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quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Mercado financeiro eleva projeção para taxa básica de juros e vê taxa de mais de 7% em dezembro

 


Após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevar a taxa Selic de 4,25% para 5,25% ao ano na última semana e sinalizar novas altas no caminho, o mercado financeiro revisou para cima suas projeções para os juros ao fim deste e do próximo ano, segundo mostra o relatório Focus publicado pelo BC.

De acordo com os economistas consultados pela autoridade monetária, os juros devem encerrar este ano em 7,25% ao ano, se mantendo neste patamar até dezembro de 2022. No levantamento anterior, as estimativas eram de Selic em 7% ao fim de 2021 e de 2022.

No comunicado após a última reunião, a autoridade monetária apontou que, apesar da melhora recente nos indicadores de sustentabilidade da dívida pública, o risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos, ou seja, com trajetórias para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária.

Para o próximo encontro do Copom, em setembro, as apostas compiladas pelo Focus foram mantidas em nova alta de um ponto percentual da Selic, para 6,25% ao ano.

O movimento de alta dos juros acontece em meio à pressão inflacionária, que levou o mercado financeiro a elevar novamente suas estimativas para o índice de preços em 2021 e 2022.

Inflação

Pressionado pela alta nas contas de energia elétrica, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – a inflação oficial do País – acelerou a alta para 0,96% em julho, após ter registrado taxa de 0,53% em junho, conforme divulgado nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Essa é a maior variação para um mês de julho desde 2002, quando o índice foi de 1,19%”, informou o instituto.

Com o resultado, a inflação acumulada em 12 meses chegou a 8,99%, a mais alta desde maio de 2016, quando ficou em 9,32%. No ano, o IPCA acumula alta de 4,76%.

Desde março, o indicador acumulado em 12 meses tem ficado cada vez mais acima do teto da meta estabelecida pelo governo para a inflação deste ano, que é de 5,25%.

O resultado veio ligeiramente acima do esperado. Pesquisa da Reuters apontou que a expectativa de analistas era de alta de 0,94% em julho, acumulando em 12 meses alta de 8,98%.

Único grupo a registrar deflação, Saúde e cuidados pessoais teve o resultado pressionado pela queda nos preços dos planos de saúde diante do reajuste negativo de -8,19% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 8 de julho.

A inflação do grupo habitação foi influenciada principalmente pela alta da energia elétrica (7,88%), que acelerou em relação ao mês anterior (1,95%) e registrou o maior impacto individual no IPCA de julho, respondendo sozinha por 0,35 ponto percentual da taxa do mês.

A alta é explicada, sobretudo, pela entrada em vigor da bandeira tarifária de vermelha patamar 2, que passou a cobrar R$ 9,49 a cada 100kWh consumidos, após reajuste de 52%. A mudança de bandeira ocorre diante da crise hídrica, que tem exigido o acionamento das termoelétricas, de energia mais cara.

O IBGE destacou também que ocorreram reajustes tarifários de 11,38% em São Paulo (12,45%), a partir de 4 de julho, de 8,97% em Curitiba (11,34%), a partir de 24 de junho, e de 9,08% em uma das concessionárias de Porto Alegre (8,02%), a partir de 19 de junho.

O Sul

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