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sábado, 21 de maio de 2022

Cápsula da Boeing se aproxima da ISS em teste-chave

 Starliner decolou na noite de quinta-feira do Centro Espacial Kennedy, na Flórida



A cápsula Starliner, da Boeing, preparava-se para se acoplar à Estação Espacial Internacional (ISS) nesta sexta-feira (20), em um voo de teste não tripulado crucial para recuperar a reputação da gigante aeroespacial americana, após uma série de falhas.

A cápsula decolou na noite desta quinta-feira do Centro Espacial Kennedy, na Flórida. O acoplamento à ISS está previsto para as 20h10 (horário de Brasília), confirmou a Nasa. O veículo "segue funcionando bem", assegurou a agência em seu blog.

A Starliner seguiu a trajetória correta, mas apresentou problemas em dois dos 12 propulsores usados para a manobra. No entanto, a anomalia, que está sendo investigada pelos engenheiros da agência, não deve afetar a missão, informaram porta-vozes da Nasa em uma coletiva de imprensa posterior ao lançamento.

"Em geral, a nave está funcionando muito bem", disse Steve Sitch, diretor do programa comercial de tripulação da agência.

Um dos 12 propulsores de manobra orbital e controle de atitude da Starliner falhou depois de um segundo, momento em que o segundo propulsor entrou em ação, mas também desligou após 25 segundos. O software da nave ativou então um terceiro propulsor, que completou a combustão necessária.

Esses propulsores serão utilizados para aproximar a cápsula da ISS e para ajudar a retirar a nave espacial da órbita no final da missão.

O sucesso da missão é fundamental para reparar a reputação da Boeing, prejudicada desde um primeiro fracasso em 2019. Na ocasião, a tentativa de acoplamento à ISS falhou por erros de software, que representaram uma queima excessiva de combustível para chegar a seu destino e até a possibilidade de destruir a nave durante seu retorno.

Uma segunda tentativa estava prevista para agosto do ano passado, mas foi adiada momentos antes do lançamento para a solução de um problema de válvulas, e a cápsula teve que ser devolvida à fábrica.

A Nasa busca certificar a Starliner como um segundo serviço de "táxi" para astronautas até a ISS, uma função que já é exercida pela SpaceX, de Elon Musk, desde o êxito em 2020 de sua missão de teste com a cápsula Dragon.

Dia de redenção

Ambas as empresas receberam em 2014 contratos com valores fixos de US$ 4,2 bilhões para a Boeing e US$ 2,6 bilhões para a SpaceX, pouco tempo após o encerramento do programa do ônibus espacial, em uma época na qual os Estados Unidos dependiam dos foguetes russos Soyuz para chegar ao laboratório orbital.

A Boeing, com sua história centenária, foi considerada por muitos uma aposta segura frente à praticamente inexperiente SpaceX. Mas a empresa de Musk enviou recentemente sua quarta tripulação de rotina para a plataforma de pesquisas, enquanto os atrasos no desenvolvimento da Boeing custaram à empresa centenas de milhões de dólares.

A Starliner deve se acoplar à ISS cerca de 24 horas após o lançamento e entregar mais de 226 kg de carga, incluindo comida e outros suprimentos, como roupas ou sacos de dormir, para a tripulação.

Seu único passageiro é uma boneca chamada Rosie the Rocketeer - um jogo de palavras com a estrela da campanha americana de recrutamento na Segunda Guerra Mundial -, cujo trabalho consiste em coletar dados de voo com sensores sobre o que os humanos devem experimentar.

"Estamos com um pouco de ciúmes da Rosie", disse o astronauta da Nasa Mike Fincke, que deve fazer parte da primeira tripulação selecionada para uma missão de demonstração caso essa seja bem-sucedida.

A cápsula passará cerca de cinco dias no espaço, antes de desacoplar e voltar à Terra em 25 de maio, usando paraquedas gigantes para aterrissar no deserto do oeste dos Estados Unidos.

A Nasa considera necessário ter um segundo fornecedor de viagens à órbita baixa da Terra, em caso de problemas com a SpaceX.

AFP e Correio do Povo

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