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terça-feira, 19 de outubro de 2021

Filosofia nas escolas gera embates entre vereadores de Porto Alegre

 Proposta da nova grade curricular apresentada pela secretária de Educação virou alvo de críticas em plenário


A visita da secretária de Educação, Janaina Audino, na Câmara de Porto Alegre foi motivo de embate entre os vereadores na tarde desta segunda-feira. O que deveria ser a apresentação do novo currículo escolar, acabou se tornando motivo de manifestações calorosas na tribuna e movimentação nas galerias. A proposta prevê uma série de alterações na grade curricular do ensino no município, entre eles a retirada do ensino de filosofia como componente curricular em alunos do fundamental. 

O objetivo, segundo a secretária, é adequar a diretriz curricular do município conforme as estabelecidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), criando um referência curricular único, uma vez que na Capital as escolas adotam um modelo próprio. Em sua fala, Janaina assegurou que a proposta deve "resgatar a unidade de rede das escolas, para que todos os alunos tenham a mesma oportunidade". Durante sua manifestação, mais de uma vez, a secretária teve sua fala interrompida em função de vaias vindas da galeria. 

Na tribuna, os vereadores de oposição criticaram a elaboração do plano pela secretária, alegando falta de diálogo com a comunidade escolar. Em sua fala, a vereadora Laura Sito (PT) afirmou ainda que o plano era "uma matriz curricular desconetadada dos verdadeiros desafios de apredizagem e pedagógicos". Em resposta, a vereadora Mari Pimental (Novo) relembrou que a secretária teria se reunido, ainda pela manhã, com professores de filosofia da UFRGS para tratar sobre o tema. Ela pediu que fosse dado um "voto de confiança" para a secretária Janaína. 

A retirada da disciplina de Filosofia também foi motivo de reprovação por parte de vereadores. Segundo o vereador Pedro Ruas (PSol), ao tornar o ensino da filosofia em transversal, a matéria acabaria ficando pessoal e poderia acabar não sendo aplicada. O vereador Roberto Robaina (PSol) disse que a retirada da matéria era algo proposital, para "liquidar a possibilidade de que tenhamos mais gente critica se desenvolvendo no município de Porto Alegre". 

Após as manifestações, Janaina retornou à tribuna e lamentou que o debate tenha sido "reducionista ao tema da filosofia", não se atendo a outros pontos da proposta. "A única matriz curricular que nós não conseguimos avançar, extremamente por discussão ideológica, é no ensino fundamental", disse. 

Em tom exaltado, a secretária rebateu as críticas quando à ausência de diálogo. "Não tem diálogo na secretaria? Mas eu recebo todo mundo que marca pra falar comigo", questionou. "Todos os que agendam comigo, eu atendo. Como atendi aos pais que estão gritando aqui e foram recebidos no meu gabinete há 10 dias atrás", pontuou. 


Correio do Povo

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