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terça-feira, 31 de maio de 2022

IGP aponta que falha em manutenção causou explosão de barril de chopp em Campo Bom

 Acidente deixou uma pessoa morta



A explosão do barril de chope que resultou na morte de um homem em Campo Bom, na região metropolitana de Porto Alegre, em setembro do ano passado, foi causada pela falta de manutenção da válvula reguladora de pressão do barril. A conclusão é da Divisão de Engenharia Legal do Departamento de Criminalística do Instituto Geral de Perícias (IGP), divulgada nesta segunda-feira.

Gilson do Nascimento ajustava o barril alugado para sua festa de aniversário quando, ao mexer na válvula extratora, ele explodiu, rompendo o fundo e projetando o corpo dois metros adiante. O barril não possuía válvula de alívio e rompeu ao atingir a pressão de projeto, a pressão limite que o fabricante considera como limite para segurança, que era de 48 bar.

Conforme o laudo do IGP, o cilindro de gás carbônico ligado à chopeira apresentava pressão de 48 kgf/cm2, passava sem redução pela válvula, quando deveria reduzir a pressão de entrada no barril para aproximadamente 2 kgf/cm2. Ou seja, o barril não tinha problema, mas sim a válvula que estava sem manutenção.

De acordo com o delegado de Campo Bom, Clóvis Nei da Silva, a causa da morte foi hemorragia interna e a vítima sofreu múltiplas faturas que levaram à morte imediata. 

Durante coletiva de imprensa realizada hoje, para apresentar os detalhes do laudo pericial e do inquérito policial, o perito criminal, Carlos de Santis, frisou que foram realizados testes em universidades e em empresas privadas, onde foi possível entender a dinâmica dos fatos. De acordo com de Santis, a válvula, adquirida pela fábrica de chope em 2016, deveria passar por manutenção a cada dois anos, por recomendação da fabricante do equipamento, mas não havia indício que isso haveria ocorrido desde a aquisição.

“Não existe lei que exija válvula de alívio. Está faltando legislação para isso. Se traçarmos um paralelo com botijões de gás de cozinha, existe uma legislação específica que trata de renovações de inspeção a cada cinco anos, as mangueiras têm prazo de validade, o botijão é testado a cada cinco anos. Detectamos que não existe isso no campo dos barris de chope”, destacou o perito.

A equipe do IGP buscou, então, em outros países normas para se basearem e encontraram leis sobre esse tipo de barril na Alemanha, as quais usaram como comparação nos exames periciais. Será sugerida legislação específica para a manutenção de barris de chope e equipamentos no Brasil.

O delegado Silva informou que o proprietário da empresa de chope foi indiciado por homicídio culposo. O delegado Eduardo Hartz, diretor regional da PC, alertou para as pessoas não mexem nos equipamentos ao fazer aluguel de um barril, esperando pelo técnico da empresa.

Correio do Povo

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