Carter venceu o Nobel pelo seu papel nas negociações de paz no Oriente Médio
Jimmy Carter, que foi presidente dos Estados Unidos entre 1977 e 1981 e ganhou um prêmio Nobel da Paz, morreu neste domingo, 29, aos 100 anos de idade, informaram veículos de imprensa americanos.
Carter morreu neste domingo à tarde em sua casa em Plains, Geórgia, de acordo com The Washington Post e Atlanta Journal-Constitution, que citaram seu filho Chip, após passar quase dois anos em cuidados paliativos.
Ele havia sido tratado nos últimos anos para uma forma agressiva de câncer de pele melanoma, com tumores que se espalharam para o fígado e o cérebro.
Como o 39º presidente da nação, Carter governou com fortes maiorias democratas no Congresso, mas em um país que estava se tornando mais conservador.
Quatro anos após assumir o cargo, perdeu sua candidatura à reeleição, de forma esmagadora, para uma das figuras políticas mais conservadoras da época, Ronald Reagan. Jimmy Carter ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2002.
Oficial naval e governador da Geórgia antes de ser presidente, Carter sempre defendeu os valores cristãos. Na cidade de Plains, onde fica a fazenda de amendoins de sua infância, que ele administrou quando adulto, os vizinhos começaram a deixar flores em sua homenagem. - Camp David e crise dos reféns - Jimmy Carter foi eleito em 1976, em um Estados Unidos ainda marcado pelo escândalo de Watergate, que forçou Nixon a renunciar e levou Gerald Ford a assumir a presidência interina.
Carter esteve na Casa Branca por um único mandato. Foi o arquiteto dos Acordos de Camp David, que resultaram, em março de 1979, na assinatura do tratado de paz entre Israel e Egito. O 39º presidente dos EUA foi amplamente criticado no país durante a crise dos reféns americanos no Irã. O anúncio, em 24 de abril de 1980, de que uma missão militar para libertá-los havia falhado, dissipou suas esperanças de reeleição.
O republicano Ronald Reagan venceu então nas urnas. Mas Carter foi um incansável ex-presidente desde 1982, quando fundou o Centro Carter para promover o desenvolvimento, a saúde e a resolução de conflitos ao redor do mundo. Visitou diversos países, como México, Peru, Nicarágua, Timor Leste e Venezuela, para realizar missões de mediação ou observação eleitoral. Uma atividade intensa pela qual foi recompensado com o Prêmio Nobel da Paz em 2002.
Deixando a vida pública
Carter se envolveu profundamente na ONG Habitat for Humanity, a ponto de, aos 90 anos, ainda trabalhar em projetos de caridade, com sua esposa Rosalynn, a quem conheceu em 1945. Em 2019, ele sofreu problemas de saúde que o levaram a ser hospitalizado diversas vezes. Nesse mesmo ano, se tornou o primeiro ex-presidente dos Estados Unidos a completar 95 anos.
No entanto, começou a se afastar da vida pública. Não compareceu à cerimônia de posse de Joe Biden em janeiro de 2021, evento que tradicionalmente conta com a participação dos ex-presidentes. Meses depois, Carter recebeu Biden em Plains, onde morava desde que deixou Washington. Em 1976, quando ainda era um jovem senador, Biden foi um dos primeiros congressistas democratas a apoiar Carter em sua corrida presidencial.
A esposa de Carter por 77 anos, Rosalynn, morreu em 19 de novembro de 2023, aos 96 anos. Juntos, tiveram três filhos e uma filha. O frágil Carter compareceu ao funeral de sua esposa em uma cadeira de rodas.
AFP e Correio do Povo
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