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quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Protestos na Colômbia completam uma semana

Manifestantes contrários ao governo Iván Duque ocuparam mais uma vez o centro de Bogotá

Colômbia completa uma semana de protestos

Colômbia completa uma semana de protestos | Foto: Raul Arboleda / AFP

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A Colômbia chegou ao sétimo dia seguido de protestos após a convocação de uma nova greve geral por sindicatos de trabalhadores e organizações estudantis, responsáveis pelo início das manifestações, há uma semana, que deixaram quatro mortos e mais de 500 feridos.

Milhares de manifestantes ocuparam a Praça Bolívar, centro dos protestos em Bogotá, com bandeiras, panelas e apitos rejeitando as propostas que foram até agora apresentadas pelo presidente Iván Duque. Diferentemente dos últimos dias, a movimentação não se espalhou para o restante da capital e não foi significativa em outras cidades do país. Manifestantes indígenas chegaram a bloquear uma rodovia no sudoeste da Colômbia.

Os protestos generalizados nas ruas da Colômbia provavelmente forçarão Duque a fazer grandes mudanças em sua proposta de reforma tributária, se ele quiser aprovar a lei antes do final do ano. Galvanizados por quase uma semana de protestos e inspirados por outras manifestações na América Latina, os sindicatos estão reivindicando que o governo rejeite o projeto, que inclui cortes de impostos para as empresas, enquanto os partidos de oposição tentam retardar o debate legislativo, na esperança de obter concessões.

O tribunal constitucional decidiu que a lei deve ser aprovada até o final do ano, caso contrário o regime tributário retomará as disposições de 2018. Se Duque não aprovar a reforma ou for forçado a diluí-la drasticamente, ele frustrará os líderes empresariais e os aliados conservadores, para quem o projeto de lei é essencial para manter a classificação de crédito do país e reduzir a dívida.

De início, o governo disse que o projeto de reforma tributária elevaria a receita em cerca de 1% do PIB, aumentaria a confiança dos investidores e impediria um possível rebaixamento das classificações de crédito. "Duque terá de encontrar soluções amigáveis rapidamente, pois a força dos manifestantes cresce à medida que o tempo passa", disse o analista Sergio Guzmán, da Colombia Risk Analysis. Os protestos, na maioria pacíficos, em Bogotá e outras cidades levaram milhares de manifestantes às ruas por questões que vão desde a corrupção até o assassinato de ativistas, passando pela violenta reação da tropa de choque.

Uma das questões que catalisou os protestos foram os rumores sobre planos econômicos desconectados da reforma tributária - entre eles um corte no salário mínimo - que Duque diz não apoiar. Na terça-feira, Duque tentou apaziguar os críticos acrescentando ao projeto medidas para populações desfavorecidas.

Ele sugeriu que um imposto sobre valor agregado poderia ser repassado ao 1/5 dos colombianos mais pobres e aposentados menos abastados poderiam contribuir menos para o sistema de saúde. Essas mudanças "não serão suficientes", disse Guzmán.

Vetar o corte nos impostos empresariais, apoiar um popular corte dos salários do Congresso e aumentar bastante o salário mínimo de 2020 são maneiras pelas quais Duque pode dar provas de que está ouvindo os manifestantes, disse.


Agência Estado e Correio do Povo

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