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segunda-feira, 2 de maio de 2022

Atos do 1º de maio no Brasil marcam o retorno de manifestações após a pandemia

 


O 1º de maio deste ano foi marcado pelo retorno dos trabalhadores e trabalhadoras às ruas após a pandemia de covid, em um país dividido. Os atos no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Minas Gerais mostraram que o Brasil está rachado entre quem apoia e quem não apoia o governo de Jair Bolsonaro (PL). Políticos dos dois lados também aproveitaram a proximidade das eleições para aparecer para os eleitores.

Em São Paulo, os opositores de Bolsonaro e apoiadores do ex-presidente e pré-candidato Lula (PT) se reuniram em frente ao estádio do Pacaembu, onde Lula discursou por volta das 16h, quando foi recebido aos gritos de “Lula, guerreiro do povo brasileiro”.

Em sua fala, Lula ressaltou a luta pelos direitos trabalhistas e pediu união. O ex-presidente adotou um tom duro ao criticar Bolsonaro, chamando o atual presidente de “miliciano”, citando o assassinato da vereadora Marielle Franco. Ele ainda aproveitou para pedir desculpas a policiais depois de dizer, no sábado, que Bolsonaro “não gosta de gente, gosta de policial”.

Palavras de ordem dos manifestantes pediam voto em Lula e chamavam Bolsonaro de “fascista” e “genocida”. A inflação e a alta de preços de itens como alimentos e gasolina também foram criticados.

Pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PT, Fernando Haddad esteve presente no ato e bradou: “Ele (Jair Bolsonaro) é um presidente de meio período. Na metade do dia, destrói o país. Na outra metade, brinca de jet ski e de moto. Vamos conter esse homem.”

Já os bolsonaristas paulistas vestiram verde e amarelo e empunharam bandeiras e faixas com críticas ao STF e ao TSE. Alguns cartazes defendiam o impeachment dos ministros do STF. O ponto de encontro foi a Avenida Paulista, onde bolsonaristas estavam reunidos no início da tarde. Em um telão com problemas de áudio, Bolsonaro apareceu numa gravação em que falava sobre defesa da Constituição, família e Deus, proclamando lealdade ao povo brasileiro.

Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, um dos destaques foi a participação do deputado Daniel Silveira em ato pró-Bolsonaro, em Niterói. Ele voltou a dizer que a foi preso inconstitucionalmente e defendeu a liberdade de “presos políticos”. “O Brasil hoje tem presos políticos: Roberto Jefferson, eu, Oswaldo Eustáquio, Wellington Macedo, Alan dos Santos exilado, e vários outros que talvez eu não consiga nominar aqui. Isso é inadmissível em um país que grita democracia. Fala que tem democracia, mas age como ditadura. Então, não se dobrem perante a arbitrariedades estatais. Quem manda no Brasil somos nós”, disse.

Minas Gerais

A capital mineira, Belo Horizonte, também se dividiu. Os grupos contra e a favor Bolsonaro se encontraram nas avenidas Bias Fortes e Álvares Cabral, mas nenhum confronto foi registrado.

Os apoiadores de Bolsonaro levavam faixas pedindo “intervenção militar” e defendendo “a família e a liberdade”. Vestidas com as cores da bandeira nacional, cerca de 400 pessoas criticaram Lula, o STF (chamado em um cartaz de “a instituição mais deplorável do Brasil”) e o próprio PT.

Já os contrários ao atual governo, gritaram o “fora, Bolsonaro” e protestaram muito contra a inflação. A política ambiental de Bolsonaro também foi alvo de críticas dos manifestantes.

Crise

A pauta de reivindicações dos atos contra o governo é típica para o período eleitoral marcado por inflação sem trégua, baixos salários e profundas mudanças no mercado de trabalho. Na última semana, um indicador internacional mostrou como está complicada a situação do trabalhador brasileiro, que não para de ver a renda encolher por conta da inflação, que subiu mais de 12% na prévia de abril.

Conforme levantamento da agência de classificação de risco Austin Rating, elaborado a partir das novas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a economia global, em 2022, o Brasil aparece como a nona pior estimativa de desemprego no ano, de 13,7%, em um ranking de 102 países.

Essa taxa, inclusive, está bem acima da média global prevista para o ano, de 7,7%. Na comparação com países do G20 — grupo das 19 maiores economias desenvolvidas e emergentes, mais a União Europeia, o Brasil ocupa a segunda posição no ranking, atrás somente da África do Sul, com taxa de desocupação de 35,2%.

O Sul

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