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segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

UMA HISTÓRIA DE NATAL - 27.12.21

 por Percival Puggina  - www.puggina.org


 


 


         Eu já suspeitava de que o tal Papai Noel fosse uma enrolação dos adultos quando, certa noite, meus pais e tios reuniram-se e correram a porta onde, logo após, colei o ouvido de detetive para receber a má notícia: Papai Noel não existia e meu desejado carrinho de pedais não estava em cogitação.


Papai Noel é um mito fugaz da infância, um comerciário gordo e simpático, ou um parente bem disfarçado, com touca vermelha de pompom branco, sumido nas recordações infantis referentes ao 25 de dezembro. Mas o menino Jesus, não. Ignorá-lo neste dia, notadamente numa família cristã, é embarcar na canoa furada do politicamente correto para ocultar um acontecimento real. É transformar uma data marcante da Fé e da humanidade numa festa pagã e comemorar, como em tempos remotos, o solstício de inverno no hemisfério norte... Convenhamos!


Diferentemente do velhinho de vermelho, o menino da manjedoura é o Redentor referido neste pequeno texto que há 25 anos escrevi para o Correio do Povo, com o título “Uma história de Natal”.


Numa noite assim, quando os mais nobres sentimentos varrem o pó do cotidiano e rompem a carapaça com que paradoxalmente sufocamos o bem para nos proteger do mal, inspiram-se os escritores para iluminar a literatura com páginas comoventes. São as histórias de Natal. Em cada uma delas se encontram fragmentos desse insondável mistério que é o homem, habitual espantalho de si mesmo, que cresce quando se ajoelha e se humaniza quando chora.


Entretanto, leitor amigo, por mais histórias de Natal que você tenha lido, em nenhuma delas nem em todas elas existe a força do episódio ocorrido nas cercanias de Belém, a cidade de Davi, numa noite fria da Palestina. Nasceu o Menino, o Senhor da História, o Rei dos Reis. Envolveram-no em panos e o deitaram numa manjedoura.


Penso, às vezes, sobre como escreveríamos nós se nos coubesse conceber o roteiro daqueles fatos. Certamente não escolheríamos aquele local. Nunca aquela época e, nela, nunca aquele povo. Jamais personagens assim. A humanidade já produziu ambientes melhores bem como circunstâncias e elenco mais promissores. E é exatamente por isso que não havia lugar na estalagem.


Essa história de Natal, a própria história do Natal, tecida com os fios sutis com que o divino autor urdiu sua rede de amor à humanidade, vence os séculos, se torna eterna e se impõe ao coração dos homens. É tempo de repetir: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade”.


Pontocritico.com

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