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domingo, 1 de maio de 2022

Inclusão de pílulas anticovid no SUS pode gerar economia de 19 bilhões de reais

 


Além de ampliar as alternativas de tratamento contra a covid, o uso dos medicamentos nirmatrelvir e ritonavir em pacientes não hospitalizados pode gerar uma economia de até R$ 19 bilhões aos cofres públicos, em um período de cinco anos.

O valor leva em consideração a diferença entre o custo estimado de tratamento com os remédios e as despesas ocasionadas por internação (de casos moderados aos que necessitam de unidade de tratamento intensivo, quando esse valor aumenta exponencialmente) e por cenários com baixa e alta incidência de infectados.

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao Sistema Único de Saúde (Conitec) analisa a possibilidade de incluir o uso desses remédios nas alternativas de tratamento contra a Covid-19 no Brasil. Na última quarta-feira (27), o grupo encerrou uma consulta pública sobre o tema.

O próximo passo da comissão consiste em enviar ao Ministério da Saúde recomendação favorável à administração dos fármacos.

Caberá à secretária de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos da pasta, Sandra de Castro Barros, aprovar ou não o uso dos medicamentos. Em caso positivo, os remédios serão incluídos no rol de terapias do Sistema Único de Saúde (SUS).

Os fármacos são indicados para uso domiciliar em adultos com sintomas iniciais da doença. O medicamento deve ser tomado por cinco dias, logo depois dos primeiros sintomas e/ou do resultado positivo para o exame de Covid-19. O efeito da pílula bloqueia a replicação do vírus e impede a evolução da enfermidade para quadros graves.

Estudos realizados pela Pfizer apontam que os remédios reduziram o risco de hospitalização ou morte para pacientes que fizeram uso do medicamento entre o terceiro e quinto dias de sintomas da doença, com quase 89% de eficácia.

Custo-efetividade

Para realizar a análise de custo-efetividade das pílulas, a Conitec considerou pacientes com idade igual ou superior a 65 anos, e imunossuprimidos. De acordo com a comissão, a Pfizer propôs um custo de US$ 250 por tratamento com Paxlovid, o equivalente a R$ 1.252, segundo o Banco Central (na cotação de 9 de março de 2022, data em que a comissão avaliou o custo-efetividade).

O valor é menor que a média de custo de uma internação de pacientes com Covid-19 em enfermaria, que, somada aos gastos com diálise, diagnóstico, exames laboratoriais e de imagem, é estimada em R$ 6.358,76. Em casos de internação em Centro de Terapia Intensiva (CTI), o custo sobe para R$ 51.467,30.

Conforme aponta o relatório do grupo, se considerado risco médio de 34% de internação hospitalar para pacientes com Covid-19, o eventual uso do Paxlovid pode gerar economia aos cofres públicos, orçada em um montante entre R$ 2 bilhões (em cenários com baixa incidência de infecções pelo novo coronavírus) e R$ 19 bilhões (em contextos com alto número de casos), em um período de cinco anos.

Aquisição

O governo federal pretende firmar acordo de compra com a Pfizer, fabricante dos medicamentos, que são oferecidos comercialmente sob o nome de Paxlovid.

Para oficializar o acordo, no entanto, o Ministério da Saúde aguarda a conclusão da análise na Conitec. O próprio ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, já sinalizou que a aquisição do medicamento deve ser concretizada.

O Brasil já perdeu mais de 663 mil vidas para o coronavírus e contabilizou cerca de 30 milhões de casos acumulados desde o início da pandemia. De acordo com o Ministério da Saúde, há 29.480.998 brasileiros recuperados da doença pandêmica.

O Sul

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