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segunda-feira, 9 de maio de 2022

Países do G7 se comprometem a deixar de comprar petróleo da Rússia, e Estados Unidos anunciam novas sanções

 


Os países do G7, grupo formado por sete das mais desenvolvidas economias do planeta, concordaram em eliminar gradativamente ou banir as importações de petróleo vindo da Rússia, uma das principais fontes de financiamento do Kremlin em meio a uma série de sanções contra setores vitais de sua economia. Reunidos de forma virtual, os líderes de EUA, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Canadá se comprometeram a intensificar a pressão contra o presidente Vladimir Putin, em uma tentativa de forçar a interrupção do conflito na Ucrânia.

Segundo o comunicado final, os países dizem que o corte das importações de petróleo será realizado “de uma maneira pontual e ordenada, e de forma a dar tempo para que o mundo garanta fontes alternativas de suprimento”.

“Enquanto fazemos isso, trabalharemos ao lado de nossos parceiros para garantir fontes globais de energia estáveis e sustentáveis, além de preços justos para os consumidores, incluindo ao acelerar a redução de nossa dependência total de combustíveis fósseis e nossa transição para uma energia limpa, de acordo com nossos objetivos climáticos”, diz o texto. Não foram especificados os compromissos individuais de cada um dos países sobre o corte ou a redução de importações de petróleo russo.

Medidas contra o setor energético russo estão entre as ferramentas mais duras para pressionar e punir o Kremlin, que se veria sem maneiras de recuperar o dinheiro perdido de seus tradicionais clientes. Contudo, ao mesmo tempo em que países como os EUA e o Reino Unido já anunciaram o bloqueio às exportações de itens como petróleo e gás, os parceiros europeus ainda relutam em apoiar a iniciativa.

Na semana passada, a União Europeia (UE) sinalizou que tomaria passos para cortar o consumo de petróleo russo, mas a tarefa não será nada simples: estima-se que a Rússia forneça cerca de um quarto de todo o produto consumido pelos países do bloco, e encontrar fornecedores de tal escala no momento em que há alta demanda global por petróleo, não é algo simples ou que possa ser feito de um dia para o outro.

Pelo plano anunciado na sexta, a UE estabeleceu um prazo até o fim do ano para que os países não comprem mais petróleo e derivados da Rússia – países que vêm se opondo a um corte repentino por dependerem fortemente da energia russa, como Hungria e Eslováquia, terão um prazo maior, até o fim de 2023, segundo fontes internas.

Já no caso do gás, que também foi banido pelos EUA, não há um consenso sobre o eventual corte dos suprimentos para a UE: em março, o bloco apresentou um plano para reduzir o uso de gás russo em dois terços até o fim do ano, e prevê ações para suspender completamente seu uso até 2030. Contudo, nações como a Hungria prometem barrar qualquer política que afete suas necessidades energéticas a curto prazo.

A reunião virtual, marcada para o dia em que se comemora o aniversário de 77 anos da rendição nazista e da vitória dos aliados na Segunda Guerra Mundial, também foi marcada pela promessa de outras medidas contra a Rússia (que comemora a data no dia 9 de maio).

Segundo o comunicado final, os países se comprometem a proibir ou prevenir o fornecimento de serviços essenciais para a economia russa, apontando que isso “vai reforçar o isolamento russo ao redor de todos os setores de sua economia”. Também serão tomadas ações para “lutar contra as tentativas do regime russo de espalhar sua propaganda”, e para atingir as elites russas, hoje majoritariamente ao lado de Vladimir Putin, com a promessa de impor sanções individuais.

Como no caso do petróleo, o G7 não deu detalhes sobre essas medidas.

Ao mesmo tempo em que Joe Biden participava do encontro de líderes, o Departamento do Tesouro dos EUA anunciava mais uma série de sanções contra Moscou: os alvos incluem três emissoras de TV – NTV, Canal 1 e Russia 1 – ligadas ao Kremlin e que vêm amplificando a narrativa oficial sobre a guerra, chamada de “operação militar especial” para, dentre outros objetivos alegados, “desnazificar” a Ucrânia, um termo que não foi completamente explicado pelas autoridades.

Também foram incluídos na lista de sanções alguns executivos do Gazprombank, que vem servindo como canal de pagamento pelo gás russo consumido pelos europeus. Entre os citados estão Alexey Miller, presidente do Comitê de Gestão da gigante do setor energético Gazprom, e Andrey Akimov, presidente do Conselho de Administração do Gazprombank.

“Esse não foi um bloqueio total. Não estamos congelando os bens do Gazprombank ou proibindo transações com o Gazmprombank”, afirmou um integrante do governo dos EUA a repórteres, sob condição de anonimato e citado pela Reuters. “O que estamos sinalizando é que o Gazprombank não é um porto seguro, e estamos aplicando sanções a alguns de seus principais executivos para criar um efeito arrepiante.” As informações são do jornal O Globo.

R7

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