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sexta-feira, 29 de maio de 2020

Indústria farmacêutica acredita em vacina contra coronavírus ainda em 2020

Diminuição de casos na Europa podem atrapalhar planos dos pesquisadores

Diminuição de casos na Europa pode atrapalhar o lançamento das vacinas ainda em 2020

Diminuição de casos na Europa pode atrapalhar o lançamento das vacinas ainda em 2020 | Foto: Pixabay


Uma vacina contra o novo coronavírus é possível ainda em 2020? Os executivos da indústria farmacêutica são otimistas, mas alertam que os desafios serão colossais para produzir e distribuir bilhões de doses necessárias. Mais de 100 laboratórios de todo mundo lutam contra o tempo para produzir uma, ou várias, vacinas contra o novo coronavírus. Destes, dez alcançaram a fase de testes em humanos até o momento.

"A esperança de muitas pessoas é que consigamos uma vacina, talvez várias, até o fim do ano", disse o diretor-geral da AstraZeneca, Pascal Soriot, em uma entrevista coletiva virtual na quinta-feira. A empresa britânica está associada à Universidade de Oxford para a produção e a distribuição da próxima vacina no mundo todo.

Albert Bourla, diretor da Pfizer, que organiza testes clínicos com a empresa alemã Biontech, também acredita em que será possível obter uma vacina antes de 2021. "Se tudo correr bem, e os astros se alinharem, teremos testes suficientes de segurança e eficácia para poder ter uma vacina até o fim de outubro", declarou.

Vários anos são necessários para colocar uma vacina no mercado, mas, diante da pandemia de Covid-19, as vacinas experimentais consideradas seguras e eficazes poderão ser lançadas em prazos recordes.

A Federação Internacional da Indústria de Medicamentos (IFPMA) adverte, no entanto, que a produção e a distribuição de vacinas enfrentam desafios "gigantescos". Um deles, paradoxalmente, é que os índices de transmissão do vírus registrem uma queda rápida na Europa, onde acontecem vários testes médicos.

Estes índices serão muito frágeis para constatar seus efeitos em um meio natural, preocupa-se Soriot, ao destacar que os estudos, nos quais os voluntários se expõem intencionalmente ao vírus para medir a eficácia de uma vacina, não são eticamente aceitáveis no caso da Covid-19. "Não temos muito tempo", constata.

O novo coronavírus provocou mais de 360 mil mortes e contaminou pelo menos 5,8 milhões de pessoas no mundo desde seu surgimento na China, no fim de dezembro passado. O mundo vai precisar de duas doses de vacina por pessoa, ou seja, 15 bilhões, de acordo com algumas estimativas, um verdadeiro quebra-cabeças logístico, recorda o diretor da IFPMA, Thomas Cueni.

A indústria farmacêutica se comprometeu a garantir uma distribuição equitativa das vacinas validadas, mas "não teremos as quantidades necessárias no primeiro dia, mesmo trabalhando de maneira extra", admite Cueni. Quando a vacina estiver disponível, terá de ser colocada em pequenos frascos de vidro. "Mas não existem frascos suficientes no mundo", constata Soriot.

A AstraZeneca e outros grupos estudam a possibilidade de armazenar várias doses por recipiente.

Proteger a propriedade intelectual

Paul Stoffels, número dois e diretor científico da Johnson & Johnson, afirma que, caso 15 bilhões de doses sejam necessárias, várias vacinas devem ser autorizadas para suprir a demanda inicial. "Todas as vacinas podem não ser adequadas para todos, com base em suas características", destacou.

Em particular, porque algumas vacinas precisam ser armazenadas com temperaturas muito reduzidas, o que não é possível em todas as regiões. Embora reconheçam o imperativo de uma distribuição universal da vacina, os executivos da indústria farmacêutica são unânimes em defender a propriedade intelectual sobre suas inovações. "É absolutamente fundamental em nosso setor", ressalta a presidente da GSK, Emma Walmsley.

Os laboratórios investem bilhões, sem a certeza de recuperar o dinheiro, alega Soriot. "Se a propriedade intelectual não for protegida, ninguém terá interesse em inovar", concluiu.


AFP e Correio do Povo


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