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quinta-feira, 29 de julho de 2021

Bens de brasileiros no exterior chegam a mais de 550 bilhões de dólares

 


Os bens de brasileiros no exterior cresceram US$ 29,166 bilhões no ano passado, o que elevou o volume total de ativos lá fora para US$ 558,387 bilhões no final de 2020, segundo números divulgados nesta terça-feira (27) pelo Banco Central.

Os dados, que englobam pessoas físicas e empresas, são resultado das declarações de Capitais Brasileiros no Exterior (CBE). A declaração é obrigatória para quem possui o equivalente a pelo menos US$ 1 milhão no exterior. O prazo de envio das informações terminou em 1º de junho.

Os capitais brasileiros no exterior (CBE) são valores de qualquer natureza mantidos fora do país por pessoas físicas ou empresas residentes no Brasil. Podem ser bens, direitos, instrumentos financeiros, disponibilidades em moedas estrangeiras, depósitos, imóveis, participações em empresas, ações, títulos e créditos comerciais.

Segundo o Banco Central, quantificar esses capitais ajuda a instituição a compilar a posição de investimento internacional do país, ou seja, a estatística do total de ativos e passivos externos da economia brasileira.

Ainda segundo o BC, o nível de bens de brasileiros no exterior ajuda a avaliar o grau de internacionalização da nossa economia.

O chefe do departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, destaca que os bens no exterior são superiores às reservas internacionais, que somaram US$ 352,5 bilhões em junho de 2021. As reservas internacionais são uma espécie de “seguro” usado pelo Banco Central para, entre outras funções, tentar conter disparadas do dólar.

Do total de US$ 558,387 bilhões em bens no exterior, no final de 2020, a maior parte (US$ 448 bilhões, cerca de 80% do total) está aplicada em participação em empresas. As aplicações em imóveis somam US$ 7,380 bilhões e em “moeda ou depósitos”, US$ 32,481 bilhões. Há, ainda, aplicações financeiras em ações, BDR’s, em títulos de renda fixa no exterior e em derivativos.

Contas externas

As contas externas tiveram saldo positivo de US$ 2,791 bilhões em junho, informou o Banco Central. No mesmo mês de 2020, também houve superávit de US$ 3,056 bilhões nas transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda com outros países.

De acordo com o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, o resultado é ligeiramente inferior ao registrado no ano passado em razão do aumento do déficit na conta de serviços, em especial de viagens, e do aumento das despesas líquidas com rendas primárias (lucros e dividendos). “E esses dois fatores foram contrabalançados pelo aumento do superávit comercial”, explicou.

“Tanto o aumento dos déficits com viagens quanto com lucros e dividendos são consistentes com a trajetória de recuperação da economia [após os efeitos críticos da pandemia de covid-19]”, complementou Rocha, no caso, o aumento da demanda por serviços, com as viagens de brasileiros para fora do país, e das transações de empresas estrangeiras no país que remetem lucros ao exterior.

Em 12 meses, encerrados em junho, houve déficit em transações correntes de US$ 19,637 bilhões, 1,27% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país), ante o saldo negativo de US$ 19,372 bilhões (1,27% do PIB) em maio de 2021 e déficit de US$ 53,751 bilhões (3,25% do PIB) no período equivalente terminado em junho de 2020.

No acumulado do ano, o déficit é de US$ 6,975 bilhões, contra saldo negativo de US$ 13,261 bilhões de janeiro a junho de 2020.

O Sul

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