Bairros de Porto Alegre registram aumento na oferta de imóveis comerciais após as enchentes

 Pesquisa do Secovi-RS/Agademi mostrou crescimento do número de unidades disponíveis em locais afetados pelas inundações

Imóveis comerciais fechados e com placas de aluga-se ou vende-se | Foto: Pedro Piegas


Basta circular por Porto Alegre para verificar a maior oferta de imóveis comerciais, ao menos conforme a medida da quantidade de placas de venda e aluguel nestes estabelecimentos. Outrora pujantes, bairros veem locais serem fechados, sendo substituídos pelo vazio de portões encerrados, assim como os comércios abrigados ali.

A Pesquisa do Mercado Imobiliário, do Sindicato da Habitação do Rio Grande do Sul (Secovi-RS/Agademi) mostra que, percentualmente, as localidades com maior aumento de unidades disponíveis entre abril de 2024, antes das enchentes, e março de 2025, foram o Jardim Isabel (200%, de um para três), Costa e Silva e Vila João Pessoa (ambos de dois para quatro, ou aumento de 100%).

Considerando apenas bairros com mais de dez imóveis comerciais, ou seja, com amostragem maior, vêm na sequência Santo Antônio (+57,1%, ou de 14 para 22), Vila Assunção, com aumento de 54,5%, de 11 para 17, e Anchieta, com mais 50,9%, ou de 51 para 77. A oferta de imóveis comerciais apresentou acréscimo de 0,67% em março na comparação com o mês anterior, fevereiro de 2025.

Imóveis comerciais fechados e com placas de aluga-se ou vende-se Pedro Piegas

Também em março, o preço médio do metro quadrado destes imóveis, considerando salas/conjuntos, casas para comércio e lojas, aumentou 1,17% sobre fevereiro, a maior variação mensal desde julho do ano passado, com 1,22%. A título de informação, durante o período agudo das cheias na Capital, entre os meses de maio e junho de 2024, o índice da variação percentual mensal registrou queda de 0,89%. Na média, os imóveis comerciais representam 65,7% do total da amostra levantada pelo sindicato.

Estes tipos de imóvel não apresentaram uma variação significativa nos valores de aluguel nos últimos anos, mesmo com o impacto das cheias, observa o Secovi-RS/Agademi, com aumento de 7,8% no acumulado de cinco anos, entre abril de 2020 e março de 2025. Enquanto isso, o principal índice do mercado para aferir o preço dos aluguéis, o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), teve crescimento de 56,6% no período. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou 35,4% de crescimento.

Correio do Povo

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