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terça-feira, 10 de maio de 2022

Rebelião em presídio do Equador deixa ao menos 43 mortos

 Motim foi registrado na madrugada no presídio de Bellavista, em Santo Domingo, a cerca de 80 km de Quito



Pelo menos 43 detentos morreram e dezenas ficaram feridos nesta segunda-feira (9) em uma nova rebelião em um presídio no Equador, enquanto outra centena de reclusos conseguiu fugir em meio à violência, que parece se espalhar pelos presídios do país.

Um motim foi registrado na madrugada no presídio de Bellavista, em Santo Domingo (a cerca de 80 km de Quito), quando a quadrilha Los Lobos "agride e elimina" cerca de 40 integrantes de uma facção denominada "R7", disse o ministro do Interior, Patricio Carrillo, durante coletiva de imprensa.

Feridos eram levados em caminhonete e ambulâncias para receber atendimento médico, enquanto familiares dos presos se amontoavam nas imediações do presídio, constatou a AFP. Em um pátio em seu interior, dezenas de detentos foram obrigados a se ajoelhar com as mãos na cabeça, sob os olhares dos militares, durante uma operação para recuperar o controle do presídio, segundo imagens exibidas pelas autoridades.

Com este último episódio sangrento, as prisões equatorianas somam quase 400 detentos mortos violentamente em seis massacres desde fevereiro de 2021, em meio a uma onda de violência que o governo atribuiu ao enfrentamento de grupos criminosos vinculados ao narcotráfico.

Carrillo disse inicialmente a jornalistas que dois detentos tinham morrido, mas seu gabinete atualizou a cifra para 43, assim como o Ministério Público. Treze detentos também ficaram feridos, "muitos graves", e o número de mortos poderia aumentar, acrescentou o ministro. Um policial ficou ferido, confirmaram as autoridades.

Foragidos 

As autoridades declararam ter "o controle" da situação e ordenaram reforçar o contingente de 250 policiais e 200 militares que guardam o presídio superlotado, porém mais de uma centena de presos conseguiu fugir em meio à confusão.

Embora as autoridades não tenham dado o número exato do total de foragidos, 112 foram "recapturados", enquanto 108 detentos "não estão no centro" na tarde desta segunda, disse o general Fausto Salinas, comandante da Polícia.

Enquanto a maioria das vítimas morreu de ferimentos de armas brancas, alguns detentos usaram armas de fogo contra os policiais, supostamente na tentativa de fuga. As autoridades acharam no presídio fuzis, pistolas, quatro granadas e munições, informou o organismo encarregado de administrar as prisões, SNAI. O presidente Guillermo Lasso, em visita a Israel, enviou seus "sentidos pêsames aos familiares" dos mortos. "Este é um resultado lamentável da violência entre quadrilhas", acrescentou no Twitter.

Pero Irene Salazar, familiar de um detento disse que o governo "está com as mãos cruzadas" frente à violência carcerária. "Por que o governo não faz nada? (...) Está negociando, negociando o que? Mais dinheiro para ele! E os pobres que morram de fome", disse à AFP a mulher de 29 anos.

Apesar das múltiplas medidas - que incluem a dotação orçamentária, a transferência dos presos mais perigosos para um único centro prisional e a criação de uma comissão de pacificação - o governo de Lasso não pôde frear as chacinas carcerárias, entre as piores da América Latina. A superlotação é outro problema das prisões equatorianas: em Bellavista há 1.700 detentos, 500 a mais que sua capacidade. Em todo o país, nos 65 presídios, com capacidade para 30.000 pessoas, há 35.000 presos, segundo as autoridades.

AFP e Correio do Povo

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