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quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

"Depender da soja brasileira é apoiar o desmatamento da Amazônia", diz Macron

 Presidente da França garantiu que seu país está lutando para produzir soja na Europa



O presidente da França, Emmanuel Macron, fez nesta terça-feira críticas ao desmatamento da Amazônia e citou especificamente a soja brasileira, relacionando-a ao problema ambiental. "Continuar a depender da soja brasileira seria apoiar o desmatamento da Amazônia", afirmou Macron, em sua conta oficial no Twitter. A publicação é acompanhada de um vídeo, no qual o presidente francês comenta a questão com repórteres.

"Somos coerentes com nossas ambições ecológicas, estamos lutando para produzir soja na Europa", afirmou. Macron comanda nesta semana o "One Planet Summit", cúpula formada por cerca de 30 chefes de Estado, empresários e representantes de Organizações Não Governamentais (ONGs), evento do qual o Brasil não participa. O tema neste ano foi dedicado à preservação da biodiversidade.



Em resposta à fala de Macron, o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Bartolomeo Braz, afirmou que o presidente da França está usando uma "artimanha". "Eles não são competitivos, por isso compram soja nossa. E começam a usar essa artimanha para subsidiar ainda mais os seus produtores."

Braz diz que, se a França parar de comprar a soja brasileira, as vendas do País "não mudam em nada". Segundo o representante da Aprosoja, o Brasil deve exportar neste ano 101 milhões de toneladas de óleo, farelo e grãos de soja - e a França compra cerca de dois milhões de toneladas por ano. "Não há ligação da soja com o desmatamento do bioma amazônico desde 2008, isso é fiscalizado e acompanhado".

Em nota, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) também disse lamentar "que o presidente da França, Emmanuel Macron, busque justificar sua decisão de subsidiar os agricultores franceses atacando a soja brasileira. Como bem sabe Macron, a soja produzida no bioma Amazônia no Brasil é livre de desmatamento desde 2008, graças à Moratória da Soja, iniciativa internacionalmente reconhecida, que monitora, identifica e bloqueia a aquisição de soja produzida em área desmatada no bioma".

Dados

Embora a França não seja individualmente um dos principais compradores da soja brasileira, quase 20% das exportações para a União Europeia, bloco do qual os franceses fazem parte, são de soja e farelo de soja produzidos pelo Brasil, mostram dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia consultados pelo Estadão/Broadcast.

No ano passado, o Brasil enviou US$ 28,3 bilhões em exportações para o bloco europeu, sendo US$ 2,9 bilhões em farelo de soja (10%) e US$ 2,6 bilhões em soja (9,3%). Individualmente, o Brasil exportou US$ 27,1 milhões em soja para a França, além de US$ 544 milhões de farelo de soja, de um total de US$ 1,98 bilhão em embarques para o país europeu.

Apesar do baixo valor, técnicos ponderam que a União Europeia tem uma dinâmica própria, tendo Holanda e Espanha como as principais portas de entrada dos embarques de soja feitos pelo Brasil, devido à sua estrutura portuária. Depois de ingressar na UE é que a soja segue para o destino final.

Por isso, a análise dos dados agregados pode ajudar mais a mostrar o que está em jogo. Segundo os dados, a Holanda recebeu US$ 1,11 bilhão em soja brasileira em 2020, enquanto a Espanha atingiu US$ 957 milhões. Juntos, esses países responderam por 7,2% das exportações de soja feitas pelo Brasil.

Procurados, os ministérios da Economia e da Agricultura disseram que não comentariam as declarações de Mácron.

Acordo comercial

A declaração de Macron é dada no momento em que a União Europeia e o Mercosul negociam um acordo comercial. O fracasso brasileiro na proteção ambiental, na opinião de algumas autoridades europeias, seria um entrave para avançar no tema. O desmatamento nas florestas brasileiras está no holofote de governos da Europa e grandes investidores globais, que passaram o último ano pressionando o governo de Jair Bolsonaro por medidas para conter o problema ambiental, sob a ameaça de retirada de investimentos do País.

"O cerco está de fato apertando e o Brasil precisa mandar sinais claros de que está preocupado e disposto a solucionar o desmatamento", afirma o pesquisador da iniciativa Trase, plataforma de fiscalização de cadeias de commodities, André Vasconcelos, sediada em Londres. Ele frisa que o sinal não vem apenas da França. "Hoje, a Bélgica e a Espanha anunciaram a entrada no grupo 'Amsterdam Declaration Partnership' - formado por nove países europeus, incluindo a França - que se comprometeu a eliminar o desmatamento associado às suas importações de commodities."

Agência Estado e Correio do Povo


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