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domingo, 15 de maio de 2022

Ucrânia entra em longa fase da guerra e quer armar 1 milhão de combatentes

 


O ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksiy Reznikov, disse que seu país está entrando em uma “longa” fase da guerra, prometendo armar um milhão de combatentes com as novas armas e equipamentos militares doados pelos EUA e por outros países do Ocidente nas duas últimas semanas.

Segundo sua declaração no Facebook, a nova fase é possível porque a Ucrânia forçou a Rússia a reduzir seus objetivos para níveis operacionais e táticos.

“O Exército ucraniano e a população ucraniana inteira repeliram as forças de ocupação e coibiram seus planos”, escreveu, referindo-se ao que descreveu como expectativa de Moscou de que Kiev capitularia em poucos dias após a invasão, em 24 de fevereiro, permitindo o estabelecimento de um novo sistema russo no país.

O ministro disse que, durante o início da guerra, “voluntários foram extremamente úteis”, afirmando que foi graças à sua mobilidade que “rapidamente solucionamos várias questões desafiadoras”.

O ministro também apontou que outra importante mudança ocorreu em nível internacional.

“Em um mês, a Ucrânia alcançou uma integração no campo da defesa, que não pôde ser conquistada durante 30 anos. Recebemos armas pesadas de nossos parceiros. Em particular, os [canhões] howitzers americanos já estão destacados no front. Há três meses, isso era considerado impossível.”

Reznikov disse que, para ganhar, a Ucrânia “precisa planejar os recursos cautelosamente, evitar erros, projetar nossa força para que o inimigo, no fim, não seja capaz de nos enfrentar”.

Também afirmou que o governo está avaliando as linhas de produção ucranianas para “assegurar a estabilidade e a frequência do fornecimento”.

Em sua declaração, ele disse que a Ucrânia vinha recorrendo a ações de caridade dos cidadãos, voluntários e organizações civis para conseguir uma proporção significativa de seu equipamento militar.

Segundo ele, no fim do mês passado, o Ministério da Defesa do país contava como doações para 50% dos coletes à prova de balas usados nos combates.

Mas, a partir desta segunda-feira (16), a Ucrânia conseguiu elevar sua produção para fornecer 57% dos coletes a suas Forças Armadas, acrescentou.

Novas ambições militares

s declarações do ministro da Defesa ocorrem dias depois de o chanceler da Ucrânia, Dmytro Kuleba, declarar ao jornal Financial Times que, após o recebimento de ajuda dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o país expandiu seus objetivos na guerra e agora busca expulsar as forças russas de todo o território ucraniano.

Embora não tenha citado nominalmente a Península da Crimeia, que a Rússia anexou em 2014, nem as regiões do Leste controladas por separatistas pró-Moscou desde o mesmo ano, as declarações indicam que Kiev tem a ambição de retomar essas áreas.

Kuleba disse que “a imagem da vitória é um conceito em evolução”.

“Nos primeiros meses da guerra, a vitória para nós parecia a retirada das forças russas para as posições que ocupavam antes de 24 de fevereiro e o pagamento pelos danos infligidos”, disse Kuleba na entrevista. “Agora, se formos fortes o suficiente na frente militar e vencermos a batalha de Donbass, que será crucial para a dinâmica seguinte da guerra, é claro que a vitória para nós será a libertação do resto de nossos territórios.”

As declarações corresponderam à primeira vez em que a Ucrânia citou a ambição de retomar territórios perdidos em 2014, sobre os quais nunca deixou de reivindicar soberania.

As metas declaradas por Kuleba, assim como o comentário do ministro da Defesa de que Kiev entra numa fase longa do conflito, indicam que uma saída negociada está cada vez mais distante.

A Rússia, assim como a maior parte da população do país, considera a Crimeia parte integral de seu território, enquanto Kiev continua a reivindicar soberania sobre ele. Analistas entendem que nenhum governo russo vai ceder a península.

O Sul

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