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quarta-feira, 11 de maio de 2022

Aumento do diesel dificulta manutenção do preço da passagem de ônibus

 Apesar do reajuste no combustível, Porto Alegre deve manter valor da passagem de ônibus


Válido a partir desta terça-feira, um aumento de 8,8% no valor do diesel nas refinarias fará com que a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passe de R$ 4,06, em média, para R$ 4,42 a cada litro vendido na bomba. Segundo presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e prefeito de Aracaju (SE), Edvaldo Nogueira, o reajuste é “a gota d’água” no trabalho que as prefeituras vêm fazendo.

“É uma situação muito difícil. A prefeitura de Aracaju, por exemplo, está há três anos sem dar aumento no valor das passagens do transporte público coletivo. Somando-se aos demais aumentos, o valor do combustível já subiu 47% só nesse ano. Com isso, dificilmente vamos conseguir manter o valor das passagens sem reajuste, não tem mais como segurar”, declarou Nogueira.

No entanto, a prefeitura de Porto Alegre afirma que o reajuste não impactará no valor da tarifa de ônibus da Capital, como já havia sido garantido no mês passado. “O novo método de cálculo prevê a remuneração das concessionárias considerando o custo da operação e a quilometragem rodada, diante da receita arrecadada. A diferença é aportada pelo município”, disse a prefeitura, em nota. A Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP) relatou que aumentos no diesel – que têm acontecido de forma constante desde o início de 2022 – afetam os resultados das empresas de ônibus, “prejudicando os investimentos em melhorias”.

A Associação dos Transportadores Intermunicipais Metropolitanos de Passageiros (ATM) e o Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários no Estado do RS (Setergs) emitiram nota sobre os sucessivos aumentos no preço do diesel, reforçando o alerta para o risco de redução do transporte devido ao cenário causado por estes reajustes.

De acordo com as organizações, o diesel é o segundo item de custo que mais pesa no valor da tarifa de ônibus, com participação de cerca de 30% no custo geral das operações, atrás apenas da mão de obra. “Para este ano, ainda, está prevista revisão tarifária, e com as atuais condições, o reajuste nas passagens poderá ser de até 30%, caso nenhuma medida seja tomada”, diz a nota.

A ATM e o Setergs acreditam que a alternativa mais ágil e viável para mitigar a situação é a prorrogação do auxílio emergencial do governo estadual por mais cinco meses. O auxílio, que foi aprovado e concedido no ano passado, possibilitou o pagamento dos trabalhadores referentes aos últimos meses de 2021, evitando um colapso do sistema de transporte.

“Uma alternativa emergencial seria o governo aprovar o PL 4392/2021, que prevê R$ 5 bilhões, durante três anos, para financiar a gratuidade oferecida a idosos no transporte público urbano. Estamos vivendo um momento muito parecido com 2013, mas com mais gravidade. A pandemia foi a pá de cal no sistema de transporte coletivo no Brasil, quando as frotas passaram a circular com apenas 40% da população”, propõe o presidente da FNP.


Correio do Povo


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