronologia

1960 – Início das campanhas oficiais de vacinação contra a febre aftosa.
1992 – Ministério da Agricultura cria o Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA) com a adoção de uma política baseada na regionalização das ações.
2006 – Último registro de febre aftosa no Brasil.
2007 – Santa Catarina é o primeiro estado brasileiro a ser reconhecido como zona livre de febre aftosa, sem vacinação, pela OMSA.
2016 – Ministério da Agricultura lança o Plano Estratégico do PNEFA para o período dez anos (2017-2026), definindo as ações para a gestão do programa.
2018 – A Organização Mundial da Saúde Animal reconhece o Brasil como país livre de febre aftosa com vacinação.
2020 – O Ministério da Agricultura reconhece como zona livre sem vacinação os estados do Acre, Paraná, Rio Grande do Sul e Rondônia, partes do Amazonas e do Mato Grosso.
2021 – Os mesmos estados têm o status reconhecido pela Organização Mundial da Saúde Animal.
2024 – Brasil é reconhecido pelo Mapa como livre da doença sem a vacina.
2025 – A Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA) entrega o certificado e reconhece o Brasil como país livre de febre aftosa sem vacinação.

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Correio do Povo

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